quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Policiais paulistas mataram quase o dobro das polícias dos EUA. Entre 2001 e 2011, policiais do estado de São Paulo em serviço e em folga mataram 6.809 pessoas. Números superam as 3.768 pessoas mortas pelas polícias em todas as federações dos Estados Unidos

Para a PM paulista, matar se tornou um fetiche



Entre 2001 e 2011, policiais do estado de São Paulo em serviço e em folga mataram 6.809 pessoas. Números superam as 3.768 pessoas mortas pelas polícias em todas as federações dos Estados Unidos
Entre 2001 e 2011, as polícias do Estado de São Paulo mataram 5.591 pessoas. Outras 1.218 vítimas foram mortas por policiais fora de serviço. A maioria são jovens do sexo masculino, principalmente negros. Os dados são do 5º Relatório Nacional sobre os Direitos Humanos no Brasil, divulgado pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP).
Os números superam as 3.768 pessoas mortas pelas polícias em todas as federações dos Estados Unidos entre 2001 e 2010.
No ano seguinte ao analisado pelo relatório, o índice de homicídios cometidos pela polícia continuou crescendo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, de janeiro de 2011 a setembro de 2012, foram registrados 806 casos de letalidade policial, conhecidos como “resistência seguida de morte”. Devido ao descontrole da corporação, o termo foi substituído por “morte decorrente de intervenção policial”, no começo de janeiro, pelo secretário de Segurança Pública, Fernando Grella.
A recomendação partiu da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR), após uma série de atos públicos realizados pelas organizações sociais que compõem o Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra e Periférica.
O relatório do NEV aponta ainda que 961 policiais foram mortos em confrontos de 2001 a 2011, a maioria em ações fora de serviço .



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O direito de existir (eu, como você)



