quinta-feira, 29 de março de 2012

Ministério Público investiga reitor da USP. Promotoria apura uso de verba pública para impressão de boletins críticos à Faculdade de Direito

Fascista e ladrão

O reitor da USP, João Grandino Rodas, está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual pelo suposto uso de verbas públicas para imprimir boletins institucionais em que critica a direção da Faculdade de Direito. Os folhetos foram distribuídos na São Francisco em setembro do ano passado.
A investigação começou em meados de fevereiro e está sob responsabilidade da Promotoria do Patrimônio Público e Social. O processo corre em segredo de Justiça e pode fundamentar uma posterior ação civil pública por improbidade administrativa. No momento o MPE analisa informações prestadas pela direção da faculdade. Rodas foi gestor da São Francisco entre 2006 e 2009, antes de assumir a Reitoria.
O inquérito foi instaurado a pedido da Congregação da Faculdade de Direito - instância máxima da unidade, que reúne professores, alunos e funcionários. O ofício foi entregue pessoalmente pelo diretor da São Francisco, Antonio Magalhães Gomes Filho, ao procurador-geral de Justiça, Fernando Grella Vieira, em outubro.
O pedido da Congregação veio em resposta a dois boletins especiais da Assessoria de Imprensa da Reitoria da USP. No dia 20 de setembro, o documento acusava o professor Magalhães de não dar andamento a projetos da gestão anterior - quando a unidade era comandada por Rodas. Segundo o texto, a atual direção “descontinuou projetos” da administração anterior, o que implicava "desperdício do dinheiro público" e contrariava "a lei e a moralidade administrativa".
No dia 27, a Reitoria voltou a criticar a direção da Faculdade de Direito. Em novo comunicado, Rodas falou do Clube das Arcadas e retomou a discussão sobre doações milionárias para reformas de sala de aula que exigiam como contrapartida o batismo dos espaços acadêmicos com os nomes dos doadores. Disse o reitor: "A culpa (da situação da unidade) cabe à exploração política dos assuntos domésticos da FD e ao afã de apequenar pessoas e opor membros de uma mesma instituição, jamais vista em tão alto grau. É doloroso observar que os 'cabeças' do movimento passam pela vida da FD (alguns já a deixaram, outros estão prestes a deixá-la, mas, com certeza, todos a deixarão um dia), transmitindo seu legado negativo de desconfiança do colega, de falta de iniciativa e de não realização".
Magalhães considerou os boletins, especialmente o do dia 20, agressões "muito rudes". Apresentou sua defesa em reunião da Congregação no dia 29 de setembro e recebeu apoio do órgão colegiado. Foi neste dia que a Congregação decidiu declarar Rodas persona non grata na São Francisco e sugerir ao MPE investigar o reitor por supostos atos de improbidade administrativa.
A Promotoria só abriu inquérito para investigar os boletins, mas os professores da Faculdade de Direito também pediam a apuração de outros três pontos: a transferência de parte do acervo das bibliotecas do prédio histórico para um edifício anexo à faculdade, “em precárias condições de uso”; o contrato de gaveta assinado entre Rodas e os herdeiros do banqueiro Pedro Conde – ex-aluno da faculdade – que previa a doação com encargo de cerca de R$ 1 milhão para reforma de uma sala e banheiros da unidade; e o “empréstimo” de dois tapetes orientais da faculdade ao gabinete da reitoria.
A oferta dos tapetes foi feita por Rodas no seu último dia à frente da São Francisco. As peças artesanais haviam sido doadas à faculdade por sua entidade de apoio, a Fundação Arcadas. Após o pedido da Congregação ao MP, Rodas mandou devolver os tapetes à unidade.
Persona non grata
A Congregação da São Francisco decide nesta quinta-feira, 29, se revoga o título de persona non grata concedido a Rodas. Ex-diretor da faculdade, Rodas recorreu em outubro sob a alegação de que “não há previsão regimental ou estatutária para concessão de título negativo por unidade”. O recurso será avaliado nesta tarde.
O tema havia entrado na pauta da última Congregação da faculdade em 2011. A relatora do recurso, professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, chegou a se pronunciar a favor da manutenção do título. Mas houve pedido de vista e só agora o processo voltará a ser discutido.
A Assessoria de Imprensa da USP diz que analisa pedido de entrevista com o reitor enviado pela reportagem.


