quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Uma população esquecida: 2012, a primavera sangrenta em São Paulo


Grupo de extermínio pago pela sociedade, voltado contra essa mesma sociedade.

O fato de um dos responsáveis pelo massacre do Carandiru, homem que responde por mais de 70 mortes, ter sido promovido a comandante da ROTA, elucida tudo
Por Ronan, Passa Palavra
A gestão de qualquer área ou instituição depende de uma série de acordos. Seja uma penitenciária, escola, manicômio ou centro cultural, há sempre uma previsão sobre como as coisas ocorrerão. Não se trata puramente de acordos explícitos. Na maioria dos casos o que ocorre é um acordo tácito, algo dado sem ser dito, sobre quais são as regras do jogo, como agirão os protagonistas. A atual guerra particular entre policiais e criminosos em São Paulo faz recordar essa observação básica. Se de uma hora para outra há um surto de violência, tendemos a especular sobre o que mudou nos procedimentos que envolvem a gestão da segurança pública e que servem para manter a relação entre policiais e bandidos num nível menos sangrento e mais racional.
Nem mesmo os jornalistas que cobrem a área, cheios de informantes e dados que os comuns não possuem, não conseguiram chegar a um entendimento exato do que se passa hoje. O governo Alckmin se recusa a dar esclarecimentos dignos desse nome, cobre os fatos com retóricas do dia, algumas tão estapafúrdias, que o governador chegou a declarar que o PCC [Primeiro Comando da Capital] era uma lenda. Apesar disso, a guerra segue e os efeitos são nefastos para toda a população. Um dado que explicita que há uma guerra particular com a polícia é que, diferentemente dos ataques do PCC de 2006, os agentes penitenciários não foram inclusos no alvo dos criminosos. Embora sejam muito mais fáceis de serem atingidos, não são eles o foco. Também não estão sendo atacados bombeiros, nem forças municipais. O que evidencia que não é um quadro de enfrentamento do Estado em si, mas um conflito realmente focado e com motivações circunstanciais.
Diante do que dispomos é preciso pontuar que o atual cenário está ligado ao fato de homens truculentos da polícia militar terem chegado ao alto escalão da segurança pública, o que levou à ascensão da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) e à apologia de uma política mais letal, isso tudo num contexto de policialização da política (coronéis como subprefeitos de 30 das 31 subprefeituras, militares eleitos como vereadores). O atual secretário de segurança, Antônio Ferreira Pinto, principal dos secretários de Serra a prosseguir no governo Alckmin, é homem de carreira da polícia militar e abertamente defensor de métodos duros. Conforme André Caramante, sua assunção do cargo significou uma centralidade para a ROTA na estratégia de controle das ruas. Houve promoção de homens que, ou são diretamente da ROTA, ou possuem ligação estreita com a mesma e com o ideário que ela representa. O fato de um dos responsáveis pelo massacre do Carandiru, homem que responde por mais de 70 mortes, ter sido promovido a comandante da ROTA, elucida tudo.
Um quadro como esse nos faria supor que, com tantos homens duros no comando, a criminalidade esteja, enfim, recuando. Ao contrário da retórica dos durões, nem uma palha sequer foi movida na economia criminal. Os pontos de venda de drogas permanecem funcionando, com o devido pagamento aos policiais, o Estado está recheado de bares com máquinas caça-níqueis, o jogo do bicho tem tanta liberdade que já cobra com máquinas eletrônicas, os bingos e casas de jogos clandestinos pipocam por toda São Paulo, permanecem os roubos de carros, roubos em restaurantes, assaltos a condomínios, assaltos a carros fortes, assaltos a empresas de transporte de valores, explosão de caixas eletrônicos e roubo de cargas. A situação é tal que uma carga da Apple de 3,9 milhões de reais foi levada do aeroporto de Campinas num dia em que havia operação especial da polícia na cidade. Em muitos dos crimes há comprovada participação de policiais, ou como homens de ação ou como recebedores de propina.
