segunda-feira, 31 de maio de 2010
Felipe Melo, volante de Dunga, além de perna de pau é machista
Deputados espanhóis exigem que UE dê uma resposta contundente a Israel
Exigida contundente resposta europeia em nova agressão israelense |
domingo, 30 de maio de 2010
Racismo nas abordagens é marca da PM, diz major negro
sábado, 29 de maio de 2010
Vídeo sobre contaminação Shell/Basf é premiado na 5ª Mostra CineTrabalho, na Unesp Marília
Documentário, produzido pelo COT, Químicos Unificados e Atesq denúncia crime ambiental e humano das duas multinacionais, em Paulínia/SP
O vídeo documentário Caso Shell: O Lucro Acima da Vida sobre o crime de contaminação ambiental e humana cometido pela Shell Brasil e da Basf S.A. em Paulínia/SP foi uma das três produções premiadas na 5ª Mostra CineTrabalho, organizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Marília/SP. A solenidade de premiação ocorreu na noite de ontem (29 de maio) e não houve distinção por classificação entre as três obras.
Caso Shell: O Lucro Acima da Vida, por meio de depoimentos marcantes, expõe os efeitos da contaminação sobre os trabalhadores e moradores vizinhos à planta industrial da Shell e da Basf em Paulínia e a luta que travam pelo direito à saúde.
Antonio Rasteiro, da Atesq, fala durante premiação na Unesp
Para ler revista publicada pelo Unificados com resumo dos fatos e fotos sobre o crime ambiental Shell/Basf acesse AQUI e para a história completa CLIQUE.
As outras duas produções premiadas na 5ª Mostra CineTrabalho foram O Trem Nosso de Cada Dia e Bom Dia, Meu Nome é Sheila - Ou Como Trabalhar em Telemarketing e Ganhar um Vale-Coxinha.
Debate e luta de classes
A programação da premiação na Unesp em Marília não previa debates. No entanto, o vídeo Caso Shell: O Lucro Acima da Vida provocou que, espontaneamente, isso ocorresse.
Antonio de Marco Rasteiro, da Atesq, e Denise Simeão, deram depoimentos sobre o crime de contaminação e a produção do vídeo. Rasteiro questionou a isenção de alguns profissionais das áreas médicas e de pesquisas que também atuam para as empresas.
O depoimento de Rasteiro gerou um debate sobre o meio acadêmico, ao qual integravam a maioria dos presentes, sobre a postura de professores e pesquisadores frente à luta de classes, pois muitos destes profissionais também atuam para as empresas. O professor Ricardo Antunes, da Unicamp, presente em Marília, reforçou esta falta de isenção do meio acadêmico na questão.
Itinerante
Conforme projeto da 5ª Mostra CineTrabalho, agora as três produções premiadas serão levadas a exibição em programações de diversas cidades de todos estados do Brasil e também no exterior.
Objetivos
A 5a. Mostra CineTrabalho tem como objetivo divulgar e estimular a produção audiovisual (documentária ou ficcional) que trata do mundo do trabalho no Brasil e na América Latina, buscando dar visibilidade às condições de vida e trabalho de homens e mulheres, empregados e desempregados.
Os três trabalhos receberam o prêmio Premio Luis Espinal. Espinal foi um padre jesuíta boliviano-catalão, jornalista, cineasta e critico de cinema, liderança social ativa da Teologia da Libertação na luta pela justiça social e pelos direitos humanos.
No decorrer da década de 1970, Luis Espinal escreveu na Bolívia vários livros tratando da utilização do cinema como instrumento de conscientização popular. É de sua autoria os livros Cinema e seu processo Psicológico, Consciência critica diante do cinema e Sociologia do Cinema. Ele destacava a importância de preparar o espectador para que seja critico diante do cinema e para que possa reagir positivamente diante dele.
Em 21 de março de 1980, Luis Espinal foi seqüestrado e brutalmente torturado até a morte. O assassinato do padre Espinal se inscreveu nos fatos do terrorismo preparatório do golpe de Estado de Garcia Meza, ocorrido em 17 de julho de 1980 na Bolívia.