terça-feira, 27 de março de 2012

Comissão da Verdade tem de incluir elites civis


Punição para os criminosos vivos, execração pública a imagem dos criminosos mortos


Email do Professor Caio Toledo

A comissão deve investigar as elites empresariais conservadoras que se uniram a militares em 64 para manter privilégios, inclusive o seu papel nos casos de tortura.
A discussão das últimas semanas, referente às ácidas cartas de setores da reserva das Forças Armadas sobre o processo de criação de uma Comissão da Verdade, coloca um ponto importante para nossa reflexão. 
 Quem pensou, organizou e operacionalizou o movimento de 1964? 
A resposta soa clara ao aluno desatento do ensino médio: militares.
Mas não. A participação ativa dos setores civis da sociedade no golpe militar de 31 de março de 1964 deve ser discutida e aprofundada, inclusive naquilo que se refere à tortura e ao desaparecimento daqueles que se opunham ao regime.
Não se muda a história. A participação civil nos regimes ditatoriais é regra quando se observa alguns dos processos históricos contemporâneos. Além dos militares e dos serviços secretos, sempre há aqueles grupos civis que incentivaram a ruptura institucional a partir do uso da força militar.
Foi assim no movimento de ascensão do nazismo na Alemanha, do fascismo na Itália e do comunismo na antiga União Soviética. É padrão: o setor conservador e radical das Forças Armadas se ancora no meio civil como braço auxiliar para a ação de poder.
E tão grave quanto: os setores civis, principalmente das elites empresariais conservadoras, utilizam-se da caserna para manterem privilégios e garantirem novas regalias.
O grande historiador Tony Judt, no épico "Pós-Guerra" (no Brasil, disponível pela editora Objetiva), mostra essa aproximação difusa e obscura entre civis e militares nos projetos de tomada do poder à força na história contemporânea.
Quando a ministra de Direitos Humanos Maria do Rosário menciona a importância de elucidar a participação dos setores e grupos civis nos processos de radicalização do regime de 1964, ela está certa.
Se os excessos cometidos pelos radicais de farda ocorreram, é necessário ressaltar que eles aconteceram também por incentivo e por interesse desses grupos.
Vale lembrar que a deflagração do golpe militar de 1964 foi precedida por uma movimentação da classe média paulista (a chamada "Marcha com Deus Pela Liberdade", que foi organizada também por grupos ligados às grandes empresas de São Paulo).
O ano de 1964 é também resultado do apoio irrestrito dos chamados "capitães da indústria" de São Paulo e dos representantes mais conservadores das oligarquias agrárias do Nordeste à época.
São grupos civis, com origem ligada ao empresariado, que frequentavam recepções de congraçamento entre civis e militares, gabinetes governamentais e ambientes acadêmicos ideológicos, como a Escola Superior de Guerra -chamada pelos próprios "estagiários" mais envaidecidos de "Sorbonne brasileira", que viam no golpe de 1964 uma oportunidade única.
Essa oportunidade se baseava em uma estratégia que foi regra mestra no desenvolvimento econômico do período: o arrocho salarial para manutenção dos ganhos de capital, agenda decisiva para a manutenção do patamar de lucratividade dos investimentos nacionais e internacionais no período após Juscelino, de rápida industrialização do país.
Mas o incentivo para o golpe e o decisivo apoio durante boa parte da execução do regime de 1964 não ficam restritos a essa ação quase "institucional" dos grupos civis que se fundiam aos interesses dos militares mais radicais à época.
Mais graves foram as ações pensadas e organizadas diretamente por grupos civis radicais, como o obscuro "Comando de Caça aos Comunistas", a "Operação Bandeirantes", entre outras, que foram conduzidas a partir de ações clandestinas, com o apoio dos serviços secretos militares e das lideranças e grupos empresariais à época.
Esperemos que, se criada, a Comissão da Verdade, de alguma forma, também possa se deter nesta seara que envolve uma segunda sombra do regime de 1964. 

Para saber mais sobre a participação de civis no golpe de 64, clique aqui











 

segunda-feira, 26 de março de 2012

Cordão da Mentira desfila pelas ruas de São Paulo

 Abaixo a ditadura, ontem, hoje e sempre!