(Prostitutas em bordel de Lahore, então Índia –hoje território do Paquistão–, em 1946)
Tramita na Câmara o projeto de lei de autoria do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) que regulamenta o exercício da prostituição no Brasil. O projeto garante aos profissionais do sexo o acesso à saúde, aos direitos trabalhistas, à segurança pública e sobretudo à dignidade. Será considerada profissional do sexo toda pessoa maior de 18 anos e capaz que voluntariamente presta serviços sexuais mediante remuneração, de forma autônoma ou em cooperativa. Pelo projeto, os/as prostitutos/as terão direito à aposentadoria especial com 25 anos de serviço. O parlamentar também diferencia a prostituição da exploração sexual. Wyllys quer urgência na aprovação da proposta. Afinal, daqui a pouco chegam a Copa do Mundo e as Olimpíadas e quem, em sã consciência, acredita que os serviços destes profissionais não será fartamente utilizado?
Obviamente o conservadorismo recebeu mal o projeto. É típico dos hipócritas tentar tapar o sol com a peneira, fingir que não existe o que existe. Para falar sobre a importância de regulamentar a prostituição, Socialista Morena convidou Monique Prada, blogueira e tuiteira de Porto Alegre especializada em diversão para adultos. Quem melhor para falar sobre a regulamentação de uma profissão do que uma profissional da área? Não é assim com jornalistas, engenheiros, advogados? Com a palavra, Monique.
***
O direito de existir (eu, como você)
Por Monique Prada*
O senso comum trata a prostituição como a mais antiga das atividades remuneradas. 
Embora eu não estivesse lá para testemunhar, meus parcos conhecimentos da História
 da humanidade não me dão base sólida para contestar tal informação – de modo que a tomaremos como verdade, de momento. Fato é que a prostituição existe desde há muito 
e, por mais estigmatizada, discriminada, isolada que seja a pessoa que a exerce, segue
 existindo, sem dar sinais reais de que sua extinção esteja próxima.
Assunto em voga hoje em dia, o projeto de lei que visa regulamentar a atividade vem 
encontrando apoio e oposição em vários setores da sociedade organizada. É um projeto 
bastante inteligente, conectado à realidade. Um dos pontos mais importantes em seu texto é a legalização das boates, clínicas e casas de prostituição, estipulando inclusive
 valores percentuais para determinar o que se pode considerar “exploração” – a qual passa 
a ser o crime – e o que seria lucro aceitável a uma empresa destinada à diversão adulta e
 à comercialização de serviços sexuais. Seus maiores opositores, além dos tradicionais
 grupos religiosos de matizes variados, devem estar justamente nos donos dos bordéis e 
afins. Situação análoga a de qualquer tentativa de regulação do trabalho em qualquer 
época em nosso país, vide o ocorrido na década de 1940.
Incrivelmente, algumas pessoas reagem como se o projeto “criasse uma nova profissão”, 
e não simplesmente regulamentasse o que já temos por aí, funcionando dia e noite à
 revelia da lei – o que pode, em muitos casos, dar margem inclusive a outras ilegalidades e a uma situação de vulnerabilidade real e segregação ao profissional, que não tem a quem 
recorrer na hora de fazer valer seus direitos. O projeto praticamente não afeta em nada a
 vida das chamadas “acompanhantes de luxo” (luxo, aliás, é um termo até irônico quando 
aplicado ao ramo…) que atuam de modo independente através de sites e comunidades na 
Internet, ou mesmo em casas mais conceituadas, que não costumam perceber 
remuneração direta sobre o valor cobrado pela profissional.
Entretanto, é de grande 
importância para proteger as prostitutas em situação de maior vulnerabilidade social. Não 
regulamentar não acabará com os prostíbulos baratos e insalubres. A não 
regulamentação apenas favorece o trabalho das máfias, o tráfico humano, a escravidão (e 
lembremos que trabalho escravo não é acontecimento inerente apenas à prostituição: há 
mão-de-obra escrava farta na indústria da construção civil, do vestuário, da mineração… E
 a situação do trabalhador doméstico nos pontos mais longínquos do país, como anda?).
Os efeitos positivos da regulamentação talvez não sejam visíveis a curto prazo, não cabe 
ilusão a esse respeito. O projeto de lei não é perfeito, tem suas falhas – coisa que não 
ficou clara para mim, por exemplo, é como se daria a cobrança pelo serviço em caso de não pagamento pelo cliente: haveria um contrato escrito entre as partes? E no que
 consistiria o trabalho “em cooperativa” proposto? O texto precisa ser melhor estudado, 
aperfeiçoado, ajustado à diversidade de situações regionais. Mas é um puta avanço – com 
o perdão do trocadilho, babaca e quase inevitável.
Lembremos sempre: todos nós, quando “decidimos” trabalhar, o fazemos pela 
necessidade de nos sustentarmos, e aos nossos. Não importa em que área trabalhamos, 
o fazemos pela grana – e, quem sabe, por alguma satisfação pessoal também. Exploração é regra nas relações que regem nossa sociedade, não exceção, os mais
 conscientes sabem muito bem. Somos contra, mas, até o momento, leis, regras e 
fiscalização foi a solução que amenizou o problema, para todos.
Feliz é aquele que trabalha no que gosta. Assim é com o profissional do sexo também. A
 prostituição é, sim, “um trabalho como outro qualquer”, porém com suas peculiaridades.
 Manter a “profissão” à sombra da legalidade, negando direitos, negando regulamentação,
 só contribui pra que se trabalhe em um ambiente de violência, exploração,
 SEGREGAÇÃO. Além do mais, já passou da hora de sermos vistas – nós, meretrizes – 
como cidadãs responsáveis por nossas escolhas e donas de nossas vidas.
Muitos movimentos nos tratam como seres incapazes de escolher nossos
 caminhos, vítimas de um trabalho que nos oprime, ignorantes sobre o mundo que 
nos cerca. O que verdadeiramente nos oprime é estar à margem, é o trabalho mal
 pago, é a invisibilidade forçada, esse vitimismo imposto, aliado a uma romântica 
compreensão de que sexo é algo pelo qual não se pode cobrar sem uma vaga 
sensação de erro, de pecado, de culpa. Somos nós, meretrizes, também, donas e 
senhoras de nossos corpos, mesmo durante nosso período de trabalho. Percebam:
 alugar seu tempo não é equivalente a alugar ou vender seu corpo, como pensam 
tantos/as. Quem contrata os serviços de uma prostituta não tem direito ao abuso 
ou à violência. Há uma diferença sensível, porém importante, entre um conceito e 
outro.
Alguns, com boa intenção talvez, mas desconhecendo a realidade, dizem que é uma atividade “indigna” e, portanto, não passível de direito. Dignidade é liberdade. Exercer seu ofício de modo digno e ter seus direitos de trabalhador respeitados, isso é libertar o profissional do sexo. Exigir que um profissional abandone seu trabalho não o liberta de 
nada. É, sim, interferir vergonhosa e autoritariamente na vida de pessoas adultas e com
 condições de decidir. Eu, como você.
*Monique Prada é porto-alegrense, blogueira, tuiteira e ativista de sofá. Ou de cama, se assim preferirem.





segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Salve Sabotagem, herói do rap nacional


Brasil de Fato

O legado de Sabotage, a saudade de Maurinho

No dia 24 de janeiro de 2003 o maestro do Canão, referência à favela em que morava, deixava nosso mundo. Ele seria, no dia seguinte, a atração surpresa em uma das atividades do Fórum Social Mundial, onde nascia o jornal Brasil de Fato


   
   O rapper paulistano Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage. Foto: 13 Produções
Na altura do número 3.100 da Avenida Água Espraiada, no Brooklin, zona sul de São Paulo, uma porta de madeira é o elo entre a imagem projetada pelo poeta e a realidade. Ali, na apertada, acanhada, acolhedora e mística favela do Canão, um corredor de aproximadamente 20 metros é o que liga todas as casas e serve de passagem aos moradores. No final dele, quatro jovens balançam o corpo ao som de País da fome, um dos sucessos musicais de Mauro Mateus dos Santos, o Maurinho, ou Sabotage.
O amor de Sabotage a sua comunidade o colocou no patamar de Alberto Caeiro, pseudônimo de Fernando Pessoa. Se o rio Tejo não é mais belo que o rio que corre pela aldeia do poeta português, também não há melhor lugar que a Favela do Canão. Com a força de sua música, Sabotage fez o pequeno vilarejo onde vivem 18 famílias ser quase tão conhecido quanto a Favela da Rocinha, com seus 70 mil habitantes.
Considerado uma lenda no movimento Hip Hop, Sabotage começou a carreira em 1998, fazendo parcerias com o grupo RZO [Rapaziada da Zona Oeste]. A partir daí, com estilo próprio de cantar e criatividade nas composições, o músico disparou até chegar às telas do cinema nacional. Participou do filme O Invasor (2001), de Beto Brant, e também de Estação Carandiru (2003), de Hector Babenco.
Sabotage ganhou, no final de 2002, o Prêmio Hutus como revelação do ano e personalidade do movimento Hip Hop. No entanto, a ascensão meteórica foi interrompida por quatro disparos à queima-roupa há dez anos. “Eu lembro até hoje o que o repórter falou na televisão: ‘Mauro Mateus dos Santos, conhecido como Sabotage, foi assassinado hoje por volta das seis da manhã’, lembra Wanderson Rocha, o Sabotinha, de 20 anos, filho mais velho do cantor.

