Sindicato diz que reuniu 60 mil em caminhada da Paulista à praça da República, na capital. Por reajuste e revisão no plano de carreira da categoria, docentes mantém greve na rede estadual
São Paulo – Professores da rede de escolas estaduais fizeram, na tarde desta sexta-feira (19), uma assembleia e uma caminhada da avenida Paulista até a sede da Secretaria de Educação de São Paulo, na praça da República. Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), 60 mil manifestantes participaram – 8 mil, segundo a Polícia Militar –, ocuparam todas as faixas nos dois sentidos da avenida Paulista para a realização de assembleia.
Os trabalhadores decidiram pela continuidade da greve e marcaram nova assembleia para a próxima sexta-feira (26), desta vez em frente ao Palácio dos Bandeirantes – sede do governo paulista, no bairro do Morumbi. Para a ocasião, a expectativa dos sindicalistas é de reunir 100 mil pessoas para pressionar o governo a negociar.
A passeata até a praça da República, onde fica a secretaria, ocorre pela pista no sentido centro. O objetivo dos manifestantes seria ter uma comissão de trabalhadores e sindicalistas recebida pelo secretário Paulo Renato. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, os manifestantes não podem ser recebidos por Paulo Renato, que despacha fora da Secretaria.
A categoria reivindica 34,3% de reajuste salarial, calculado a partir do acumulado de anos sem aumento. Eles demandam a suspensão da avaliação de mérito e das provas dos professores temporários (ACTs), concurso público, carreira justa e uma política de educação para o estado.
Concentração
Inicialmente, 300 homens e 100 viaturas da Polícia Militar fizeram um cordão de isolamento tentando restringir a manifestação à calçada de um dos lados da via, mas os professores passaram a ocupar as faixas dos dois sentidos da via. Não houve conflito entre manifestantes e policiais.
Segundo a Apeoesp, algumas diretoras de escolas teriam ameaçado os docentes participantes com retaliações e outras formas de pressão. Na quinta-feira (18), o governador José Serra (PSDB) desqualificou a paralisação, chamando-a de "trololó", por ter fins políticos.
Na assembleia, a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, a Bebel, admitiu que a greve é política. "Mas se há um partido a defender, é o 'partido do magistério paulista'", afirma. Ela contestou ainda declarações do secretário Paulo Renato, que alega não ter recebido demandas de negociação.
Segundo Bebel, diversos ofícios têm sido protocolados nos últimos anos, mas os representantes da categoria não foram atendidos. Além disso, o fato de a categoria ter ido à sede da secretaria reforça a busca dos professores por negociação.
Para João Felício, secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhos (CUT), não adianta o governo dizer, na imprensa, que os professores não negociam, porque a Apeoesp tem uma história de diálogo. "Mas desde que o PSDB entrou no poder, não foi mais possível negociar, o governo só entende a linguagem da greve", disparou.
"Bico"
"Serra cobra tanto em cima do professor, mas o professor não pode exigir um bom desempenho dos alunos, que têm progressão automática", critica uma professora contratada como temporária (ACT), em uma escola na zona Sul da capital. "Por isso, a educação se transformou no caos que está hoje", prossegue a docente que não quis ser identificada, alegando sentir-se perseguida pela direção.
Diversos professores criticam a criação da categoria O, à qual foram inseridos os profissionais admitidos, por contrato temporário, neste ano. Ao lecionar em 2010, eles devem receber durante o período de aulas – 10 meses no total –, mas serão impedidos de receber atribuição de aulas em 2011. "O que o governo conseguiu fazer foi transformar a profissão de professor em 'bico'", criticou Danila Régio, docente que participa da manifestação.
Sem proibição
Desde a manhã desta sexta, havia rumores a respeito de uma liminar judicial que proibiria a manifestação dos professores na avenida Paulista. Segundo os advogados da Apeoesp, a entidade não teve conhecimento de qualquer ação legal nesse sentido e sustenta que o protesto é um direito dos trabalhadores.
O governo pagou pra ver !Ele teve a resposta,os professores se uniram para mostrar que não são uma categoria fraca,mesmo com todos os aparelhos ideológicos do governo trabalhando contra os professores ,a greve se fortaleceu...
ResponderExcluirNão podemos ceder, temos que buscar uma negociação. O Serra é teimoso demais, mas tem que aprender que não é o dono do poder. A educação deve ser priorizada como elemento básico e absoluto. No mais, PSDB, nunca mais!
ResponderExcluirHá três anos deixei a rede pública de educação, mas na próxima sexta também estarei no Palácio OBANdeirantes.
ResponderExcluirTodo apoio ao professorado paulista!!!
Srs. secretário e governador, paguem o que é devido sob forma da lei aos professores e tragam uma solução criativa para a superlotação nas salas de aula. Os alunos não podem permanecer sofrendo em casa sem progresso acadêmico!
ResponderExcluirMãe de alunos da escola pública estadual.
Olá!
ResponderExcluirAmigo blogueiro, veja matéria e fotos sobre a manifestação dos professores de todos os municípios do Ceará, nas ruas de Fortaleza, pelo piso e por um plano de carreira decente, ////acessar em: www.valdecyalves.blogspot.com