Composto por coletivos políticos, grupos de teatro e sambistas, Cordão da Mentira questionará quem e quais são os interesses que bloqueiam uma real transformação da sociedade brasileira
Será realizado neste domingo (1º), em São Paulo, o desfile do Cordão da Mentira. Composto por coletivos políticos, grupos de teatro e sambistas de diversos grupos e escolas da capital paulista, o Cordão da Mentira questionará quem e quais são os interesses que bloqueiam uma real transformação da sociedade brasileira.
O desfile ocorrerá no Dia da Mentira e do Golpe Militar de 1964. A concentração será às 11h30, na frente do Cemitério da Consolação.
Leia, a seguir, o manifesto das entidades que compõem o Cordão da Mentira:

MANIFESTO

“Quando vai acabar a ditadura civil-militar?”
Dizem que quando uma mentira é repetida exaustivamente, ela se torna verdade. Dizem também, que é como farsa que o presente repete o passado. Por isso, vamos "celebrar" a farsa, a mentira e sua repetição exaustiva.
No dia da mentira de 1964, ocorreu o golpe que instituiu a ditadura civil-militar. Dizem que ela acabou. Porém, a maior ilusão da história brasileira repete-se. A ditadura civil-militar se fortalece no golpe de Primeiro de abril 1964 e, até hoje, ninguém sabe quando vai acabar! Nós vamos celebrar.
No dia primeiro de abril, abram alas para o Cordão da Mentira!
Quando admitimos que os crimes do passado permaneçam impunes, abrimos precedentes para que eles sejam repetidos no presente. Com a roupagem indefectível da democracia, da constituição, do direito à livre manifestação, o Estado continua executando os seus inimigos e calando de uma forma ou de outra aqueles que pensam e atuam em favor da tolerância, em favor da utilização dos espaços públicos de maneira respeitosa e saudável. Em nome da manutenção da produção e do consumo ostensivo vivemos o estado de exceção como regra e o direito conquistado de ir às urnas acaba apenas legitimando o que é uma verdadeira licença para calar, reprimir, matar.

Afinal:

Quando vai acabar o massacre de pobres nas periferias?
Quando os corpos do passado serão encontrados e dignamente reconhecidos em suas lutas?
Quando as armas dos militares deixarão de ser o signo do extermínio?
Até quando o dinheiro de poucos financiará o silêncio de muitos?
Até quando ouviremos o ronco dos Caveirões, Fumanchús e das Kombis genocidas?
Lembremos Pinheirinho, Eldorado do Carajás, Araguaia e as Ligas Camponesas! Casos que podem ser vistos como exemplos históricos do nosso tempo para a compreensão do processo pelo qual o Estado colocou a especulação imobiliária, a propriedade privada e a lucratividade acima da vida. Nada pode ser mais valorizado do que a vida. Somente um Estado calcado em mentiras pode favorecer essa inversão de valores.
Lembremos Mariguela, Pato N´Água, Herzog e os 492 executados em São Paulo em Maio de 2006! Personlidades anônimas ou conhecidas exterminadas pelas práticas autoritárias que resolvem suas contradições à bala.
Hoje, uma simples Comissão da Verdade - que apenas pretende investigar a história - levanta os fantasmas do passado, ocultos nas sombras da Lei de Anistia. Façamos então um Cordão da Mentira! Celebremos com a força dos batuques a farsa que une presente, passado e futuro.
Vivamos nossa balela! Enquanto isso, ditadores são julgados e condenados por seus crimes em terras argentinas, chilenas e uruguaias. Falemos outra língua: a gramática do engodo com o sotaque do esquecimento. Entremos na contramão da História!
Risquemos da memória que alguém pagou pra ver até o bico espumar no choque agudo das genitálias! Exaltemos os gozos pervertidos de empresas e seus braços armados, irmãos de sangue do torturado. Lembremos as mãos limpas que aplaudem as sessões de sofrimento. Pois o que vale é a fábula da tradição, assassina de famílias, com a maior propriedade!
Povoemos os porões do imaginário, com tudo aquilo que a ditadura encarcerou na sua cultura! Levemos pra lá o samba dos cordões, as imagens censuradas, as bocas amordaçadas. Fantasiemos as ruas com seus símbolos de opressão! Enganemos a todos com as farsas de nossa História!
Neste Primeiro de Abril, façamos a Mentira responder: Quando vai acabar a ditadura civil-militar?
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Grupos que apoiam o Cordão:

- Bloco Carnavalesco João Capota Na Alves
- Buraco d'Oráculo
- Cia. Estável de Teatro
- Coletivo Dolores Boca Aberta
- Coletivo Merlino
- Coletivo Os Aparecidos Políticos
- Coletivo Político Quem
- Coletivo Zagaia
- Comboio
- Comitê Paulista de Verdade Memória e Justiça
- Engenho Teatral
- Estudo de Cena
- Grupo Folias
- Grupo Tortura Nunca Mais/SP
- Kiwi Companhia de Teatro
- Luta Popular
- Mães de Maio
- Ocupa Sampa
- Projeto Nosso Samba de Osasco
- Rua do Samba Paulista
- Samba Autêntico
- Sarau do Binho
- Sarau da Vila Fundão
- Tanq_ ROSA Choq_
- Tribunal Popular


sexta-feira, 23 de março de 2012

Aécio Neves engorda contracheques de assessores com cargos em empresas públicas mineiras

Para os amigos (e amigas) tudo, para os inimigos, a PM e o PIG



Os contracheques dos assessores do senador Aécio Neves (PSDB-MG) estão mais robustos. As nomeações para cargos em estatais mineiras têm deixado a situação de três servidores comissionados mais confortável com o recebimento, além do salário do Senado, de recursos pagos a eles por integrar os conselhos de empresas do Estado de Minas Gerais, governado pelo tucano de 2003 a 2010 e agora sob o comando do aliado Antônio Anastasia (PSDB).
Aécio engorda o salário de seus assessores mais próximosEm nota, distribuída nesta sexta-feira, o senador tucano afirma que não há impedimento legal para o recebimento de jetom por parte de funcionários. Por meio de sua assessoria, Aécio Neves disse que os funcionários cumprem carga horária regular no Senado, embora ninguém seja obrigado a bater ponto na instituição e, nas estatais, são exigidos a ir a no máximo uma reunião por mês. Com isso, o salário dos servidores é aumentado em até 46%.
Nomeado assessor técnico de Aécio em fevereiro de 2011, o administrador Flávio José Barbosa de Alencastro recebe R$ 16.337. No Conselho de Administração da Companhia de Abastecimento de Minas (Copasa), ele tem direito a até R$ 5.852 por mês, totalizando R$ 22.190. A política de remuneração da Copasa, enviada à Comissão de Valores Mobiliários, diz que em 2011 foram reservados R$ 632.100 para o pagamento dos nove conselheiros. Metade é paga como parcela fixa mensal e o restante, conforme a participação nas reuniões. Alencastro foi eleito para o conselho em 15 de abril, menos de um mês após a nomeação no Senado.

Jetons

A também assessora de Aécio, com salário de R$ 16.337, é a jornalista Maria Heloísa Cardoso Neves . Ela recebe jetons de R$ 5 mil por mês da Companhia de Desenvolvimento Econômico de MG (Codemig) para participar, obrigatoriamente, de três reuniões anuais do Conselho de Administração. E, por vezes, de encontros extraordinários. Em 2011, foram três. Heloísa foi indicada em 2004, pelo então governador Aécio, e admitida pelo Senado em 2011. Ela diz que sua atribuição é, sobretudo, cuidar de estratégias de comunicação e projetos ligados à área.
Assistente parlamentar do senador, Maria Aparecida Moreira, trabalha como atendente no escritório político do tucano na capital, com salário de R$ 3.202 pago pelo Senado. A Companhia de Habitação (Cohab-MG) lhe garante R$ 1.500 mensais por integrar o Conselho de Administração. Segundo o órgão, os integrantes participam de “até uma reunião ordinária mensal”. A assessora está no conselho desde 2003 e no Senado desde agosto de 2011.
Questionado por jornalistas, Alencastro não se pronunciou. Heloísa Neves e Maria Aparecida disseram que não há irregularidade e que a documentação referente aos conselhos foi entregue ao Senado, sem objeções. A Casa não se pronunciou sobre o acúmulo de cargos.
Aécio informou, via assessoria, que não há vedação legal ou incompatibilidade entre as funções. Alegou que a acumulação indevida, prevista na Constituição, não se aplica a esses casos e que o STF, em medida cautelar, acolheu esse entendimento. Aécio disse que os funcionários cumprem carga horária regular no Senado.