Para agendar exibição
O documentário Caso Shell: O Lucro Acima da Vida, como ocorre com muita constância, pode ser requisitado para exibição em entidades, sindicatos, escolas, faculdades e demais grupos interessados no tema. Após a exibição poderá ser realizado debate com ex-trabalhadores Shell/Basf e dirigentes do Sindicato Químicos Unificados.
Para agendar uma exibição do vídeo documentário, telefonar para (19) 3735.4908 ou enviar e-mail para:
quimicosunificados@quimicosunificados.com.br
EUA: Empresas lucram com a guerra permanente
A lei dos EUA proclama oficialmente o Memorial Day1 “como um dia de oração pela paz permanente”.
No entanto, os EUA estão muito mais próximos da guerra permanente do que da paz permanente. As empresas estão a obter lucros com as guerras e a fazer lóbi sobre os políticos para obter mais. Os EUA, e o resto do mundo, não têm dinheiro para arcar os crescentes custos humanos e financeiros da guerra permanente.
Primeiro lugar na guerra
Não há dúvidas de que os EUA são o número 1 da guerra. Neste próximo ano, os EUA irão gastar 708 mil milhões de dólares na guerra e outros 125 mil milhões de dólares com Assuntos de Veteranos de Guerra – mais de 830 mil milhões de dólares. Num distante segundo lugar está a China, que gastou cerca de 84 mil milhões de dólares com as suas forças armadas em 2008.
Os EUA lideram também mundialmente a venda de armas letais ao exterior, vendendo cerca de uma em cada três armas a nível mundial. Os maiores clientes dos EUA? Coreia do Sul, Israel e os Emirados Árabes Unidos.
O nosso país tem 5% da população mundial mas responde por mais de 40% dos gastos em todo o mundo com armamento.
Prejuízos
Os EUA não respeitam os seus soldados ao manter uma guerra permanente. A guerra está a triturar as nossas crianças. As guerras no Afeganistão e no Iraque custaram mais de 5.000 vidas americanas e dezenas de milhares de outras vidas nesses países. Mais de 20% daqueles que se encontram nas nossas forças armadas e que serviram nessas duas guerras, 320 mil pessoas, têm danos cerebrais de traumas de guerra. As taxas de suicídio aumentaram cerca de 26% nos veteranos masculinos, na faixa etária entre os 18 e os 29 anos, de acordo com o mais recente estudo do Departamento dos Assuntos de Veteranos de Guerra. As hospitalizações por doenças mentais são actualmente as causas principais dos internamentos hospitalares por parte das forças armadas, à frente de motivos relacionados com ferimentos. Em qualquer momento, serão mais de 100 mil veteranos sem-abrigo a viver nas ruas do nosso país.
O aumento dos custos com a guerra
Desde 2001, os EUA gastaram mais de 6 biliões de dólares (um bilião é um milhão de milhões) com a guerra e nos preparativos para a guerra. Isso é cerca de 20 mil dólares por cada mulher, homem e criança nos EUA. Só o Iraque e o Afeganistão juntos já custaram a cada contribuinte nos EUA mais de um bilião de dólares desde 2001.
Sem fim à vista
No princípio deste mês, o General da Marinha James Cartwright, vice-presidente do Estado-Maior das Forças Armadas, declarou ao Army Times que os EUA podem esperar a continuação da guerra “por muito tempo”.
Em nome desta guerra perpétua contra o terrorismo, os EUA ainda aprisionam centenas de pessoas sem julgamento em Guantánamo, mantêm presas outras centenas em prisões nas bases e em detenção secreta por todo o mundo, tentam evitar julgamentos constitucionais para qualquer pessoa acusada de terrorismo, admitem estar a tentar assassinar um cidadão americano clérigo muçulmano no Iémen, e lançam ataques com aviões não-tripulados no Iraque, no Afeganistão, no Paquistão e no Iémen, matando civis e suspeitos sempre que o decidem.
Quem lucra com a Guerra permanente?
Um ponto de apoio para a Guerra permanente vem das empresas nos EUA que fazem abertamente lóbi para que mais e mais dinheiro seja investindo na guerra. Porquê? Porque retiram gigantescos benefícios dos contratos com o governo.
