domingo, 30 de junho de 2013

A história inabalável: Editorial do jornal “O Globo” de 2 de abril de 1964, celebrou o Golpe Militar. Todos contra a Globo!

Todos contra a Globo! 

A Rede Globo é o quartel general da burguesia brasileira associada ao grande capital internacional. A Globo é a rainha da elite escravocrata nacional, o principal aparelho ideológico da direita fascista tupiniquim. 

É preciso neutralizar seu poderio por meio de uma nova lei de imprensa que democratize de uma vez por todas a mídia em nosso país. 

A Rede Globo se orienta pelas diretrizes com complexo CIA-Pentágono-Casa Branca, não possui compromisso algum com o povo brasileiro, e sempre trabalhou contra o Brasil, basta observar sua história repleta de golpes e traições.  

A empresa do klã dos Marinho se constituiu enquanto aparelho ideológico central das elites fascistas  que se apossaram do poder nacional em 1964. Sua tarefa, desde seus primórdios, desde suas primeiras transmissões enquanto rede televisiva, foi propagandear os valores dos mandatários civis-militares que impunham seu comando ao país. Vender a visão de mundo da elite branca, e apresentar os interesses de 10% da população como os interesses de todo o povo.  

Mas o controle ideológico não se limitou a vender as glórias da "revolução", foi necessário todo um processo sistemático de alienação/despolitização do povo brasileiro, e tal empreitada se efetivou diariamente, sem descanso, de modo a idiotizar a nação. E mais, tal empreitada prosseguiu após a limitada democratização iniciada em 1985. 

Creio que o projeto "global" foi bem sucedido em partes. Uma grossa fatia do povo brasileiro jamais se deixou levar pela propaganda ideológica da Globo. Em contrapartida, milhões se deixam seduzir diariamente pelo mundo ideal vendido por toda a programação da emissora em questão. 

Milhares de jovens, de duas semanas para cá,  de modo inconsciente, bradam por demandas que só interessam a Globo e seus representados. Para esses, doses cavalares de História, mostrar-lhes o que representou e o que representa a Globo para este país. Quais são os verdadeiros interesses defendidos por esse monopólio.  E os efeitos nefastos para todos nós em caso de vitória do novo projeto golpista promovido pela Globo e sua gangue. Como dizia Lenin, em meados de 1917, explicar pacientemente.   E para começar,   todos aos atos anti-Globo programados para 03 de julho de 2013. 

Fora Rede Globo!

Para completar, o editorial de regozijo "global" pós-golpe de 1964, nunca mais!

Pragmatismo Politico    

Leia a seguir, na íntegra, o posicionamento histórico e irreparável do jornal da família Marinho durante o processo que removeu, à força, um governo democraticamente eleito e instaurou uma ditadura militar no Brasil. Na foto abaixo, a capa do jornal O Globo, celebrando o “ressurgimento da democracia”, um dia após o Golpe Militar.

Editorial de “O Globo” do dia 02 de abril de 1964
“Ressurge a Democracia”
Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.
editorial globo golpe militar 1964
Capa do jornal O Globo, celebrando o “ressurgimento da democracia”, um dia após o Golpe Militar. (Reprodução)
Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.
Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.
As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, “são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.”
No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.
Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.
Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.
A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.”



quinta-feira, 27 de junho de 2013

Centrais sindicais e MST marcam ato unitário para 11 de julho em todo o país


Em reunião com a presidenta Dilma Rousseff (foto acima), realizada nesta quarta-feira (26) em Brasília (DF), centrais sindicais apresentaram as pautas da mobilização nacional