Leia a nota do senador, na íntegra:

“Não há vedação legal e/ou incompatibilidade entre as funções de integrante de conselhos administrativos e fiscais de empresas estatais e o exercício das atividades de servidor federal.
“A acumulação indevida, prevista no inciso XVI, do art. 37, da Constituição Federal, não se configura pelo fato de o ocupante de cargo público ser, também, membro de Conselho de Administração ou Fiscal de empresa pública ou de economia mista, de quaisquer das esferas de poder.
“A respeito do tema, o Supremo Tribunal Federal (STF) já se pronunciou pela não acumulação indevida.
“Ao julgar a Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1485, o STF consignou, no voto condutor da decisão, que: “não se cuida, nos conselhos de administração e fiscal, do exercício de cargos em comissão ou de funções gratificadas, strictu sensu. Em se tratando de pessoas jurídicas de direito privado, de outra parte, não se caracteriza sequer a participação nesses conselhos como exercício de função pública, strictu sensu”.
“Os assessores do gabinete nessa situação vêm cumprindo jornada de trabalho diária e regular, com carga horária estabelecida em suas respectivas atribuições. O exercício de suas funções como servidor federal não guarda relação com os conselhos para os quais todos eles foram indicados vários anos antes à nomeação no Senado.
“Em nota oficial, a Diretoria-Geral do Senado Federal atesta a regularidade da situação dos assessores e esclarece que:
“Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9º.
“Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
“Portanto, não restará configurada a acumulação ilícita se o servidor federal receber remuneração pela participação em conselhos de administração e fiscal de empresas públicas e sociedades de economia mista independentemente da esfera de governo.

“Ao dispor para mais informações.
“Gabinete do senador Aécio Neves”.


quinta-feira, 22 de março de 2012

Crianças palestinas aprendem capoeira para superar realidade do conflito


Opera Mundi

Em parceira com a ONU, ONG liderada por brasileiro ensina as técnicas da capoeira nos territórios ocupados

Sob uma enorme tenda na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, cerca de 20 adolescentes e crianças palestinas se movem ao som dos tambores de capoeira, uma expressão cultural afro-brasileira que mistura dança, acrobacia e artes marciais e que está se enraizando na Cisjordânia.



Crianças palestinas praticam a capoeira em Jerusalém Oriental. Prática ajuda a amenizar os impactos da ocupação israelense

"Na capoeira eles encontram um espaço seguro para despejar a energia e a agressividade. Há muito o que se aprender sobre o controle dos nossos movimentos, de nós mesmos, da capacidade de nos expressar e também dos cuidados com aqueles que estão ao nosso redor", explica Jorge Goia, professor brasileiro responsável pela aula.

"Por ser um tipo de arte marcial, requer muita disciplina para se fazer parte de um grupo e trabalhar juntos. Eu acho que tem um forte impacto sobre os meninos", diz Goia ao IPS.

A ONG Bidna Capoeira (queremos capoeira, em árabe) começou a ensinar crianças e jovens em março do ano passado em campos de refugiados da Cisjordânia. Cerca de 800 pessoas já participaram do programa.

Hoje os cursos são desenvolvidos nos campos de refugiados de Shuafat, em Jerusalém Oriental, e Jalazone, em Ramallah, no centro de Cisjordânia. O objetivo continua sendo capacitar os jovens e oferecer-lhes um espaço saudável e positivo para desabafar suas frustrações.

"A capoeira pode ser uma ferramenta poderosa para aumentar a confiança das crianças e o sentimento de pertencimento. [A capoeira] é praticada em grupos e é necessário que as pessoas cantem e toquem instrumentos, e é assim que se cria a ideia de que você faz parte de algo e que todos se ajudam a se desenvolver e a aprender ", afirma.