   
Wanderson Rocha (Sabotinha) e Tamires Rocha, filhos de Sabotage.
Foto: Douglas Pereira Gomes
   
A filha do meio, Tamires Rocha, embora tivesse oito anos de idade, ainda recorda com detalhes aquela manhã do dia 24 de janeiro de 2003. Ela conta que estava junto de seu irmão se arrumando para ir à escola. “Foi aí que um vizinho nosso, o Diego, bateu na porta da nossa casa e disse que minha mãe tinha ligado e que era pra gente não sair. Foi quando, na televisão, falou ‘Sabotage’. O pai do Diego desligou a TV e falou pra gente subir para o quarto. Só que a televisão do quarto estava ligada, aí ouvimos a notícia. Meu pai tinha sido baleado”, lamenta Tamires.
Na data em que sofreu o atentado, Sabotage viajaria para Porto Alegre (RS), onde, no dia seguinte, seria atração surpresa em uma das atividades do Fórum Social Mundial. Coincidência ou não, no dia 25 de janeiro, em meio aos anseios dos povos por transformações estruturais na sociedade, nascia o jornalBrasil de Fato.

Exemplo

Chamado Maestro do Canão, Sabotage colecionou afetos no lugar onde viveu. “Nossa comunidade passou a ser reconhecida depois das músicas dele. Ele falava nossa realidade”, relata Tatiane Cristina, 32, moradora do Canão e amiga do rapper desde a infância. “Ele nunca mudou o jeito dele. Sempre foi humilde”, conta Lucilene Santos Almeida, que cuida do único comércio do local, um boteco. “Eu vi ele escrevendo a música Respeito é pra quem tem. Nossa, Maurinho era foda, chega até a arrepiar”, diz emocionada Vilma Maria, 33, que diz se sentir privilegiada pelo legado que Sabotage deixou à comunidade. “As crianças hoje em dia levam como exemplo as músicas dele. A gente também mudou bastante. A gente leva o que ele deixou no coração como exemplo, e vamos passando para as nossas crianças”, diz.
Maria Dalva, viúva do rapper, faz papel dobrado na educação dos filhos. Preocupada com o futuro de Wanderson, Tamires e Larissa, ela enaltece a importância do exemplo deixado pelo marido. “Sempre tem alguém oferecendo um caminho errado, e nessas coisas de rua e de crime o pai sempre é mais ouvido do que a mãe. Então eu não sabia, muitas vezes, como resolver isso. Mas graças a Deus nunca aconteceu nada. A maior herança que ele deixou para os filhos é a imagem dele”, desabafa.

Sabota Versátil

O cabelo espetado – inspirado no rapper americano Coolie –, o flow (estilo melódico) peculiar, a paquera com o cinema e o linguajar típico da malandragem transformaram Sabotage em uma personalidade insubstituível no rap. Mas o que mais chamou atenção em seu trabalho foi a versatilidade e a capacidade de dialogar com outros ritmos musicais.
Tais qualidades são destacadas pelo documentarista Ivan Vale Ferreira, que vem trabalhando no documentário Sabotage, o maestro do Canão, que retrata a vida e carreira do rapper.
Ferreira compara a morte de Sabotage com a de renomados artistas. Para ele, Maurinho, como era conhecido entre os amigos, tinha muito a doar para a música brasileira. “Pra mim é como se ele fosse Cássia Eller, Chico Science, pessoas que morreram no auge da carreira. Essa talvez seja a maior falta que ele faz, por ter pensado muito em fazer coisas diferentes e não ter tido tempo sufi ciente para realizar. A música nacional foi quem mais perdeu”, ressalta.
O documentário, que sairá pela 13 Produções, tem previsão de ser lançado ainda neste semestre e trará depoimentos de diversos músicos e pessoas ligadas a ele. O objetivo, segundo Ferreira, é demonstrar “a importância desse artista que misturou estilos e se tornou uma lenda após sua morte."

Radioagencia NP

Uma década sem Sabotage, talento resgatado de uma “boca”


Oportunidade de gravar CD foi decisiva para que Maurinho se tornasse um dos rappers mais conhecidos do Brasil. Moradores da Favela do Canão ainda não superaram a perda, e o engrandecem como artista e como pessoa