Em reunião realizada nessa terça-feira (25), as centrais sindicais e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marcaram para 11 de julho o Dia Nacional de Lutas, com o lema “Pelas liberdades democráticas e pelos direitos dos trabalhadores”. As paralisações, greves e manifestações terão como objetivo destravar a pauta da classe trabalhadora no Congresso Nacional e nos gabinetes dos ministérios, além de construir e impulsionar a pauta que veio das ruas nas manifestações realizadas em todo o país nos últimos dias.
Vão participar da mobilização nacional a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Força Sindical, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central Sindical e Popular (CSP) Conlutas, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a Central dos Sindicatos do Brasil (CSB) e a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), além do MST.
Na reunião dessa terça-feira, as centrais sindicais e o MST estabeleceram uma plataforma unitária de lutas, com os seguintes pontos: 1) Educação: pelos 10% do PIB, melhoria da qualidade, ciranda infantil nas cidades, etc.; 2) Saúde: garantia de investimentos conforme a Constituição, melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS), apoio à vinda dos médicos cubanos, etc.; 3) Redução da jornada de trabalho para 40 horas: aprovação do projeto que está na Câmara; 4) Transporte público de qualidade: proposta de tarifa zero em todas as grandes cidades; 5) Contra a PEC 4330: projeto do governo que institucionaliza o trabalho terceirizado sem nenhum direito, como Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e férias; 6) Contra os leilões do petróleo; 7) Pela Reforma Agrária: solução dos problemas dos acampados, desapropriações, recursos para produção de alimentos sadios, legalização das áreas de quilombolas, entre outras reivindicações; 8) Pelo fim do fator previdenciário, que afeta a classe trabalhadora ao se aposentar.
Além disso, os movimentos sociais defendem como bandeiras da mobilização a reforma política e do plebiscito popular sobre o tema; a reforma urbana para enfrentar a crise das grandes cidades e a especulação imobiliária; e a democratização dos meios de comunicação, com o encaminhamento ao Congresso Nacional do Projeto de Lei de Iniciativa Popular construído pelo Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC) e em fase de coleta de assinaturas.
A mobilização nacional também denunciará o genocídio da juventude negra e dos povos indígenas; a repressão e a criminalização das lutas e dos movimentos sociais; e a impunidade dos torturadores da ditadura civil-militar. Além disso, as centrais sindicais e os movimentos demonstrarão repúdio à aprovação do estatuto do nascituro e à redução da maioridade penal.
Nesta quarta-feira (26), os itens da pauta foram apresentados à presidenta Dilma Roussef, em audiência realizada no Palácio do Planalto.



domingo, 23 de junho de 2013

A classe trabalhadora brasileira foi a grande penalizada com o golpe civil-militar de 1964. Dessa vez será pior.

Greve da Cobrasma, Osasco, 1968, assim a ditadura tratava a classe trabalhadora

          A ofensiva da burguesia contra a classe trabalhadora brasileira foi o mote do século XX e prossegue no século atual. Por inúmeras vezes a elite dirigente do país recorreu a soluções de força para fazer valer seus interesses de classe, foi assim em 1935, 1937, 1945, 1954, 1961, 1964, 1968... Desde a democratização, em 1985,  o controle dos rumos do país, exercido pela burguesia (industrial, rural, financeira) tem se dado de forma discreta e dissimulada. Por trinta anos o controle ideológico das massas manteve o Brasil “sob controle”, apesar de todas as contradições verificadas em nossa sociedade. Esse controle começou apresentar limites após a vitória de Lula em 2002.

          A inclusão, pelo consumo, de milhões de brasileiros, foi acompanhada por uma revolução nos meios de comunicação promovida pela internet. A burguesia perdeu o monopólio da informação, seus esquemas de manipulação, via mídia corporativa, começaram a ser denunciados por todo um batalhão de ativistas digitais. A contestação virtual se desenvolveu acompanhada por uma serie de mobilizações concretas, em escala crescente. Todo o poderio de informação da mídia de massas não foi suficiente para eleger seus candidatos nas eleições de 2006, 2010 e 2012. O modelo político-econômico distributivo inaugurado por Lula em 2002, fez com que os incluídos pelo consumo passassem cada vez mais a exigir cidadania. Nesse ponto as coisas começaram a ficar preocupantes para as elites dirigentes do país.

          Se retornarmos cinquenta anos no tempo (1963-64), notaremos muitas semelhanças com a conjuntura atual. Uma classe trabalhadora muito organizada e atuante (muito mais que a de hoje, diga-se de passagem), movimentos políticos eclodindo no campo (atualmente, fenômeno semelhante de observa nos meios urbanos). Um movimento estudantil em ascensão (muito mais coeso que o atual), capaz de obter vitórias e interferir no jogo político. Em contrapartida, via-se uma classe média assustada com o protagonismo dos mais pobres, um sistema de mídia trabalhando full time para desestabilizar a República. Um cenário de desestabilização em âmbito internacional, em boa parte promovido pela interferência direta dos EUA, sócio majoritário e guia das elites neocoloniais latino-americanas (ontem e hoje), pronto a apoiar qualquer medida antidemocrática.