Ahmad, de 6 anos, começou em fevereiro as aulas de capoeira na Cidade Velha. "É algo novo. Ele tinha feito karatê e natação, mas a mudança é boa", diz o pai, Sahar Qawasmeh, de Beit Hanina, Jerusalém Oriental. "Eu tinha visto isso em alguns festivais. [Com a capoeira], Ahmad percebe sua força e gosta disso", conta.
Superação

O impacto tem sido evidente, segundo Ilona Kassissieh, oficial de informação pública da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio), que colaborou com a Bidna Capoeira na organização de aulas nos acampamentos da Cisjordânia.


"As crianças aprenderam muito, estavam entusiasmadas e puderam evoluir muito rápido", afirma Kassissieh à
IPS. Oferecer atividades extracurriculares para crianças que vivem em campos de refugiados abre uma oportunidade para que elas fujam das dificuldades diárias.

"Os refugiados em geral, e as crianças em particular, estão em um setor vulnerável porque vivem em circunstâncias muito difíceis. A infraestrutura não ajuda para que eles recebam os elementos necessários para se levar uma vida normal", explica.


"Este tipo de atividade extracurricular é sempre benéfico e deixa um impacto positivo. Cria um mecanismo de sobrevivência que lhes permite pensar a partir de outras perspectivas e colocar suas energias em algo que eles gostam e que gostariam de saber mais", afirma Kassissieh.


Além disso, disse Jorge Goia, a história da capoeira como movimento de base das comunidades oprimidas no Brasil permite uma conexão direta com os palestinos que suportam a ocupação e a dominação de Israel.


"A capoeira foi criada pelos escravos no Brasil, pessoas oprimidas que a usavam para se fortalecer, ganhar confiança sobre si mesmas e, assim, atender todas as necessidades que se tem quando você vive em condições opressivas", diz.


"O interesse é em fugir e aprender a lidar com uma situação onde você é o fraco. Não possui armas, apenas seu corpo. Como se faz para sobreviver? Como você pode escapar da opressão?”.


quarta-feira, 21 de março de 2012

Cantor Lobão exalta a ditadura militar e ataca Chico Buarque

Lobão Ditadura Chico Che Tortura

 Velho decadente que faz de tudo para se aparecer

 

Lobão foi chutado da MTV e agora está figurando em um programinha da Band. A Rede OBANdeirantes se transformou num covil de adoradores da ditadura e da barbárie, portanto, o melhor caminho a se seguir é BOICOTAR tal emissora. Quanto a Lobão, é um velho decadente que faz de tudo para se aparecer, nos tempos obscuros de FHC, ele bancava o esquerdista. Agora que o PIG está patrocinando tudo que cheire a extrema-direita, ele ataca de viúva da ditadura. Para saber o quanto esse sujeito é picareta, clique aqui.

  

Pragmatismo Político

Entre aplausos e vaias, o egocêntrico classificou a esquerda brasileira de “gente rancorosa e invejosa” e diz que torturadores arrancaram “apenas umas unhazinhas”

Lobão pirou de vez. De crítico da indústria da música e do regime militar, no passado, ele hoje se converteu num direitista bravateiro. Até parece que faz as suas declarações bombásticas para atrair os holofotes. Mas agora ele exagerou.
Durante o Festival da Mantiqueira, ocorrido na cidade de São Francisco Xavier (SP), ele criticou o cantor João Gilberto – que “virou um ser sagrado e nós temos que destronar tudo o que é sagrado” –, atacou Chico Buarque e ainda afirmou que “a MPB é de uma mediocridade galopante”.

 

“Torturadores arrancaram umas unhazinhas“

 

Entre aplausos e vaias, o egocêntrico classificou a esquerda brasileira de “gente rancorosa e invejosa”. No auge das suas baboseiras reacionárias, Lobão afirmou que há “um excesso de vitimização na cultura brasileira… Essa tendência esquerdista vem da época da ditadura. Hoje, dão indenização para quem seqüestrou embaixadores e crucificam os torturadores que arrancaram umas unhazinhas”.

Lamentável. O que não se faz por dinheiro e por alguns minutos de fama na mídia brasileira.