“Chegou lá e falou pra nós que estava ‘descabelado’. Ele tava armado e com uma par de papel de droga em cima.”
A descrição parece cena de um dos inúmeros filmes brasileiros que retratam o tráfico, mas o protagonista é um personagem da vida real: Mauro Mateus dos Santos, que em pouco tempo ficaria nacionalmente conhecido como Sabotage.
Parecia impossível, mas os rappers Rappin Hood e Sandrão foram até o ponto de venda de droga (“boca”) determinados a apresentar uma alternativa ao jovem, como narra o próprio Hood.
“Nós viemos te buscar. Você tem que largar esse bagulho, tio. Você vai com nós, irmão. Aí ele perguntou: ‘você está falando sério?’ eu disse que era isso mesmo! Nós vamos fazer uma corrida pra você gravar um CD. Aí mandou chamar o patrão, que enquadrou nós ainda. ‘Você vão levar o menino, mas e se um dia ele voltar aqui? Não vou dar trabalho pra ele, não! Aí a gente falou que ele não ia voltar. E o restante da história todo mundo conhece. Sabotage virou um dos maiores ícones do rap.”
Considerado uma lenda no movimento Hip Hop, Sabotage começou a carreira em 1998, fazendo parcerias com o grupo RZO (Rapaziada da Zona Oeste). A partir daí, com estilo próprio de cantar e criatividade nas composições, o músico disparou até chegar às telas do cinema nacional. Participou do filme “O Invasor” (2001), de Beto Brant, e também de “Estação Carandiru” (2003), de Hector Babenco.
Sabotage ganhou, no final de 2002, o Prêmio Hutus como revelação do ano e personalidade do movimento Hip Hop. No entanto, a ascensão meteórica foi interrompida por quatro disparos à queima-roupa há dez anos. Wanderson Rocha, o Sabotinha, de 20 anos, filho mais velho do cantor, lembra daquele dia como se fosse hoje.
“Eu lembro até hoje o que o repórter falou na televisão: ‘Mauro Mateus dos Santos, conhecido como Sabotage, foi assassinado hoje por volta das seis da manhã.'”
Na data em que sofreu o atentado, Sabotage viajaria para Porto Alegre (RS), onde, no dia seguinte, seria atração surpresa em uma das atividades do Fórum Social Mundial. Coincidência ou não, no dia 25 de janeiro, em meio aos anseios dos povos por transformações estruturais na sociedade, nascia o jornal Brasil de Fato.

Maestro do Canão

Chamado Maestro do Canão, Sabotage colecionou afetos no lugar onde cresceu. Com a força de sua música, fez a pequena comunidade onde vivem 18 famílias ser quase tão conhecida quanto a Favela da Rocinha, com seus 70 mil habitantes.
Passados 10 anos da trágica morte, moradores da Favela do Canão ainda não superaram a perda de Maurinho. São inúmeros os relatos que o engrandecem como artista e como pessoa.
Ele era extrovertido. Gostava muito de cantar.”
Maurinho foi do nada. O sonho dele foi realizado. Quando ele fez sucesso, ficou no auge mesmo, a gente perdeu ele”
Acho que nunca mais vai ter um ídolo daquele na comunidade que nem ele não vai ter mais não. As crianças hoje em dia levam como exemplo as músicas dele. A gente também mudou bastante. A gente leva o que ele deixou no coração como exemplo, e vamos passando para as nossas crianças. Eu vi ele escrevendo ‘Respeito é pra quem tem’. Nossa, Maurinho era foda. Até arrepia.”

Versatilidade

O cabelo espetado – inspirado no rapper americano Coolie –, o flow (estilo melódico) peculiar, a paquera com o cinema e o linguajar típico da malandragem transformaram Sabotage em uma personalidade insubstituível no rap. Mas o que mais chamou atenção em seu trabalho foi a versatilidade e a capacidade de dialogar com outros ritmos musicais.
Tais qualidades são destacadas pelo documentarista Ivan Vale Ferreira, que vem trabalhando no documentário “Sabotage, o maestro do Canão”, que retrata a vida e carreira do rapper.
Ferreira compara a morte de Sabotage com a de renomados artistas. Para ele, Maurinho, como era conhecido entre os amigos, tinha muito a doar para a música brasileira.
“Pra mim é como se ele fosse Cássia Eller, Chico Science, pessoas que morreram no auge da carreira. Essa talvez seja a maior falta que ele faz, por ter pensado muito em fazer coisas diferentes e não ter tido tempo suficiente para realizar. A música nacional foi quem mais perdeu.”

domingo, 27 de janeiro de 2013

O rock brasileiro is on the table



Banda Noysy

Noyzy


 ouvi de roqueirinhos metidos a besta que rock em português é como samba em inglês  Bobagem, o rock cai bem em qualquer língua, já ouvi bandas cantando em turco e achei legal. A música produzida no eixo anglo-saxão  possui caráter universal, para o bem e para o mal. Mas tem que se cantar em inglês,  não inventar uma língua nova, como fazem muitas bandas de garagem por aqui. Sepultura não é o único grupo brasileiro a fazer sucesso na gringa cantando em inglês,  temos também a renomada Cansei de Ser Sexy, além de outras, em vários estilos fora o rock. Em minha opinião  , o melhor a se fazer é cantar em nosso idioma mesmo, se for arriscar outra língua, só com muita confiança e conhecimento do idioma a se utilizar. 


A notícia correu a internet brasileira hoje. O produtor musical americano Jack Endino, que já trabalhou com os roqueiros do Nirvana, criticou as bandas brasileiras que cantam em inglês. O espanto dos brasileiros, que pensavam ser universais quando cantam in english, veio de um comentário óbvio do produtor. 