          O filme passado, todos sabemos como terminou, com um país aterrorizado por um Estado repressor e autoritário, governado por uma elite excludente e sádica. Um novo bloco de poder que não mediu esforços para aniquilar todos os seus opositores. Um regime que instituiu um modelo de segurança pública baseado na mais brutal repressão, um modelo que sobreviveu a ditadura e se perpetuou no sistema jurídico-policial brasileiro. Acompanhado de uma lei de imprensa completamente voltada aos monopólios aliados do regime autoritário, que também sobreviveram a ditadura e permaneceram como fiscais da burguesia.

          Muito se fala (com justiça) sobre a ofensiva do regime civil-militar contra os movimentos sociais, brutal e eficiente, mas gostaria de lembrar também outro tipo de violência promovida pela ditadura, a violência econômico-institucional.  Todas as conquistas obtidas pelos trabalhadores, a partir de 1930 (ou mesmo antes), foram atacadas pelos novos donatários do poder. Uma série de medidas de austeridade econômica foram postas em prática, penalizando sobretudo os mais pobres.  Entre 1964 e 1968, o salário mínimo caiu em mais de 50%, no primeiro ano após golpe, mais de quinhentas empresas faliram em São Paulo, o desemprego e a miséria aumentaram, com todos os seus efeitos nocivos subsequentes, como fome, violência, desorganização social. Por outro lado, uma pequena parcela de brasileiros passou a lucrar como nunca, ampliando o fosso social que sempre dividiu o país. Iremos expor abaixo alguns trechos da dissertação “O Grupo de Esquerda de Osasco”, que comentam justamente os efeitos desastrosos dos planos econômicos da ditadura civil-militar para a classe trabalhadora brasileira.

          “ O novo bloco histórico que se apossou do Estado brasileiro em 1964 assumiu a incumbência de superar a grave crise econômica que vitimava o país desde inícios da década. Décio Saes define essa transição autoritária como uma “contra-reforma destinada a criar as condições institucionais indispensáveis à aceleração da acumulação do capital própria a uma etapa monopolista de desenvolvimento capitalista”[1]. Com esse objetivo, foi criado o Ministério do Planejamento e Coordenação Econômica, sob a direção inicial de Roberto Campos, ex-embaixador em Washington, técnico com estreitos vínculos junto ao grande capital internacional, entenda-se o estadunidense. Para o Ministério da Economia foi indicado Octávio Gouvêa de Bulhões, economista que passara pela Escola de Chicago, egresso dos núcleos decisórios do complexo IPES-IBAD. Para a superação da crise foi desenvolvido o PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo), sob as ordens do General do Humberto de Alencar Castelo Branco. O Programa pôs em prática “uma política de recessão calculada, cujo sentido é o de preparar as bases institucionais para um processo de concentração de capital que vinha se dando caoticamente. Não se muda o padrão de acumulação, sustentado na expansão do Departamento III (...)”[2].

          O plano estipulou como suas principais metas o combate a inflação, a redução do déficit público, e a retomada do crescimento econômico, sempre em bases monetaristas. A “politica de recessão calculada” penalizou especialmente a classe trabalhadora, pois uma das medidas adotadas pelo PAEG foi um severo controle salarial, logo apelidado de “arrocho”. Foi posto em prática um drástico corte nos gastos públicos, algo que também penalizou especialmente os setores populares; restringiu-se consideravelmente o crédito, gerando falências em série, houve aumento sobre as tarifas públicas, e elevação da taxa de juros. A rigor, a política da dupla Campos-Bulhões foi altamente recessiva, jogou os trabalhadores no sub-consumo, facilitou o processo de concentração de renda, privilegiando os grupos ligados ao capital externo, condenando os setores industriais pequenos e médios a bancarrota, ou a absorção por empresas com maior capacidade de resistência a crise, com destaque para as multinacionais.