O presidente Dwight Eisenhower, que acreditava em forças armadas fortes, advertiu os EUA para este facto no seu discurso de despedida à nação em 1961.
“Nas esferas da governação, devemos proteger-nos contra a aquisição de uma influência indesejada, procurada ou não, por parte do complexo militar-industrial. Existe, e permanecerá, o potencial para um surto desastroso de poder mal concentrado. Não devemos nunca permitir que o peso desta conjugação ameace as nossas liberdades ou o processo democrático.”
A guerra é um grande negócio
A guerra é um enorme negócio. As pessoas sabem que as empresas privadas estão a ganhar muito com a guerra. Em Janeiro de 2010, o Serviço de Investigação do Congresso revelou que existem pelo menos 55 mil seguranças privados armados no Iraque e no Afeganistão, e talvez possam ser mais – 70 mil só Afeganistão.
Mas muito mais dinheiro está disponível para fornecedores de defesa militar. Só em 2008, os dez principais fornecedores de defesa militar receberam cerca de 150 mil milhões de dólares em contratos federais. Estas empresas gastaram milhões de dólares para financiar outros tantos milhares de milhões em fundos federais e contrataram líderes ex-militares e ex-oficiais para ajudá-los a lucrar com a guerra.
Olhemos, por exemplo, para o top três dos fornecedores de defesa militar, Lockheed Martin, Boeing e Northrop Grumman. Eles demonstram a razão de a guerra perpétua ser lucrativa e de esta continuar.
A Lockheed Martin
A Lockheed Martin é o maior fornecedor de defesa militar no mundo, com 140 mil empregados, lucrando anualmente mais de 40 mil milhões de dólares, mais de 35 mil milhões vindos do governo dos EUA. A Lockheed Martin gaba-se de ter aumentado o seu pagamento dos dividendos em mais de 10% pelo sétimo ano consecutivo – em perfeita articulação com o aumento dos gastos com a guerra por parte dos EUA. O seu presidente, Robert Stevens, recebeu mais de 72 milhões de dólares em prémios nos últimos três anos.
O conselho de directores da Lockheed inclui um antigo Secretário da Defesa, um antigo Comandante da Força Aérea dos EUA do Comando Estratégico dos EUA, um antigo deputado eleito para a Segurança Interna e um antigo Comandante da Aliança Suprema Europeia. Os membros deste conselho recebem mais de 200 mil dólares por ano em prémios. O seu comité de acção política deu mais de um milhão de dólares por ano aos candidatos federais em 2009, e é consistentemente um dos comités de acção política que mais gasta nos EUA. Eles apelam a todos os membros do Congresso porque têm estrategicamente operações em todos os 50 estados. E, desde 1998, a Lockheed gastou mais de 125 milhões de dólares para fazer lóbi no Congresso.
A Northrop Grumman
A Northrop Grumman é uma empresa estimada em 33 mil milhões de dólares, com 120 mil empregados. Em 2008, recebeu cerca de 25 mil milhões de dólares em contratos federais. O seu presidente, Ronald Sugar, recebeu mais de 54 milhões de dólares em prémios nos últimos três anos.
O conselho da Northrop inclui um antigo Almirante da Marinha, um antigo membro que exerceu um cargo no Congresso durante 20 anos, um antigo presidente do Estado-Maior das Forças Armadas, um antigo comissário da Segurança e da Comissão de Conversão entre diversas moedas e um antigo oficial da Marinha dos EUA. Os membros deste conselho recebem mais de 200 mil dólares por ano cada um deles. O seu comité de acção política mobilizou mais de 700 mil dólares em doações de campanhas federais em 2009. Desde 1998, gastou mais de 147 milhões de dólares para financiar o Congresso.