Se a economia criminal não foi tocada em nada, qual a razão da primavera sangrenta, o que a justifica? Foram mais de 85 policiais mortos até agora, a maioria fora do serviço. A quantidade de criminosos mortos é bem maior e de civis vitimados também. Acompanhando pelos jornais, a guerra começou depois que a ROTA passou a emboscar criminosos, assassinando-os em sequência (não se sabe qual o critério de seleção). Com dados colhidos via investigação e bandidos cooptados, descobrem um plano de assalto, uma reunião de bandidos e os emboscam, levando-os à morte. Diante da fatalidade da morte, sem oportunidade do processo legal, os criminosos começaram a reagir e iniciou-se a matança de policiais. Toda uma guerra foi deflagrada por conta da aplicação de métodos particulares, inconstitucionais e sangrentos, caros a um batalhão da polícia e apoiados pelo secretário. Com a explosão dos homicídios, sem resultados efetivos quanto à queda da criminalidade, a população está pagando um preço muito alto para atender aos preceitos de uma parcela da PM. Talvez à visão particular de uns poucos.
A guerra, como não poderia deixar de ser, tem resultado em danos para a população, expectadora e vítima dos acontecimentos. A polícia, obviamente, não prende nem assassina os mais de 40 milhões que vivem no Estado de São Paulo, mas de acordo com a forma como atua impõe maior ou menor medo aos populares. Iniciada a guerra, virou padrão que logo após o assassinato de um policial ocorram vários homicídios na localidade em que o militar foi morto. Policiais à paisana, em carros, em motos, alguns encapuzados, saem logo em seguida matando pessoas para vingar a morte do colega tombado. Nesse processo, não são poucos os civis vitimados, logo taxados como bandidos pela mídia apressada e cínica. Quem não leva tiro tem a liberdade tolhida. Quando não há toque de recolher imposto pelos policiais, a própria sensação de medo se encarrega de manter todos em casa. Em vários cantos, basta estar em um bar depois de certas horas para se tornar um possível alvo.
Até o momento, o atual secretário de segurança, Antônio Ferreira Pinto, ficou imune às críticas e notícias veiculadas pelos jornais. Ao contrário, a queda veio do lado dos críticos. Um jornalista da Folha de São Paulo, André Caramante, foi obrigado a se exilar do país por conta das ameaças recebidas depois que publicou matéria a respeito da truculência do Coronel Telhada no Facebook – há mesmo todo um debate feito nos bastidores sobre se o governador não se tornou refém do secretário herdado de Serra e da ala dura que o cerca. Se um jornalista da Folha de São Paulo é obrigado a se exilar, podemos imaginar o que ocorre com o jovem da periferia que encara a brutalidade policial fora dos holofotes.
O caso tem servido, dentre outras coisas, para demonstrar na prática como os freios constitucionais contra a violência policial não funcionam no Estado de São Paulo. Defensoria pública, conselho tutelar, ouvidorias, nenhuma das instituições tem servido para parar a guerra que vitima pessoas alheias e amedronta a todos. São nas redes sociais, nos bares, nos bairros (quando há), nas organizações de vítimas da violência militar e nos saraus que se tem buscado dar uma resposta para a primavera sangrenta. No geral, como em tantas outras coisas, o povo teve que se virar e vai criando estratégias para sobreviver: voltando junto do trabalho, não saindo depois de tal horário, evitando dadas localidades.
Deve-se chamar a atenção para a forma como grossa parte da esquerda, meio artístico e intelectual, praticamente fugiu do assunto, fazendo de conta que não há uma guerra, com muitos inocentes vitimados e toda uma população afetada. De uma parte isto se deve ao distanciamento quanto ao cotidiano dos comuns, de outro, há mesmo certo elitismo que só pronuncia a palavra ditadura quando a vítima era um quadro, pessoa que ia ser alguém na vida. Mas, também, há o caso infeliz de a guerra se passar em ano eleitoral e o cabresto partidário da esquerda evitar que ela se pronuncie para não ser associada pelos opositores com o crime, não correr o risco de ser acusada de defender bandidos. Diante dos interesses eleitorais desta esquerda, os populares ficaram, mais uma vez, sozinhos.