Ontem (23) à noite, depois que a banda brasileira Noyzy (foto acima), da Paraíba, enviou o link de uma música para ele, Jack Endino assim postou no seu Facebook: 


“Brazilian bands!!! WHY ARE YOU SINGING IN ENGLISH? I CAN NEVER UNDERSTAND A WORD OF IT! What is the point of this? It will not give you success outside of Brazil, and I don`t see how it can give you success INSIDE Brazil. Yes, I know Sepultura did it, but their English was excellent, their lyrics were good, and they were on an international metal record label. Who else has done it? I am really baffled and puzzled by this”.
 

Ou como traduziria o meu inglês Google:

“Bandas brasileiras!!! POR QUE VOCÊS CANTAM EM INGLÊS? EU NUNCA ENTENDO UMA PALAVRA! Qual o sentido disto? Essa coisa não vai lhes dar sucesso fora do Brasil, e não vejo como pode lhes dar sucesso dentro do Brasil. Sim, eu sei, o Sepultura fez isso, mas o inglês deles era excelente....”. 

 
E por aí foi. Mas vamos ao que mais importa, supondo que o desabafo acima não importe. 
 

Diante de um fato desses, de bandas brasileiras que desejam ser mundiais porque cantam no que pensam ser o inglês, eu não sei se escrevo sério, a sério, ou se rio. Então vamos numa boa mistura, à semelhança do título destas linhas. Watch, amigos. No tempo da minha infância, os meninos costumavam também falar inglês. Ali, sob o efeito de roliúde, todos éramos caubóis:

- Rói, roi, arroiado. Rendes forape. 

- Rum, roi rai rói. E tome soco.

Não sei de onde tirávamos que no inglês havia uma floresta de rai - rei- rói, que pronunciávamos com os olhos esbugalhados para melhor realçar o nosso inglês de cinema, arrolhados que estávamos de pureza nos ouvidos. Nós sempre interpretávamos os sons dos Estados Unidos como uma chuva de erres. Se assim foi na infância, impressionante é ver a repetição desses rairróis em jovens brasileiros, que, primeiro, tocam roque, segundo, pensam que assim se tornam estrangeiros, terceiro, pior, se acham universais pela negação do Brasil.

Na verdade, esse erro deslumbrado não é exclusividade das bandas de roque do brasil, assim mesmo, brazil em bezinho, para melhor ficar à altura do que pensam. Mais de um escritor brasileiro, Millôr Fernandes inclusive, já acreditou que se escrevesse em inglês seria mais conhecido e reconhecido o seu talento. Mas assim pensava sem abdicar do modo de ser e de sentir, escrevendo em bom português, criador e criativo. Que diferença dos gritos sem nexo de jovens que cantam de lugar não sabido para lugar nenhum. 

Há pouco, Jack Endino postou no seu Face o que o Google me traduz desta maneira:

“I posted emotionally, and my point was not obvious. Eu postei emocionalmente, e meu ponto não era óbvia. OK. OK. This is not only about Brazil, now. Isto não é só sobre o Brasil, agora. I know it`s rock and roll, there are no rules. É claro, você é livre para cantar em uma língua, que nem todos em seu próprio país pode entender. BUT if you are not good with that language, then NOBODY can understand you... Mas se você não é bom com essa língua, então ninguém pode te entender ... you are singing to NOBODY! você está cantando para NINGUÉM! How can this be smart for a band`s career? Como isso pode ser inteligente para a carreira de uma banda? A maioria das bandas têm problemas suficientes, apenas ser reconhecido em sua própria cidade... you hope to have success outside your country... você espera ter sucesso fora de seu país. do not forget that you are competing with a million bands who are native-speakers, and they already live there, and play there, and you do not. Não se esqueça que você está competindo com um milhão de bandas que falam a língua nativa, e eles já vivem lá, e tocam lá, e você não”.

É claro, o parágrafo acima não é português. Mas pelo espírito das frases é mais inglês que o das bandas de rock do Brasil. Notem, nem vem ao caso lembrar que o valor da arte se dá em qualquer língua, até mesmo nas mais bárbaras. Que se fosse pelo inglês – perdoem por favor este óbvio – Dostoiévski não teria ultrapassado as fronteiras da Rússia. Mas para o caso e nível de nossas bandas de rock, prefiro o exemplo mais simples e imediato da profunda música de Teló, aquele que, de se eu te pego em se eu te pego, virou vírus em todo o mundo. 

Creio que com o exemplo de Michel Teló chegamos à conclusão de que se pode ser idiota em qualquer língua. E para encerrar, lembro que em matéria de brasileiro que virou famoso ao falar inglês, quem fala melhor é o Joel Santana. Aliás, a seu modo Joel é o maior poliglota, daquele gênero de poliglota universal. Ele fala mal todas as línguas. 





sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Filme “O Mestre” investiga de forma cínica culto religioso


O Mestre, título do novo trabalho do cineasta norte-americano Paul Thomas Anderson
Mestre, título do novo trabalho do cineasta norte-americano Paul Thomas Anderson