A Boeing
A Boeing tem 150 mil empregados e lucrou mais de 23 mil milhões de dólares em contratos federais em 2008. Com uma receita de 68 mil milhões de dólares em 2009, o seu presidente, James McNerney, recebeu mais de 51 milhões de dólares durante os últimos três anos. O membros da administração receberam bem mais de 200 mil dólares por ano. Os directores da Boeing incluem um antigo Secretário do Comércio dos EUA, um antigo funcionário de chefia da Casa Branca, um antigo vice-presidente do Estado-Maior das Forças Armadas e um antigo embaixador dos EUA e representante do Comércio dos EUA. Tem o décimo maior comité de acção política, contribuindo com mais de um milhão de dólares para candidatos federais em 2009. Desde 1998, gastou 125 milhões de dólares para financiar o Congresso.
É tempo de terminar a guerra permanente
Estas empresas recebem milhares de milhões de dólares do governo e lucram com o nosso estado de guerra perpétua. Elas reciclam parte das receitas para financiar as mesmas pessoas que lhes deram essas receitas, e contratam ex-militares e oficiais do governo para ajudá-las a aligeirar o processo. Os seus líderes recebem dezenas de milhões de dólares com o seu trabalho.
Os biliões de dólares que custa a manutenção da guerra estão a esgotar a economia dos EUA. Ainda assim, onde estão as vozes no Congresso, democratas ou republicanos, que falam seriamente em reduzir drasticamente os gastos com as Forças Armadas? O presidente Obama e os democratas estão na prática a dar continuidade às políticas da guerra permanente dos anos de Bush. A mudança é urgente.
Lembremo-nos, neste Memorial Day, que, enquanto milhares de pessoas foram enterradas e centenas de milhares ficaram feridas, os fornecedores de defesa militar privados estão a prosperar e a lucrar com o crescimento do negócio da guerra.
Os EUA não deverão apenas lembrar os seus mortos, mas trabalhar para reverter a guerra permanentemente lucrativa que promete acrescentar mais nomes aos mortos e feridos neste país e por todo o mundo.
24 de Maio de 2010
Bill Quigley é Director Legal no Centro para os Direitos Constitucionais e professor de Direito na Loyola University New Orleans. Quigley77@gmail.com
Tradução de Sara Vicente para o Esquerda.net
1Feriado nos Estados Unidos celebrado na última segunda-feira de Maio (31 de Maio em 2010), que evoca os homens e mulheres que morreram enquanto estavam em serviço militar. Originalmente dedicado aos mortos da Guerra Civil, o seu âmbito foi ampliado depois da I Guerra Mundial.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
DEMO persegue blogueiro em Mossoró
A Face do DEMO
Toda solidariedade ao blogueiro Carlos Santos, nenhum DEMO poderá nos calar, abaixo a censura!
Perseguido pelo DEM, blog de Mossoró (RN) sofre 20 processos
O Vermelho reproduz abaixo artigo do blogueiro Carlos Santos, de Mossoró (RN), que tem sido alvo de perseguição por parte da prefeita Fátima Rosado (DEM), prima do senador José Agripino (DEM). Segundo o blogueiro, a perseguição é comandada, na verdade, pelo chefe de Gabinete da prefeitura e irmão de Fátima, Gustavo Rosado (PV). "São quase 20 processos judiciais e várias ações de interpelação, porque não aceitam a imprensa livre, o contraditório e o jornalismo que pensa", protesta Santos.
Evo Morales exhorta a salvar al mundo del capitalismo
Bolívia afirma que declarações de Serra são 'irresponsáveis' e 'político-eleitorais'
Zé Biruta
Cada vez mais Serra se afunda no lodo do fascismo, votar no tucano já se tornou um ato de irresponsabilidade, crime de lesa pátria e um atentado a democracia. Votar no Zé Biruta põe em risco o futuro do Brasil e dos brasileiros.
Estadão
Tucano especulou que governo boliviano poderia ser cúmplice do tráfico de cocaína
"Irresponsáveis" e "político-eleitorais" foram as expressões utilizadas nesta sexta-feira, 28, pelo Ministério da Relações Exteriores da Bolívia para definir as declarações realizadas pelo pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que especulou nesta semana que o governo boliviano poderia ser eventual cúmplice do tráfico de cocaína da Bolívia para o Brasil. Segundo a chancelaria boliviana, as declarações de Serra foram "desaprensivas" (palavra usada para 'irresponsáveis', 'imorais' ou 'inescrupulosas'), pois "fariam alusão a nosso país em relação ao tráfico ilegal de drogas".