          O ponto central do PAEG foi sem dúvida seu programa de controle salarial. Tais ajustes não seriam possíveis dentro do panorama pré-1964, em meio a um sistema que cada vez mais ampliava o protagonismo da classe trabalhadora. Os expurgos iniciais desorganizaram os movimentos sociais, e abriram terreno para as medidas recessivas dos governos militares. Mas não bastava apenas impor a política do arrocho, era necessário regulamentar a ofensiva patronal, dentro de um regime que buscou, durante toda a sua existência, dar respaldo legal a suas medidas de exceção, mesmo em seus períodos mais duros.”  (p. 193-195)

(Tabela IV)
 Evolução do salário mínimo (1959-1970)

Ano
Salário mínimo real
Índice de salário real
Janeiro de 1959
1.735,29
100
Janeiro de 1960
1.204,03
69
Janeiro de 1961
1.475,00
85
Janeiro de 1962
1.406,38
81
Janeiro de 1963
1.304,35
75
Janeiro de 1964
724,14
42
Janeiro de 1965
840,00
48
Janeiro de 1966
849,42
49
Janeiro de 1967
744,02
43
Janeiro de 1968
737,88
43
Janeiro de 1969
732,62
42
Janeiro de 1970
724,91
42
         
           Fonte: DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). Divulgação nº 1/76, p. 10, 19 de abril de 1976. Apud: MOREIRA ALVES, Matia Helena. Op. Cit. p. 140. Dados parciais.  

          A tabela acima descreve em números o que os trabalhadores do período chamaram de arrocho salarial. Notem que em 1967 o valor do salário mínimo equivalia a 43% de seu valor em 1959; no ano seguinte, a situação não se alterou, mas o rendimento nominal dos vencimentos foi ainda menor. Uma comparação entre o custo de vida e o salário médio da categoria dos metalúrgicos, indica que houve perda de 20% do poder aquisitivo na remuneração desse setor no ano de 1965; 25% em 1966, 26% em 1967, e 27% em 1968. Esta tendência vinha desde a década anterior, mas depois de 1964 se intensificou[3]. Sabe-se que a média de inflação durante toda a década de sessenta esteve na casa dos 40%, embora o governo tenha maquiado essas cifras. O poder de compra dos salários não acompanhava o ritmo da inflação, pauperizando amplos segmentos da classe trabalhadora, especialmente os setores menos qualificados[4].

           A política recessiva inaugurada com o PAEG tinha como principal sustentáculo a repressão as classes populares e o controle sobre os sindicatos. O saldo dessa política foi o aumento do desemprego, da carestia de vida, da miséria absoluta; acentuação do êxodo rural, trazendo consigo inchaço urbano e crescimento da violência. Estamos nos referindo ao ciclo 1964-1968, sendo que o auge da recessão do período se verificou no biênio 67/68, antecedendo o breve “milagre econômico”. (p. 207-208)

Sobre o FGTS,

           “O ponto alto da ofensiva econômica contra os assalariados foi sem dúvida a Lei 5.107, criada em 13 de setembro de 1966, posta em prática um ano depois, instrumento legal que institui o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Antes da nova Lei, empregados demitidos sem justa causa tinham direito a uma indenização, que equivalia a um mês de salário para cada ano trabalhado na empresa. Havia também a obrigatoriedade do cumprimento de um mês de aviso prévio antes da dispensa. Empregados com dez anos de casa tinham direito a estabilidade. Esse sistema garantia a segurança dos assalariados no que concerne a rotatividade nos postos de trabalho, e mantinha os salários em patamares relativamente satisfatórios.