O Mestre, título do novo trabalho do cineasta norte-americano Paul Thomas Anderson, é interpretado com som e fúria por Philip Seymour Hoffman. Parte guru religioso, parte homem de negócios, ele é a mente brilhante por trás de uma seita transcendental que, por meio de hipnose, incentiva seus seguidores a reencontrar traumas e fatos do passado (desta e de outras vidas).
Ele se chama Lancaster Dodd e, logo no começo do filme, encontra em Freddie Quell (Joaquin Phoenix) o seguidor perfeito, disposto não apenas a aceitar suas ideias, como colocá-las em prática e também ser uma espécie de leão de chácara. Veterano da Segunda Guerra Mundial, o rapaz é a mente perturbada que vem em direção ao mestre em busca de alívio. Mas este jamais pode se concretizar para ele.
Escrito e dirigido por Paul Thomas Anderson, um dos poucos cineastas em seu país que realmente merece o status de autor, O Mestre é um filme que gera, antes de mais nada, ansiedade: seria o diretor capaz de se superar depois do magnífico Sangue Negro (2007)?
Com este novo trabalho, que estreou no Festival de Veneza 2012, de onde saiu com prêmio de direção e ator, para Seymour Hoffman e Phoenix, não resta dúvida (se é que ainda restava) da capacidade do cineasta. Aqui, trata-se de uma história inspirada em L. Ron Hubbard, criador da Cientologia (uma espécie de culto que atrai famosos de Hollywood, entre eles Tom Cruise e John Travolta).
Mas este é apenas o ponto de partida para uma narrativa que, na forma, pode parecer um melodrama dos anos de 1950 (época em que, aliás, o filme se passa), como os de Max Ophuls e Douglas Sirk, para na trama mergulhar num tom bem mais sombrio do que uma conturbada história de amor mal resolvida: a essência humana.
Depois de voltar para casa, Freddie fica perdido na vida. As primeiras cenas dão conta de sua incapacidade de se readaptar, ter um emprego ou criar vínculos. Seu consolo é a bebida alcoólica, nem que seja uma beberagem que ele mesmo produz, e que, por acaso, o leva a se apegar ao Mestre e sua esposa, Peggy (Amy Adams). A partir de então, mergulha numa espiral sem volta, numa viagem que tem como guia Dodd, que lhe diz: “Você será meu protegido, minha cobaia”.
A relação transita entre um arquétipo de pai e filho, mas também há uma competição entre os personagens, que pode refletir-se em algo semelhante entre os dois atores, na disputa por se tornar centro das cenas, tamanha a voltagem das interpretações.
Dodd, sua seita e seus métodos tornam-se o alívio que Freddie procura para seu inferno pessoal. Mas não há qualquer tipo de salvação quando a alma já está consumida. O terceiro vértice de um triângulo não amoroso é a mulher de Dodd, Peggy, que como tantas outras esposas da filmografia de Anderson é a mulher forte por trás de um grande homem.
A seu modo, ela lembra a personagem de Julianne Moore em Boogie Nights, estrela dos filmes pornográficos de seu marido. Aqui, a personagem de Amy Adams, quando não está grávida, segura um bebê no colo. Tal qual Lady Macbeth, é doce e gentil ao mesmo tempo que é capaz de destruir vidas e incitar o marido a fazer maldades, sem que ela suje suas mãos.
São raros os filmes contemporâneos capazes de olhar a sociedade norte-americana com tanta lucidez. Os dois últimos filmes de Anderson são de época. Sangue Negro se passa na virada do século XIX para o 20, mas mostram os Estados Unidos do presente.
Naquela obra, a ascensão econômica era a causa do declínio moral e ético. Aqui, vem abaixo o mito da reinvenção da identidade, do recomeço. A terra das oportunidades e da fartura se abre apenas àqueles dispostos a se encaixar nas regras do seu jogo. É, mais uma vez, o sonho americano destroçado. Nem a religião consegue reverter o quadro. Pode fazê-lo por algum tempo, mas, ninguém se engane, nada é eterno.
A trama passa por Nova York, Filadélfia e Inglaterra, mas nunca abandona a sua alma: o mar do Pacífico onde encontramos Freddie pela primeira vez. As primeiras imagens do filme já mostram um mar em movimento, devorador, desafiador, capaz de engolir sem piedade quem dele se aproximar. Dodd é diferente, mas sua gentileza é apenas um disfarce para cumprir com seus objetivos, para conquistar mais seguidores.
O cinismo típico dos filmes de Anderson vem a calhar aqui. Há um humor negro, uma atmosfera de estranhamento ampliada pela trilha sonora excepcional de Jonny Greenwood (do Radiohead), que também assinou a música de Sangue Negro.
Poucos filmes norte-americanos recentes são tão poderosos como O Mestre, o que torna difícil aceitar que ele esteja fora da competição ao Oscar nas categorias principais (como melhor filme, diretor, roteiro e trilha); concorrendo apenas nas de ator (Phoenix) e coadjuvantes (Seymour Hoffman e Amy Adams).

