sábado, 28 de abril de 2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
SILÊNCIO ABSOLUTO SOBRE A ISLÂNDIA. PORQUÊ?
Olho na Islândia
por Theo Buss via Facebook
Se há quem acredite que nos dias de hoje não existe censura, então que nos esclareça porque é ficámos a saber tanta coisa acerca do que se passa no Egipto e porque é que os jornais não têm dito absolutamente nada sobre o que se passa na Islândia.
Na Islândia:
- o povo obrigou à demissão em bloco do governo;
- os principais bancos foram nacionalizados e foi decidido não pagar as dívidas que eles tinham contraído junto dos bancos do Reino Unido e da Holanda, dívidas que tinham sido geradas pelas suas más políticas financeiras;
- foi constituída uma assembleia popular para reescrever a Constituição.
Tudo isto pacificamente. Uma autêntica revolução contra o poder que conduziu a esta crise. E aí está a razão pela qual nada tem sido noticiado no decurso dos últimos dois anos. O que é que poderia acontecer se os cidadãos europeus lhe viessem a seguir o exemplo?
Sinteticamente, eis a sucessão histórica dos factos:
- 2008: o principal banco do país é nacionalizado. A moeda afunda-se, a Bolsa suspende a actividade. O país está em bancarrota.
- 2009: os protestos populares contra o Parlamento levam à convocação de eleições antecipadas, das quais resulta a demissão do primeiro-ministro e de todo o governo.
A desastrosa situação económica do país mantém-se. É proposto ao Reino Unido e à Holanda, através de um processo legislativo, o reembolso da dívida por meio do pagamento de 3.500 milhões de euros, montante suportado mensalmente por todas as famílias islandesas durante os próximos 15 anos, a uma taxa de juro de 5%.
- 2010: o povo sai novamente à rua, exigindo que essa lei seja submetida a referendo.
Em Janeiro de 2010, o Presidente recusa ratificar a lei e anuncia uma consulta popular.
O referendo tem lugar em Março. O NÃO ao pagamento da dívida alcança 93% dos votos.
Entretanto, o governo dera início a uma investigação no sentido de enquadrar juridicamente as responsabilidades pela crise. Tem início a detenção de numerosos banqueiros e quadros superiores. A Interpol abre uma investigação e todos os banqueiros implicados abandonam o país.
Neste contexto de crise, é eleita uma nova assembleia encarregada de redigir a nova Constituição, que acolha a lições retiradas da crise e que substitua a actual, que é uma cópia da constituição dinamarquesa. Com esse objectivo, o povo soberano é directamente chamado a pronunciar-se. São eleitos 25 cidadãos sem filiação política, de entre os 522 que apresentaram candidatura. Para esse processo é necessário ser maior de idade e ser apoiado por 30 pessoas.
- A assembleia constituinte inicia os seus trabalhos em Fevereiro de 2011 a fim de apresentar, a partir das opiniões recolhidas nas assembleias que tiveram lugar em todo o país, um projecto de Magna Carta. Esse projecto deverá passar pela aprovação do parlamento actual bem como do que vier a ser constituído após as próximas eleições legislativas.
Eis, portanto, em resumo a história da revolução islandesa:
- Demissão em bloco de um governo inteiro;
-- Referendo, de modo a que o povo se pronuncie sobre as decisões económicas fundamentais;
- Prisão dos responsáveis pela crise e
- reescrita da Constituição pelos cidadãos:
Ouvimos falar disto nos grandes media europeus?
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Homenagem do Blog do Cappacete a Revolução dos Cravos, abaixo o fascismo!
Para quem quiser conhecer um pouco mais
sobre a Revolução do Cravos, clique aqui.
365 & Mau (Garotos Podres) -
Grândola (Vila Morena)
terça-feira, 24 de abril de 2012
Se até Murdoch depõe, por que Civita não deveria?