           Após a lei 5.107, os empregadores foram desobrigados a pagar indenizações aos funcionários dispensados, e foi abolida a estabilidade. As dispensas em massa tornaram-se corriqueiras, e os custos eram debitados dos salários dos empregados. Pelas novas regras, 8% dos rendimentos mensais dos assalariados passaram a ser depositados no Fundo de Garantia, valor a ser resgatado após dispensa imotivada. Notem que os contratadores não arcavam mais com os custos das demissões, agora financiados pelos próprios dispensados. O FGTS garantiu uma elevada taxa de turn over, e possibilitou uma defasagem crescente nos índices salariais. O novo sistema atendia sobretudo as exigências das empresas multinacionais, desejosas em ampliar sua taxa de exploração da mais-valia e aumentar sua produção. O novo Fundo também contribuiu “para a acumulação de capital, ao funcionar como fonte de crédito para investimento por parte dos empregadores”[5]. A se somar a esse conjunto de fatores, uma Justiça do Trabalho inclinada a ceder as pressões do patronato, as expensas de uma classe trabalhadora super-explorada. (p. 195-196)   

Insatisfação da sociedade e escalada autoritária,

         "Ainda que a inflação tivesse baixado, em relação ao ano anterior, de 87,8% para 55,4%, a política recessiva posta em prática por Roberto Campos e Octávio Gouvêa de Bulhões jogou o país numa séria recessão. Nesse mesmo ano, o setor industrial apresentou uma taxa de crescimento negativa (-4,7%), o salário dos trabalhadores permaneceu congelado, e uma onda de falências penalizou pequenas e médias empresas. Uma sondagem de opinião pública, realizada na Guanabara, deu conta de que 63% dos inquiridos desaprovavam as políticas econômicas do governo[6]. Tal insatisfação seria expressa nas eleições de outubro do ano em questão, que deram vitória a Negrão de Lima na Guanabara, candidato que era alvo da antipatia dos militares linha dura. O mesmo se verificou em Minas Gerais, com a vitória de Israel Pinheiro.

         A resposta de Castelo Branco, pressionado pela linha dura, foi a decretação do AI-2 – fim dos partidos políticos (...) "(p. 86)


Super-exploração,

          “(…) a notável disciplina imperante permitiu a muitas empresas elevar ao máximo a intensidade do trabalho. Face a um rápido aumento da procura, o trabalho em horas extraordinárias generalizou-se de tal modo que já se considera que a jornada de oito horas, consagrada em lei,  foi na prática abolida na maioria das indústrias. (…) Em 1971, para uma população ativa de 7,6 milhões de pessoas, foram registrados 1,4 milhão de acidentes; em 1972, para 8 milhões de trabalhadores, 1,5 milhão de acidentes; em 1973, para uma população ativa um pouco superior a do ano anterior, foi registrado 1,6 milhão. Em números relativos, algo próximo da assombrosa taxa de 20% de ocorrências, um dos mais altos índices do mundo”. Revista Opinião, Nº 83, junho de 1974. Apud: SINGER, Paul. Op. Cit. p. 80-82.  (p. 295)

          Como visto acima, a grande vítima da ditadura civil-militar da ditadura (1964-1985) foi a classe trabalhadora, que pagou diariamente com seu sangue pelos privilégios despudorados das elites golpistas. Essa gente manteve as principais engrenagens do poder nacional em suas mãos. Há cinquenta anos, a mais tênue perspectiva de perda de seus privilégios levou tal grupo a tomar o poder pela força e voltar todas as estruturas do Estado contra o povo. Essa mesma elite não pensará duas vezes para cometer o mesmo crime. O que mostramos acima é uma pequena parte de todos os ataques da burguesia contra os trabalhadores, há muito mais a se denunciar.

          Este texto tem caráter de alerta, não de previsão ou prognóstico, até por que não está a minha altura tal empreitada. Apesar das semelhanças, a conjuntura de 2013 difere em muito da de 1964, a começar pelo fato de não nos encontrarmos em recessão econômica, num panorama internacional de crise. Contudo, certos setores de nossa sociedade estão prontos a encarar uma nova aventura golpista, de consequências imprevisíveis. É preciso barrar essas forças, como dito acima, a conjuntura agora é outra, se eles derem um golpe, os efeitos serão exponencialmente mais nefastos que os de 1964. Vamos ampliar esse debate.