A diplomacia boliviana indicou que "rejeita enfaticamente as declarações realizadas". Segundo a chancelaria em La Paz, as afirmações de Serra poderiam "ser atribuídas provavelmente a intenções político-eleitorais de absoluta incumbência de sua candidatura". Mas, afirma a chancelaria boliviana, "como tais afirmações não refletem a realidade, o ministério das Relações Exteriores manifesta que os governos da Bolívia e do Brasil estão realizando ações conjuntas na luta contra o flagelo do narcotráfico, no marco da Segunda Estratégia de Cooperação entre a polícia da Bolívia e o Departamento da Polícia Federal do Brasil, conforme a responsabilidade compartilhada que existe neste assunto".
No comunicado, a chancelaria boliviana sustenta que o governo em La Paz "ratifica o compromisso assumido de luta contra o tráfico ilícito de drogas, o mesmo que se reflete através dos resultados obtidos em coordenação com os organismos internacionais especializados no assunto".
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Crise entre as Coréias é manobra da Coréia do Sul
RPDC exige que Coréia do Sul receba inspetores pelo caso do navio |
Prensa Latina: A República Popular Democrática da Coréia (RPDC) exigiu hoje que a Coréia do Sul recebesses incondicionalmente a uma equipe de seus inspetores e apresentasse-lhe a suposta prova material que vincula a Coréia do Norte com o afundamento de um navio de guerra. A mensagem do ministro das Forças Armadas Populares, Kim Yong-Chun, responde à negativa de Seul a uma solicitação de Pyongyang para que um grupo de especialistas viajasse hoje ao local dos fatos a fim de verificar a suposta evidência que envolve a RPDC no incidente ocorrido a 26 de março passado. As autoridades sul-coreanas comunicaram a rejeição ontem, posição que o ministro qualificou de provocação malsã, segundo precisa a agência de notícias KCNA. Recordou que desde o princípio a parte Sul vinculou a do Norte ao acontecimento e anunciou oficialmente a confrontação com esta antes e depois da publicação do resultado da investigação. A RPDC reafirmou sua posição de que não há razão para envolver à chamada Comissão Militar de Armistício, dado que o caso foi manipulado desde o princípio como um problema entre Norte e Sul. Acrescentou que se o resultado da investigação fosse objetivo e científico, como insiste Seul, não haveria razão que impedisse a aceitação da equipe de inspetores norte-coreanos, ao insistir que as autoridades sul-coreanas devam aclarar a verdade para o mundo e receber a inspeção incondicionalmente. O navio de guerra Cheonan afundou na noite do 26 de março no Mar do Oeste da Coréia. De seus 104 tripulantes, 58 foram resgatados e o resto foi dado como mortos ou desaparecidos. Segundo explicado no momento, a causa foi uma explosão. Um porta-voz do Comitê de Defesa Nacional expressou na quinta-feira passada a disposição de Pyongyang a enviar inspetores para verificar a suposta prova material apresentada como resultado da investigação, que atribui o acontecimento a um ataque de torpedo. |
Por que será que o Serra anda perdendo o sono?
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Relatório da Anistia Internacional critica violência policial no Brasil
Para ONG, há ligação entre a violência atual com a impunidade na ditadura. Entidade critica alterações ao Plano Nacional de Direitos Humanos.
A precariedade do sistema carcerário e a violência policial foram os principais motivos de crítica ao Brasil na edição 2010 do relatório anual sobre direitos humanos da Anistia Internacional. A ONG, que monitora violações contra os direitos humanos em todo o planeta, relacionou o problema relacionado às forças de segurança do país com as recentes modificações do governo brasileiro no Plano Nacional de Direitos Humanos. Em contrapartida, a organização reconheceu avanços no combate à desigualdade social e em reformas “limitadas” na área de segurança pública.