NESTA TERÇA, JAMES MURDOCH SE EXPLICA NO PARLAMENTO INGLÊS PELA PRÁTICA DE GRAMPOS ILEGAIS; “SE EU SOUBESSE, TERIA CORTADO O CÂNCER”, DECLAROU; NO BRASIL, ROBERTO CIVITA, DA ABRIL, MOBILIZA UM EXÉRCITO PARA NÃO SER CONVOCADO; MAS ELE DEU AZAR: A INGLATERRA AINDA É UM FAROL DA LIBERDADE
247 – Se ainda faltavam argumentos para aprovar a convocação do empresário Roberto Civita, dono da Editora Abril, na CPI sobre Carlos Cachoeira, que iniciará suas atividades nesta quarta-feira, eles caíram por terra na manhã de hoje. Em Londres, o empresário James Murdoch, filho do magnata australiano Rupert Murdoch, dono da NewsCorp, maior grupo de mídia do mundo, tenta se explicar sobre as atividades do jornal “News of the World”, um tabloide centenário que foi obrigado a fechar quando se descobriu que seus jornalistas publicavam grampos ilegais.
Como se sabe, a Inglaterra não é um país que restringe a liberdade de imprensa. Ao contrário, é um dos países mais liberais do mundo, onde todos os assuntos podem ser discutidos abertamente – inclusive, a própria imprensa.
Sobre os grampos do “News of the World”, Murdoch filho disse que não tinha ideia alguma do que se passava no jornal. E afirmou que, se soubesse, “o câncer teria sido cortado imediatamente”. Graças ao depoimento, transmitido ao vivo por várias televisões e websites, Murdoch passou a constar nos Trending Topics do Twitter, como um dos assuntos mais comentados do dia. Assim como ocorreu dias atrás com a hashtag #vejabandida.
Civita e Policarpo?
Nos últimos dias, a Editora Abril tem feito um intenso trabalho de bastidores para evitar que Roberto Civita seja convocado. O pedido será apresentado pelo deputado Fernando Ferro (PT/PE). O ex-presidente Lula, que participa ativamente da articulação da CPI, considera a convocação de Civita como um ponto de honra. Fabio Barbosa, presidente-executivo da Abril e ex-presidente da Febraban, já foi a Brasília para fazer lobby contra a convocação do chefe. Na Brasil, tem-se a certeza de que Civita sairá humilhado do Congresso.
Neste sentido, a editora responsável pela revista Veja negocia uma saída honrosa, que seria entregar de bandeja a cabeça do diretor da sucursal brasiliense, Policarpo Júnior. Numa reflexão recente sobre métodos de apuração e ética jornalística, o diretor de Veja, Eurípedes Alcântara, praticamente rifou Policarpo, ao não citar o nome do jornalista e dizer que jornalistas correm riscos quando publicam grampos ilegais.
A voz mais estridente da Abril, que é a do blogueiro Reinaldo Azevedo, tem publicado artigos sobre um atentado contra a liberdade de imprensa no Brasil, que seria perpetrado na CPI de Carlos Cachoeira.
No entanto, Civita, Eurípedes, Policarpo e Reinaldo perderam.
Tiveram um tremendo azar.
A Inglaterra ainda é um país livre. Ou melhor: é um farol da liberdade.
Pedágio no Brasil é o mais caro do mundo e preço não se justifica, afirma Ipea
Paga-se caro para isso...
Os brasileiros pagam em média R$ 9,04 a cada 100 quilômetros. Já o valor internacional fica em R$ 8,80 pelo mesmo trecho. Os dados são da do relatório Rodovias brasileiras: Investimentos, concessões e tarifas de pedágio, divulgado pelo Ipea.
De acordo o coordenador de Infraestrutura Econômica da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset) do Ipea, Carlos Campos, o valor elevado não se justifica. Ele compara a forma de concessão das rodovias brasileiras com as internacionais para explicar o valor abusivo cobrado no Brasil.
“Na experiência internacional a empresa que ganha a concessão do governo tem que construir uma rodovia nova. Isso rebate na tarifa, que fica mais alta. Porém, no Brasil a experiência é diferente. Aqui o governo transfere para o setor privado a rodovia pronta. Como os investimentos das empresas são menores, as tarifas também deveriam ser, mas isso não acontece. Isso mostra que as tarifas no Brasil realmente estão elevadas.”