   

[1]                 SAES, Décio. Op. Cit. p. 147
[2]                                                                                                                                                               OLIVEIRA, Francisco de. Op. Cit. p. 92. O Departamento I (indústria de base) seguiu sendo abastecido por empresas multinacionais, após a recuperação do ciclo recessivo, no “período que vai de 1968/71, a indústria de material de transporte (na qual predomina a automobilística) cresceu 19,1% ao ano, a de material elétrico (na qual se inclui a de aparelhos eletrodomésticos e a de eletrono-domésticos) cresceu 13,9% ao ano, ao passo que a indústria têxtil (de consumo predominante entre as classes populares) cresceu apenas 7,7% ao ano, e a de produtos alimentares (idem) 7,5% ano e a de vestuário e calçado s(idem)  6,8% ao ano”. ANTUNES, Ricardo. Op. Cit. p. 107-108 
[3]                 LOPES, Carmem Lúcia Evangelho. Op. Cit. p. 23
[4]                 “Na verdade, o “arrocho” não se fez sentir, igualitária e simultaneamente, sobre todos os níveis salariais, mas seletivamente, atingindo de modo muito mais grave os assalariados menos qualificados cujo nível de ganhos dependia, em maior grau, do poder de barganha da classe em conjunto.” SINGER, Paul. A Crise do “Milagre”. Interpretação crítica da economia brasileira. 7ª Edição. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1985. p. 57-58
[5]                 Idem p. 118-121
[6]               MOREIRA ALVES, Maria Helena. Estado e Oposição no Brasil (1964-1984). Bauru-SP: Edusc, 2005. p. 98.



sexta-feira, 14 de junho de 2013

Alckmin não vê truculência da PM e diz que vai apurar 'excesso pontual'



Geraldo Alckmin é uma pessoa doentia

As centenas de depoimentos e imagens relatando a repressão da Polícia Militar ao ato de ontem (13) pela redução das tarifas do transporte público em São Paulo, que terminou com pelo menos uma centena de feridos, não foram suficientes para convencer o governador Geraldo Alckmin (PSDB) da truculência e do autoritarismo das tropas comandadas por ele contra os manifestantes.
“A polícia estava trabalhando. Se houve excesso pontual, será apurado”, disse Alckmin hoje de manhã (14) aos jornalistas, após cerimônia no Palácio dos Bandeirantes em que celebrou convênios da Operação Delegada com mais seis municípios.
Ele voltou a acusar os manifestantes de “vandalismo”, afirmando que o movimento tem caráter violento e motivações políticas. O governador não esclareceu, porém, quais seriam essas motivações.
“A polícia tem trabalhado para garantir o direito de ir e vir das pessoas. A polícia atua até para proteger os próprios manifestantes”, afirmou Alckmin, aparentemente desinformado sobre os episódios de ontem, quando mais de 40 pessoas foram detidas antes mesmo de chegar ao local da manifestação, algumas pelo crime de estarem portando vinagre – líquido usado para reduzir os efeitos das bombas de gás lacrimogêneo.
Após essa breve declaração, o governador retirou-se sem responder às perguntas dos jornalistas.

Ação PM em protesto alta de ônibus de São Paulo

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PM paulista reprime manifestação


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Não, segundo o governador de SP, isso que vemos acima não é truculência. O que será "excesso" em sua mentalidade doentia de fanático religioso da Opus Dei? Talvez a imagem abaixo, mas apenas talvez, dentro de sua lógica medieval tukkkana...

"excesso pontual", ou o sonho da extrema-direita paulistana capitaneada pelo senhor Geraldo  Alckmin



quarta-feira, 12 de junho de 2013

Irmão de professora da USP desaparecida na ditadura critica reitor João Grandino Rodas

Carta Maior

Em carta enviada à Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, o jornalista Bernardo Kucinski (foto) critica falta de empenho do reitor João Grandino Rodas e da direção do Instituto de Química para esclarecer demissão de sua irmã, a professora Ana Rosa Kucinski, dos quadros da universidade. Sequestrada por órgãos de repressão durante a ditadura, ela foi demitida na época por abandono de emprego. 

Diante das dificuldades enfrentadas para que a Universidade de São Paulo (USP) reverta a demissão por abandono de emprego da professora Ana Rosa Kucinski, desaparecida durante a ditadura militar, seu irmão, o jornalista Bernardo Kucinski, decidiu acionar a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo.