Os dados do relatório, referentes ao ano de 2009, foram anunciados na noite desta quarta-feira (26), em um levantamento que avaliou condições humanitárias em 159 países. No estudo, toda a América Latina foi citada negativamente como uma região com alta ocorrência de mortes ilegais cometidas por forças de segurança (citando em especial países como Brasil, Jamaica, México e Colômbia). No caso brasileiro, a entidade ressalta “uso excessivo de força, execuções extrajudiciais e torturas cometidas por policiais”. Também relata que “centenas de homicídios não foram devidamente investigados e houve poucas ações judiciais”.
De acordo com Tim Cahill, porta-voz para a organização no Brasil, há uma forte relação entre a violência policial citada no relatório e a impunidade para crimes hediondos ocorridos no passado, especialmente durante a ditadura do regime militar (1964-1985).
Cahill criticou com veemência a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada em abril deste ano (portanto não contemplada no relatório), por 7 votos a 2, de não revisar a Lei da Anistia - que prevê a exclusão de punições para acusados de crimes políticos e conexos a eles entre 1961 e 1979.
“(Essa decisão) é uma grande falha do sistema Judiciário brasileiro e do STF em não entender a responsabilidade do Brasil perante a lei internacional e à sua própria de reconhecer que crimes hediondos como tortura e execução não são anistiáveis. Isso é um posicionamento claro, não há como uma interpretação técnica possa questionar isso”, diz o porta-voz da AI.
Para Cahill, o STF passa a mensagem de que esses crimes “tratam-se de um problema do passado, no qual não vale a pena tocar”, enquanto no presente casos de morte e violência policial e problemas no sistema carcerário que resultam em tortura e execuções são registrados com frequência. “Isso dá a ideia de que quando o Estado mata e tortura cidadãos brasileiros, ninguém é responsável, ou há uma justificativa. Toda a prática de tortura e extermínio praticada hoje em dia é uma herança do passado”, afirmou. Em relação a outros países do Cone Sul, Cahill avalia que o Brasil está “um passo atrás”.
Para a ONG, o governo cedeu a pressões quando decidiu revisar o Plano Nacional dos Direitos Humanos. “Certamente é um retrocesso. O programa foi elaborado de maneira democrática e com a participação de toda a sociedade civil. Nos assusta como ele tem sido seqüestrado e desqualificado por setores com interesses particulares, políticos e econômicos [no relatório, esses setores citados são os militares, a Igreja Católica e proprietários rurais] e como o governo recuou tão facilmente diante deles”, disse Cahill. De acordo com a Anistia, “essas contestações representavam uma séria ameaça para a proteção dos direitos humanos no país”.
Cahill informou que a entidade enviou o relatório para os três principais pré-candidatos à Presidência (Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva) juntamente com um pedido para que eles se defendam o Programa Nacional dos Direitos Humanos.
Violência
Entre alguns dos casos citados no relatório ligados à violência policial, a Anistia criticou estratégias como operações policias ostensivas que preveem a ocupação de comunidades por longos períodos com justificativa no combate ao narcotráfico. Segundo a entidade, nesses casos há registros de queixas por de membros da comunidade de “uso excessivo de força, intimidações, revistas arbitrárias e abusivas, extorsão e roubo por parte dos policiais”. No Rio de Janeiro, a Anistia destaca principalmente a disseminação das milícias, as quais controlam diversas comunidades.
Outro ponto negativo do país muito destacado pela entidade está na condição prisional. Segundo o relatório, no Brasil, “os detentos continuaram sendo mantidos em condições cruéis, desumanas ou degradantes. A tortura era utilizada regularmente como método de interrogatório, de punição, de controle, de humilhação e de extorsão”. O Espírito Santo continuou como fonte dos casos mais brutais, segundo a AI. Além de denúncias de tortura, houve também relatos de superlotação extrema e uso de contêineres de navios utilizados como celas.
Conflitos armados por terra, violação de direitos de trabalhadores e de povos indígenas, despejos forçados e políticas de limpeza em favelas (especialmente no Estado de São Paulo) também foram citados. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi criticado porque alguns de seus projetos foram acusados de ameaçar direitos humanos de comunidades locais e povos indígenas.