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Historiadora holandesa sobrepõe imagens da Segunda Guerra a fotos atuais



Historiadora holandesa Jo Teeuwisse quer que o projeto vire um livro ou uma exposição

Visitar um local histórico e tentar imaginar o cenário da época é um exercício de criatividade. Às vezes é difícil crer que aquela rua limpa e arborizada já foi um enorme campo de batalha. Foi pensando nisso que a historiadora holandesa Jo Teeuwisse montou o projeto “Ghosts of History” (Fantasmas da História), mostrando que o passado pode estar mais perto do que muita gente imagina.

Teeuwisse fez montagens de fotos antigas tiradas na Europa, geralmente durante a Segunda Guerra Mundial, sobrepondo os personagens em fotos atuais nos mesmo locais em que eles apareciam. O efeito transparente dá a impressão de que fantasmas do passado continuam nas ruas.


Objetivo do projeto é fazer com que as pessoas conheçam a história do local onde vivem e pensem sobre as guerras

“Fiz as fotos por curiosidade e por causa da minha paixão por história, mas também para fazer as pessoas perceberem o contexto histórico de onde vivem. É importante pensarmos sobre a guerra”, explicou Teeuwisse em entrevista ao Opera Mundi.

Tudo começou quando a historiadora encontrou cerca de 300 fotografias antigas de Amsterdã em um mercado de pulgas da capital holandesa. Ela decidiu fazer montagens só para ver como ficava, já que conhecia bem a cidade e podia reconhecer as ruas. Satisfeira com o resultado, procurou fotos de outros países para continuar o trabalho. Ela pediu ajuda na internet para reconhecer cada local e algumas pessoas mandaram fotos atuais das localizações. Aos poucos Teeuwisse foi montando um grande portifólio que pode ser visto em sua página do Flickr.

A historiadora ficou surpresa com a repercussão de seu trabalho: “Estou sobrecarregada com toda essa atenção - ando muito, muito, muito ocupada!”, disse Teeuwise. “Fico bastante feliz com isso, claro, pois significa que muitas pessoas tiraram um momento de seu dia para pensar na guerra e em toda a história que os cerca”, concluiu.

Teeuwise tem planos de continuar com as montagens para um dia publicá-las em um livro ou fazer uma exposição.







domingo, 28 de outubro de 2012

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Site falso de Haddad foi criado em empresa da campanha de Serra. Atenção, Serra está ensandecido e é capaz de tudo!


 
Serra e seu bando estão enlouquecidos, portanto, toda vigilância é pouca!

A provedora de internet GVT informou nesta sexta-feira, 26, que o site apócrifo "Propostas Haddad 13", que imitava a linguagem visual usada pela campanha do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, mas desferia críticas ao petista, foi criado na sede da Soda Virtual, empresa contratada pela campanha do candidato tucano, José Serra, por R$ 250 mil reais, para prestar serviços de "criação e inclusão de páginas na internet".

Página não identificava sua autoria e foi retirada do ar na última sexta - ReproduçãoReprodução da Página não identificava sua autoria e foi retirada do ar na última sexta
O site não identificava sua autoria e foi retirado do ar na última sexta-feira, 19, por decisão da Justiça Eleitoral, após pedido dos advogados de Haddad. Para o juiz Henrique Harris Júnior, da 1.ª Zona Eleitoral, as mensagens contidas na página eram "passíveis de enquadramento, em tese, como ofensivas e sabidamente inverídicas, até mesmo com o emprego de imitação das fontes, cores e símbolos utilizados na sua campanha (de Haddad)".
Entre os textos divulgados no site, estavam "Haddad vai criar 50 novas Escolas de Lata", "Haddad vai aumentar o IPTU" e "Haddad vai voltar com a Taxa do Asfalto". Na decisão, Harris Júnior determinou ao Google, onde o site estava hospedado, e à GVT que informassem o IP e a identidade do criador da página.
Segundo a GVT, a conexão de internet usada para criar o site está em nome de Huayna Batista Tejo, presidente da Soda Virtual, e é acessada pela Rua Borja Peregrino, 318, João Pessoa (PB), sede da empresa. À reportagem, Tejo negou ter criado o site "Propostas Haddad 13" e disse que vai investigar o ocorrido.
A assessoria de Serra informou, por meio de nota, que o site não é de iniciativa da campanha.  "A campanha se manifesta na internet por meio do site serra45.com.br, da página do Facebook timeserra45 e do twitter @serraja", afirma.