A própria comissão já havia cobrado da USP esclarecimento sobre o caso, mas não encontrou, na visão de Kucinski, amparo no reitor João Grandino Rodas. “Penso que não iniciou bem o Magnífico Reitor sua participação no esforço nacional de busca da verdade”, afirmou o jornalista, em carta enviada ao deputado estadual Adriano Diogo.

No documento, Kucinski também criticou a omissão do Instituto de Química da USP, ao qual Ana Rosa era vinculada, e ainda lembrou que a comissão da verdade na USP “não iniciou suas sessões, não possui regimento interno e nem cronograma de trabalho”.

O jornalista lançou em 2011 o livro K. (editora Expressão Popular), em que narra a dramática busca empreendida por seu pai para encontrar Ana Rosa. Leia a seguir a íntegra da carta.



“Ao Deputado Estadual
Sr. Adriano Diogo
Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva

Prezado deputado e demais membros da Comissão de Verdade da ALESP,

Lamento que a Reitoria da Universidade de São Paulo tenha considerado “inoportuna” a iniciativa dessa comissão de esclarecer as circunstâncias da demissão por abandono de função de minha irmã Ana Rosa Kucinski, “presa e desaparecida política”.

Considero subterfúgio a justificativa do magnífico reitor João Grandino Rodas de que foi instituída uma comissão da verdade na USP. Essa comissão não iniciou suas sessões, não possui regimento interno e nem cronograma de trabalho.

E o tempo urge. Meu irmão Wulf Kucinski, que tanto batalhou pela localização de minha irmã, faleceu ao ano passado aos 80 anos de idade, sem conhecer a verdade dos fatos. Eu já estou na casa dos 76 anos.

Lamento igualmente os inaceitáveis termos da declaração da Congregação do Instituto de Química, de 27 de setembro do ano passado, nos quais também se apoia o Magnífico Reitor, para justificar o seu não comparecimento. Diz a Congregação a certa altura que “se solidariza com a família, amigos de colegas que, na época, não souberam das reais circunstância do seu desaparecimento.

Ora, senhor deputado, o inusitado e escandaloso desse caso, sem paralelo na história da USP, está justamente no fato de que se sabia, sim, na época, e sobejamente, do caráter forçado e involuntário de seu não comparecimento ao trabalho.

Quando a Comissão Processante da Reitoria e a Congregação da Química decidiram pela demissão, em janeiro-fevereiro de 1975, já era amplamente conhecida a condição de desaparecida política de minha irmã, conforme documentos, testemunhos e até notícias de jornal,
tudo isso juntado em apelo à comissão processante pelo nosso advogado, o falecido Dr. Aldo Lins e Silva, em 24 de janeiro de 1975, e denegado pela comissão

Enquanto entidades como a Anistia Internacional e a Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo já se empenhavam em denunciar a repressão política no Brasil, a Congregação da Química e a Reitoria dessa universidade optaram pelo caminho oposto de legitimar e dar cobertura ao ato criminoso do sequestro e desaparecimento de minha irmã. É disso que se trata.

Ao se fiar nessa declaração falsa do ano passado da Congregação da Química, penso que não iniciou bem o Magnífico Reitor sua participação no esforço nacional de busca da verdade. Anoto também que o longo parecer da Assessoria Jurídica da Universidade, emitido em julho de 95 em resposta ao meu pedido de anulação da demissão (Processo 74.1.17459.1.7), embora recomendasse ao Magnífico Reitor a aceitação do meu pedido, camufla e absolve por trás de uma obscura linguagem jurídica o nefasto papel de coadjuvantes de um crime, desempenhado pela instituição USP nesse episódio, em especial por essa mesma Assessoria Jurídica à época. Não há uma palavra de autocrítica.
(processo 17.499/74/RUSP).
Senhor Deputado e demais membros da comissão da Verdade Rubens Paiva: os procedimentos que culminaram na demissão de minha irmã não resultaram do colaboracionismo ou conivência isolada ou medo ou fraqueza de um ou outro funcionário ou professor. Constituíram um processo coletivo da USP como organismo social, envolvendo servidores e professores e instituições e formalismos de todos os escalões da Universidade desde sua assessoria jurídica até a Congregação da Química.

Entendo o constrangimento de ver tudo isso posto a nu, mas, sem o exame profundo de todos as etapas que levaram à lamentável decisão da Congregação da Química e do reitor à época, não mudará a cultura que permitiu que isso acontecesse.