 

Leia abaixo a fala de Lobão:

“” A gente tinha que repensar a ditadura militar. Por que as pessoas acham… Essa Comissão da Verdade que tem agora. Por que que é isso? Que loucura que é isso? Aí tem que ter anistia pros caras de esquerda que sequestraram o embaixador, e pros caras que torturavam, arrancavam umas unhazinhas, não [risos]. Essa foi horrível [risos]. Mas é, é bem isso. Quem é que vai falar isso? Quem é que vai ter o colhão de achar que bunda de pinto não é escovinha? Porque não é. Não é. Então é o seguinte: a gente viveu uma guerra. As pessoas não estavam lutando por uma democracia, as pessoas estavam lutando por uma ditadura de proletariado. As pessoas queriam botar um Cuba no Brasil, ia ser uma merda pra gente. Enquanto os militares foram lá e defenderam nossa soberania. “”

Em seguida Lobão afirma que Che Guevara foi um facínora que assassinou camponeses.

 

“Por que ele [Che] é mais humano que um torturador? Essa é uma pergunta que é capciosa, é corrosiva, mas é pertinente. Então os caras que sequestravam fulano, beltrano, então eles eram mais bonzinhos do que o cara que arrancava unha nos calabouços? Vamos fazer essa equação? Empate, cara. Pensa bem. Tem que ser um cara muito escroto pra poder falar sobre isso, mas é a pura verdade.“

Para ver o vídeo com o picareta, Pragmatismo Politico






terça-feira, 20 de março de 2012

FOLHA É CONTRA A APURAÇÃO DOS CRIMES DA DITADURA!

 
É assim que se lida com golpistas


Email do Professor Caio Toledo
Renato Simões, via Facebook

Folha de S.Paulo, em sua edição de segunda-feira, dia 19, lança manifesto em legítima defesa de ré confessa de colaboração com os crimes da ditadura. O editorial “Respeito à anistia” é um libelo em causa própria, da Folha e de todos os meios de comunicação e outras empresas privadas que financiaram e defenderam a tortura e as violações de direitos humanos durante a ditadura militar. Cláusula pétrea da impunidade, a ilegítima lei de anistia autoconcedida pelos militares no começo do declínio de seu regime é invocada pela Folha e pelos cúmplices dos Curiós da vida, frequentadores dos porões dos DOI-CODIs e outros centros de repressão e tortura sempre que a verdade começa a vir à tona.

Mais uma prova do rabo preso da Folha com o regime militar, e mais uma prova da urgência e necessidade históricas da instalação da Comissão da Verdade.

FOLHA DE S.PAULO

19/03/12 – Editorial

Respeito à anistia

Iniciativa de denunciar militares por sequestros durante a ditadura militar é tentativa canhestra de burlar uma decisão do Supremo.

Quando julgou a Lei da Anistia em 2010, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu sem ambiguidades que ela é constitucional e que seus efeitos se aplicam tanto aos integrantes de organizações da luta armada quanto aos agentes do Estado que tenham cometido crimes políticos ou conexos.

Com a decisão, portanto, o Supremo encerrou de vez, e para o bem da sociedade, toda a polêmica sobre o alcance da anistia.

Eis que o Ministério Público Federal surpreende agora a todos ao tentar reabrir a questão com uma tese feita sob medida para burlar o entendimento da Corte.

Procuradores da República denunciaram, na Justiça Federal do Pará, o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura por sequestro qualificado de cinco pessoas na guerrilha do Araguaia (1972–1975). Curió, que comandou tropas na região em 1974, seria responsável pelo desaparecimento de Maria Célia Corrêa, Hélio Luiz Navarro Magalhães, Daniel Ribeiro Callado, Antônio de Pádua Costa e Telma Regina Corrêa.

A ideia dos membros do MPF parece engenhosa. Como o sequestro é considerado um crime permanente – ele deixa de ser cometido apenas quando a vítima é libertada – e como os corpos dos militantes não foram encontrados, os procuradores argumentam que o ato criminoso persiste até hoje.

Em seu raciocínio tortuoso, os desaparecimentos no Araguaia não estariam cobertos pela Lei da Anistia, que abarca crimes entre 1961 e 1979, ano em que foi editada.

A tese foi rapidamente rejeitada na primeira instância da Justiça Federal, mas os procuradores prometem recorrer. Para o juiz do caso, "a lógica desafia a argumentação exposta". Com efeito, a Justiça se orienta pela verdade material, não por peças de ficção. Pretender que sequestros nos anos 1970 persistam até hoje é atitude artificiosa, de quem mede a legitimidade dos argumentos pelo potencial de servir aos seus propósitos.