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

PM de São Paulo homenageia golpe de 1964 em símbolo da corporação


   
Bandeirantes de ontem e de hoje


A Polícia Militar de São Paulo ostenta desde 1981, quando o Brasil já caminhava para a redemocratização, uma homenagem ao golpe de 1964 que derrubou o presidente João Goulart e mergulhou o País em duas décadas de ditadura militar.
O brasão de armas da PM é composto por um escudo com 18 estrelas prateadas que representam “marcos históricos da corporação”. Segundo o site da PM, a 18ª estrela é uma homenagem à “revolução de março” de 1964, nome pelo qual simpatizantes da ditadura chamam até hoje o golpe que derrubou Goulart.
Agência Estado
Brasão da Polícia Militar de São Paulo presta homenagem ao golpe de 1964 e à repressão de manifestações populares
Conforme o deputado Adriano Diogo (PT-SP), presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, um dos objetivos da comissão é fazer a revisão dos nomes de espaços públicos batizados em homenagem a personagens ou acontecimentos ligados aos regimes autoritários. E o brasão da PM está na mira.
“Casos como o do brasão da PM fazem parte do escopo da comissão”, disse o deputado.
O brasão foi criado em 1958 pelo então governador Jânio Quadros. Na época o símbolo tinha apenas 16 estrelas. Em 1981, no governo de Paulo Maluf, um decreto incluiu outras duas estrelas em homenagem à 2ª Guerra Mundial e à “revolução” de 1964.
Além do golpe militar, as estrelas representam outros casos controversos nos quais a polícia reprimiu com violência manifestações populares. Alguns episódios foram registrados no site da PM por meio de eufemismos.
É o caso da Revolta da Chibata, nominada no site da PM como “revolta do marinheiro João Cândido”. Cândido, também conhecido como o “Almirante Negro”, liderou em 1910 o motim de dois mil homens da Marinha em protesto contra os baixos soldos, condições degradantes (eles recebiam alimentos estragados) e os castigos remanescentes da escravatura que deram nome à rebelião.
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Site da PM de SP lista os 18 'marcos históricos' que fazem parte do brasão de armas
Os revoltosos tomaram embarcações de guerra e voltaram seus canhões contra o Rio de Janeiro, na época a capital federal. Acuado, o governo aceitou as reivindicações mas três dias depois rompeu o acordo, afastou amotinados, puniu os líderes e mandou Cândido e outros 17 homens para um calabouço na Ilha das Cabras, de onde só dois saíram vivos.
Segundo o major Hélio Tenório dos Santos, membro emérito da Academia Brasileira de História Militar, o papel da PM de São Paulo no episódio foi tomar o porto de Santos para impedir o possível desembarque dos amotinados no litoral paulista.
Outras estrelas celebram as guerras do Paraguai (1865 a 1870), e Canudos (1897), o episódio conhecido como “Os 18 do Forte de Copacabana”, as revoluções de 1924, 1930 e 1932, a repressão à Intentona Comunista em 1935 e o apoio ao golpe que instituiu o Estado Novo em 1937 --nominados como “movimentos extremistas”-- quando a PM atuou para evitar enfrentamentos entre comunistas e integralistas.
Greve dos operários de 1917
Um episódio especialmente polêmico que mereceu estrela no brasão da PM é a greve dos operários de 1917, considerada a primeira manifestação organizada da esquerda no Brasil e gênese do movimento sindical brasileiro.
Segundo a maioria dos historiadores a ação truculenta da polícia foi fundamental para que diversas manifestações isoladas de operários, na maioria anarquistas espanhóis e italianos, se transformassem na maior greve vista até então no Brasil.
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Funeral de José Martinez, estopim da greve de 1917
O estopim da greve geral foi o assassinato do sapateiro espanhol José Martinez, de 21 anos, pelas tropas estaduais. A morte de Martinez provocou a união dos trabalhadores descontentes e criou o clima propício para a greve que mobilizou mais de 70 mil trabalhadores, parou São Paulo, se espalhou para o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul e obrigou as autoridades municipais e estaduais a deixarem a cidade até o final do movimento por falta de garantias de segurança (da própria PM).
Fotos e relatos da época mostram a truculência da polícia contra os trabalhadores que pediam aumentos salariais, o fim da exploração da mão-de-obra infantil e feminina e o direito de organização sindical.
Segundo o major Hélio, o episódio foi registrado no brasão da PM devido a uma exceção. “É uma das passagens mais bonitas da história da PM”, disse o major.
Segundo ele, o então capitão Miguel Costa recebera ordens para dispersar um piquete. Ao chegar ao local ouviu um operário gritar: “Morra”!
“O capitão apeou do cavalo, foi falar com os manifestantes para saber o porque daquele ódio todo e foi recebido pelos líderes grevistas, que fizeram um relato das humilhações às quais eram submetidos nas fábricas”, disse o major.
Comovido com a situação dos trabalhadores, o capitão teria se dirigido ao dono da fábrica e o convencido a aceitar as reivindicações. “Foi a primeira intermediação entre grevistas e patrões no Brasil e foi feita por um policial”, disse o major.
Golpe x “revolução”
Ao justificar a homenagem ao golpe militar de 1964, ele usou uma versão contestada pela maioria absoluta dos estudiosos da época. “Havia escândalos de corrupção no governo Jango, o plano econômico fracassou e dois veio a radicalização com as reformas de base. O povo brasileiro revolveu dar um basta. A PM de São Paulo ficaria contra? Não”, disse o major Hélio.
Na verdade, as manifestações populares contra Goulart se resumiram a duas passeatas organizadas por mulheres católicas em São Paulo e Recife.
“A PM de São Paulo não tem nada a ver com política. Esse negócio de tortura não foi a polícia que fez. O DOI-Codi era responsável por isso”, justificou.
A reportagem do iG questionou: a polícia atuou com violência nas manifestações contra a ditadura, deu suporte às ações de repressão e vários homens do DOPS e da Operação Bandeirante eram egressos da PM.
O major respondeu: “não adianta julgar com os olhos de hoje fatos ocorridos 50 anos atrás. Para a época aquilo era aceitável. Era o homem da época. Além disso, muitos policiais militares foram mortos pelos esquerdistas. Este é o real motivo da estrela no brasão”.
De acordo com o major Hélio, o critério usado para as estrelas do brasão é a escolha de fatos de relevância estadual ou nacional nos quais a PM teve participação.
O deputado Diogo, presidente da Comissão da Verdade paulista, usou a ironia para dizer que a PM continua usando a truculência contra movimentos populares até hoje, passados 49 anos do golpe militar que derrubou Goulart.
“Vamos propor que o brasão da PM tenha uma 19ª estrela, em homenagem ao Pinheirinho” , disse o deputado petista, em referência ao episódio em que dois mil policiais expulsaram com violência as 1.600 famílias que ocupavam um terreno em São José dos Campos, um ano atrás.