Quando o magnífico reitor Flávio Fava de Moraes, atendendo requerimento meu e ao parecer acima mencionado da Assessoria Jurídica, emitiu, em 20 de julho de 1995, ordem para que fosse cancelada a demissão, e “restaurada a verdade histórica no prontuário e no processo de minha irmã”, ficou faltando a mesma restauração da verdade histórica no âmbito da burocracia e do sistema de poder universidade em si.

Se isso tivesse sido feito, a Congregação da Química não teria emitido mais de sete anos depois a lamentável declaração de que na época da demissão “ignorava as circunstâncias”, Termino reiterando minha disposição de comparecer a essa comissão, desde que assim o façam os dirigentes dos setores da USP envolvidos no caso e/ou com conhecimentos dos fatos.

Atenciosamente,

Bernardo Kucinski” 



 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Movimento contra redução da maioridade penal ganha força em São Paulo

Vereadores, conselheiros tutelares e membros de organizações sociais de São Paulo criaram neste mês o Movimento Contra a Redução da Maioridade Penal. O objetivo é sensibilizar parlamentares a se posicionarem contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33/2012, do senador Aloysio Nunes (PSDB), que prevê que adolescentes infratores com mais de 16 anos sejam encaminhados para o sistema penitenciário convencional.
A próxima reunião do grupo será na segunda-feira (10), às 14h, na Câmara Municipal de São Paulo. Na ocasião, serão organizados um grande debate sobre o tema no dia 26 uma marcha pela cidade contra a proposta, prevista 13 de julho. O movimento já tem uma página no Facebook e no Twitter e em breve será criado um blog para divulgação de notícias.
Entre os vereadores integrantes do movimento estão Juliana Cardoso (PT), Toninho Vespoli (PSOL), Paulo Fiorilo (PT), Nabil Bondoki (PT) e Jair Tatto (PT). Também participam membros do Conselho Tutelar de São Paulo, da Pastoral do Menor, do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e Pastoral da Juventude da Arquidiocese de São Paulo.
“Nós não achamos que o adolescente infrator não deve ser responsabilizado. Não é isso. Ele deve, sim, pagar pelo que ele fez, mas não no sistema carcerário convencional, onde entra um aviãozinho (que vende pequenas quantidades de drogas aos usuários) e sai um traficante”, afirma a secretária do movimento, Luciana Koga, membro do Conselho Tutelar de Cidade Tiradentes, na zona leste.
“Queremos que as pessoas se perguntem: ‘A quem interessa a redução da maioridade penal?’”, disse Luciana. “E vocês já encontraram uma resposta?”, questionou a reportagem da RBA. “Sim. Um dos motivos é o nosso governo estadual que está há 20 anos no poder e que, nesse tempo, devia ter promovido políticas públicas para a juventude.”
“Para termos uma ideia, semana passada fui acompanhar um menino de 11 anos que foi pego pela polícia por ter roubado um celular”, continuou Luciana. “Conheci a mãe dele, grávida pela 12ª vez, que me contou que em casa só havia um saco de arroz para comer. Fui levá-los até lá, um barraco bem em frente a uma biqueira de uma favela em Cidade Tiradentes. E eu os deixei ali. Que perspectivas essa criança tem? O que foi oferecido para essa família?”
Atualmente três propostas de emenda à Constituição sobre a possibilidade de punir infratores menores de 18 anos (PECs 33/2012, 74/2011 e 83/2011) tramitam na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O relator, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), já emitiu parecer pela aprovação da PEC 33/2012 e pela rejeição das demais.
Pela proposta tucana, adolescentes com 16 anos seriam encaminhados para o sistema carcerário convencional nos casos de crimes hediondos, tráfico de drogas, tortura e terrorismo ou reincidência na prática de lesão corporal grave e roubo qualificado.
Caberá ao Ministério Público decidir sobre a medida, levando em consideração a conduta do adolescente infrator, seu histórico familiar, social, cultural e econômico.

Próxima reunião, aberta à participação popular, será na segunda-feira (10); grupo programa ato para quinta-feira (13)