A decisão sobre a Lei da Anistia já está tomada, e não será um subterfúgio como esse que fará a mais alta Corte do país alterar seu entendimento. A ação do MPF inevitavelmente chegará ao plenário do STF, mas consumirá tempo e recursos para nada.

Se não tem chance de êxito na arena jurídica, a iniciativa dos procuradores torna-se perniciosa no campo político. Ao buscar punição para militares anistiados, tensiona o ambiente já dificultoso para instalação da Comissão da Verdade.

O escopo da comissão é dar acesso a documentos do período de 1946 a 1988 para clarear o registro histórico. Não se deve sacrificar esse objetivo maior, ainda que a pretexto de repudiar crimes contra direitos humanos que a Lei da Anistia tornou página virada.



segunda-feira, 19 de março de 2012

Semana do Hip Hop 2012 traz debates e homenagens a militantes. Atividades ocorrem entre 18 e 24 de março em quatro locais de São Paulo

O Fórum de Hip Hop Municipal SP realizará, entre 18 e 24 de março, a Semana do Hip Hop 2012. As atividades ocorrerão na Câmara Municipal de São Paulo, Espaço Agente Cícero e em quatro Centros Educacionais Unificados (CEUs).

Nesta edição, a Semana do Hip Hop prestará homenagens ao sociólogo Clovis Moura, ao geógrafo Milton Santos e ao político Abdias do Nascimento, que trataram do racismo em suas obras e levaram as manifestações políticas e culturais da periferia brasileira para o mundo intelectual. 
O evento valorizará também a história do Movimento Hip Hop saudando artistas que contribuíram para sua existência e permanência: Rapper´s Dina Di, Negro Útil, Gilmar, Regina, Marcos Telesphoro, o radialista Natanael Valêncio e a empresária de discos Dona Flora Cash Beat.
Além de apresentações artísticas, haverá mesas de bate papo sobre o tema “Os heróis não morrem, resistem! Das Ruas para a História" e workshops.
Criado em 2005, o Fórum de Hip Hop Municipal de São Paulo é um espaço e canal de diálogo entre os jovens do Movimento Hip Hop e as representações da administração pública municipal com objetivo de discutir políticas públicas e criar critérios que direcionem a relação entre o Estado e os jovens, garantindo que não haja privilégios de uns em detrimento de outros setores. 
Mais informações estão na página

Programação 

Núcleo Abdias Nascimento, Domingo 18/03/2012, das 13h às 18h - Zona Norte - C.E.U. – Paz
Bate Papo: “O Genocídio da População Negra”

Núcleo Gilmar Adl e Núcleo Marcos Telesphoro Segunda 19/03/2012, das 16h às 21h - Zona Sul - CEU Caminho do Mar
Bate Papo: “Das Ruas violentas para a história”

Núcleo Mc Regina E Núcleo Milton Santos Terça 20/03/2012, das 16h às 21h - Zona Sul - C.E.U. Parelheiros
Bate Papo: “A Cidade me oprime e o Hip Hop me liberta”

Núcleo Dina Dee E Núcleo Clovis Moura Quarta 21/03/2012, das 16h às 21h - Zona Leste - C.E.U. Água Azul.
Bate Papo: “Do quilombo ao Hip Hop”

Núcleo Negrutil  Quinta 22/03/2012, das 16h às 21h - Zona Oeste - C.E.U. PERUS
Bate Papo: “Drogas na Periferia: Repressão ou Saúde pública”

Núcleo Dona Flora Cash Beats e Núcleo Nataneal Valêncio Sexta 23/03/2012, das 16h às 21h – Centro – Câmara Municipal
Bate Papo: “Da imprensa Negra ao Hip Hop: O fim das rádios comunitárias à migração para a comunicação virtual”

Sábado 24/03/2012, das 09h30 às 20h – Encerramento Brás Núcleo Bolando Idéia e também terá as apresentações de fechamento finalizando Semana do Hip Hop 2012 Os Heróis Não Morrem, Resistem! Das Ruas Para a História.
Bate Papo: “Hip Hop Entretenimento ou Movimento?”