    PM paulista dá ordem para abordar ‘negros e pardos’

    Aqui em SP vivem dizendo que é necessário avisar a PM que a ditadura acabou, pelo visto, também é preciso lembrar que a escravidão também acabou.


    Desde o dia 21 de dezembro do ano passado, policiais militares do bairro Taquaral, um dos mais nobres de Campinas, cumprem a ordem de abordar “indivíduos em atitude suspeita, em especial os de cor parda e negra”. A orientação foi dada pelo oficial que chefia a companhia responsável pela região, mas o Comando da PM nega teor racista na determinação.

    O documento assinado pelo capitão Ubiratan de Carvalho Góes Beneducci orienta a tropa a agir com rigor, caso se depare com jovens de 18 a 25 anos, que estejam em grupos de três a cinco pessoas e tenham a pele escura. Essas seriam as características de um suposto grupo que comete assaltos a residências no bairro. 

    A ordem do oficial foi motivada por uma carta de dois moradores. Um deles foi vítima de um roubo e descreveu os criminosos dessa maneira. Nenhum deles, entretanto, foi identificado pela Polícia Militar para que as abordagens fossem direcionadas nesse sentido. 

    Para o frei Galvão, da Educafro, a ordem de serviço dá a entender que, caso os policiais cruzem com um grupo de brancos, não há perigo. Na manhã de hoje, ele pretende enviar um pedido de explicações ao governador Geraldo Alckmin e ao secretário da Segurança Pública, Fernando Grella. 

    O DIÁRIO solicitou entrevista com o capitão Beneducci, sem sucesso. A reportagem também  pediu outro ofício semelhante, em que o alvo das abordagens fosse um grupo de jovens brancos, mas não obteve resposta até o fim desta edição.  

    terça-feira, 22 de janeiro de 2013

    El Vaticano construyó un imperio inmobiliario secreto con millones recibidos de Mussolini


    Qual o regime político do estado do Vaticano?


    Partido Comunista de Cuba

    La Santa Sede posee varios edificios en el Reino Unido, Francia y Suiza por un valor total de 800 millones de dólares

    El Vaticano podría haber adquirido varias propiedades en el Reino Unido, Francia y Suiza con el dinero recibido de Mussolini durante el régimen fascista en Italia.

    Esto es lo que reveló el diario británico 'The Guardian' tras haber realizado una investigación periodística y haber examinado los archivos del servicio de inteligencia británico. 

    De acuerdo con el periódico, el Vaticano, a través de una red de empresas fantasmas, posee edificios en Londres como el de la tienda de Bulgari en la calle New Bond o el del banco Capital Altium en la plaza de Saint-James, y otros bienes inmuebles en el Reino Unido, Francia y Suiza, por un valor total de unos 800 millones de dólares. 

    Este dinero, según 'The Guardian', fue recibido por la Santa Sede en 1929 de Benito Mussolini a cambio del reconocimiento papal del régimen fascista italiano. 

    El representante oficial del Vaticano en Londres, el arzobispo Antonio Mennini, se negó a comentar la situación.


    Texto completo en: http://actualidad.rt.com/actualidad/view/84398-vaticano-construyo-imperio-inmobiliario-secreto-millones-recibidos-mussolini

    El Vaticano construyó un imperio inmobiliario secreto con millones recibidos de Mussolini

La Santa Sede posee varios edificios en el Reino Unido, Francia y Suiza por un valor total de 800 millones de dólares

El Vaticano podría haber adquirido varias propiedades en el Reino Unido, Francia y Suiza con el dinero recibido de Mussolini durante el régimen fascista en Italia.

Esto es lo que reveló el diario británico 'The Guardian' tras haber realizado una investigación periodística y haber examinado los archivos del servicio de inteligencia británico. 

De acuerdo con el periódico, el Vaticano, a través de una red de empresas fantasmas, posee edificios en Londres como el de la tienda de Bulgari en la calle New Bond o el del banco Capital Altium en la plaza de Saint-James, y otros bienes inmuebles en el Reino Unido, Francia y Suiza, por un valor total de unos 800 millones de dólares. 

Este dinero, según 'The Guardian', fue recibido por la Santa Sede en 1929 de Benito Mussolini a cambio del reconocimiento papal del régimen fascista italiano. 

El representante oficial del Vaticano en Londres, el arzobispo Antonio Mennini, se negó a comentar la situación.


Texto completo en: http://actualidad.rt.com/actualidad/view/84398-vaticano-construyo-imperio-inmobiliario-secreto-millones-recibidos-mussolini