segunda-feira, 17 de maio de 2010

Tailândia: 37 mortos e confrontos em Bangkok



Os trabalhadores tailandeses dão aula de coragem e resistência ao mundo




Centro da capital transforma-se num impressionante campo de uma batalha desigual.
Sangue, fumaça negra, tiros e caos é o que se vê em Bangkok desde o atentado a tiro ao Major-General Khattiya Sawasdipol, na quinta-feira. Kattiya, o Seh Daeng (Comandante Vermelho), faleceu no hospital, na segunda-feira. Desde quinta, quando as tropas do exército avançaram para desalojar os manifestantes, a cidade transformou-se num impressionante campo de batalha.

O exército, que parece ter subestimado a disposição dos "vermelhos", não conseguiu desalojá-los, e os últimos confrontos já causaram a morte de 37 manifestantes, num genocídio público, assistido por grande parte da população do planeta.

Desde que os "vermelhos" iniciaram a sua luta em Março, já morreram 66 pessoas e mais de 1.600 foram feridas. O governo deu uma ordem para que os manifestantes desocupem o centro até às 15h locais desta segunda-feira, se quiserem evitar ser indiciados criminalmente.

No domingo, lideranças vermelhas disseram estar dispostas a negociar. Mas colocando como condição a participação das Nações Unidas e a saída do exército do centro de Bangkok. Por outro lado, o primeiro ministro, Abhisit, afirmou que só aceita negociações quando os vermelhos se retirarem.

Durante esses dias, a batalha desigual, com manifestantes defendendo-se com barricadas, pedras e o que tinham em mãos, também se estendeu por algumas outras áreas da cidade. Em várias cidades também ocorreram manifestações e protestos.

Se a Tailândia vivia uma profunda crise politica, agora transformou-se num país dividido. Qualquer solução que se encontre, será uma solução transitória, de crise maior do que existia antes de Março.

Depois de ter afirmado que essas dezenas de mortes foram necessárias, Abhisit não tem como voltar atrás. Agora, mais do que antes, necessita massacrar os vermelhos para poder governar até onde puder. Pois no momento em que os "vermelhos" chegarem ao poder, irão sem duvida julgá-lo e condená-lo. E isso Abhisit tem bastante claro. Desde o massacre de 10 de Abril, onde morreram 23 pessoas e 800 foram feridas, uma das reivindicações dos manifestantes é exactamente a punição dos responsáveis, ou seja, de Abhisit.



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