A média de tarifa nos estados é de R$ 10,87. Para circular nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro ainda é mais caro. Os paulistas pagam R$ 12,76 e os cariocas R$ 12,93, que são os preços mais altos no país.
O documento também apontou que o investimento do governo federal nas rodovias brasileiras é baixo. Apenas 0,04% do PIB brasileiro é investido na melhoria da malha rodoviária.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Unesco lista lugares símbolo da memória da escravidão no Brasil
Vermelho
A relação dos 100 locais mais significativos da memória do tráfico negreiro e da história dos africanos escravizados no Brasil será apresentada nesta quarta-feira (25), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, durante a quarta edição do Festival Internacional do Filme de Pesquisa sobre História e Memória da Escravidão Moderna.
Elaborada com base em uma pesquisa iniciada no ano passado, a lista é uma iniciativa do projeto Rota do Escravo: Resistência, Herança e Liberdade, criado em 1994 pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
Com uma programação de oito filmes, o festival é uma mostra itinerante realizada anualmente em mais de dez cidades, de três continentes. O evento é organizado por uma rede internacional de pesquisa, da qual fazem parte as universidades de York e Laval, do Canadá, a École de Hautes Études em Sciences Sociales e o Centre National de la Recherche Scientifique, da França, e o Laboratório de História Oral e Imagem, da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Brasil.
Um dos destaques da mostra, que tem curadoria das historiadoras Hebe Mattos e Martha Abreu, é o filme Os Escravos de Ontem, Democracia e Etnicidade no Benin, ganhador do prêmio do júri da edição festival realizada no ano passado no Museu do Quai Branly, em Paris. Também será lançada a caixa de DVDs Passados Presentes, com quatro filmes de pesquisa realizados com descendentes de escravizados das antigas áreas cafeeiras do Vale do Paraíba, no sul fluminense.
Convidado do evento, o fotógrafo e antropólogo Milton Guran, representante brasileiro no Comitê Científico do projeto Rota do Escravo, fará a apresentação dos locais de memória, escolhidos pelo laboratório da UFF a partir de contribuições não só de acadêmicos, mas também de representantes da sociedade civil vinculados às diversas manifestações da cultura afrobrasileira.
“São os portos de desembarque, os mercados de escravos, as irmandades fundadas por africanos no Brasil, que tiveram um papel fundamental no diálogo da massa escravizada com o poder político da época e na busca pela compra da liberdade, os quilombos e algumas manifestações culturais que foram efetivamente fundadas por africanos depois de chegarem ao Brasil”, explica Guran. “Não se trata de toda a cultura afrobrasileira, mas daqueles lugares que marcam a ação do tráfico e as estratégias iniciais daqueles africanos que chegaram ao Brasil”, esclarece o antropólogo.
De acordo com Guran, a intenção do projeto é que os lugares de memória sejam reconhecidos pelos seus respectivos municípios, com pelo menos uma placa sinalizando o local. “Nós consideramos como o mais emblemático lugar de memória do tráfico no Brasil e nas Américas o Cais do Valongo, na zona portuária do Rio. Lá, funcionou o maior porto de entrada de escravos africanos das Américas”, destaca.
Para o antropólogo, as obras de revitalização da zona portuária carioca, o chamado Porto Maravilha, vão proporcionar, pela primeira vez na história, a devida proteção aos locais de memória da escravidão. “O sítio arqueológico do Cais do Valongo vai ficar, após a conclusão das obras, no meio de um grande monumento em homenagem aos afrodescendentes do Brasil”.
Milton Guran espera que os locais da Rota do Escravo sirvam de estímulo para o turismo de memória. “A Unesco identificou, a nível planetário, um movimento importante, por parte dos afrodescendentes, de buscar as referências. E isto tende a aumentar, na medida em que hoje temos uma classe média de descendência africana bastante significativa. No Brasil nem tanto, mas nos Estados Unidos, onde as políticas afirmativas já existem há décadas, muitos afroamericanos preferem conhecer um lugar ligado à sua origem do que visitar Florença, Veneza ou Paris”, afirma.
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