Funcionário de Serra é suspeito de iniciar boatos sobre cancelamento do ENEM


O retrato do desespero

Pragmatismo Politico

Ministério da Educação pede para Polícia Federal investigar funcionário da campanha de José Serra.

A reta final das eleições municipais em São Paulo, com a disputa entre Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB), esquentou a tal ponto que o Ministério de Educação pediu que a Polícia Federal abra uma investigação contra um funcionário da campanha do tucano.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o MEC fez a solicitação diretamente ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem a PF está subordinada. O MEC acusa Eden Wiedemann, integrante da campanha de Serra nas redes sociais, de ser responsável por divulgar a falsa informação de que apróxima edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teria sido cancelada. De acordo com o Estadão, Wiedemann postou no Twitter às 20h11 de quarta-feira 24 a mensagem “Vai Haddad!!! MEC confirma cancelamento das provas do Enem” seguida de um link para uma reportagem de 2009 que anunciava o cancelamento da prova.

Há três anos, a prova foi cancelada depois do vazamento de algumas questões.





quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Venezuela reitera necesidad de refundar y democratizar la ONU


La delegación venezolana ante las Naciones Unidas (ONU) reiteró la necesidad de refundar y democratizar el organismo, argumentando que su accionar actual se aleja de los objetivos establecidos en su Carta fundacional, entre ellos el de mantener la paz y la seguridad internacionales a través de medios pacíficos y de conformidad con los principios de justicia y del derecho internacional.
El embajador Jorge Valero ofreció una declaración con motivo del aniversario 67 de la fundación del ente mundial y reafirmó que urge revitalizar la Asamblea General y ampliar el número de miembros del Consejo de Seguridad, en sus dos categorías de permanente y no permanente.
Explicó que los términos acordados por las naciones que fundaron la ONU en 1945 distan de la realidad actual, en la que “potencias imperialistas lanzan nuevas guerras neocoloniales y de conquista”, utilizando las nociones de la “responsabilidad de proteger” y de “cambio de régimen”.
“Lo convenido hace 67 era para fomentar relaciones de amistad entre las naciones, basadas en el principio de igualdad de derechos y la libre determinación de los pueblos, y promover la cooperación internacional mediante el desarrollo y el respeto a los derechos humanos y a las libertades fundamentales”, recordó.
El diplomático, no obstante, asegura que hoy día existe en la ONU una inequitativa representación de los países en sus órganos principales, motivo por el cual “una minoría se abroga el derecho de direccionar los asuntos mundiales”.
Precisó que “la cooperación internacional en el planeta es limitada” y, por el contrario, “prevalece la voraz competencia entre grandes potencias capitalistas, que buscan mantener o recuperar sus áreas de influencia saqueando los recursos naturales de países en desarrollo”.
Entre las propuestas, mencionó revitalizar la Asamblea General y elegir democráticamente al Secretario General, además de ampliar la categoría miembros, tanto permanentes como no permanentes, del Consejo de Seguridad.
En ese sentido, destacó como ejemplo las novedosas experiencias de cooperación solidaria que han surgido, durante los últimos años, en América Latina y el Caribe, las cuales contribuyen a democratizar las relaciones internacionales y a forjar un mundo en paz y con justicia social.
Entre estas iniciativas, resaltó organismos como la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA), la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) y la Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños (Celac).
Sistema financiero
Para lograr tales objetivos de cooperación, priorizó reformar el sistema financiero internacional que impone ajustes fiscales y políticas macroeconómicas, favoreciendo “la preeminencia de los bancos y los especuladores financieros, en desmedro de los países en desarrollo y de los sectores sociales más vulnerables”.
“Hoy surgen nuevas alternativas soberanas, anti-capitalistas y anti-imperialistas que contribuyen a la forja de un mundo pluripolar y multicéntrico, en el cual puedan prevalecer la igualdad jurídica de los Estados y la justicia social”, acotó.
Valero finalizó recordando que Venezuela está a la vanguardia en las luchas anti-imperialistas y anti-capitalistas actuales, respaldando “toda causa a favor de la igualdad, la justicia social y la solidaridad entre naciones soberanas, que coadyuven a lograr el equilibro del Universo y a garantizar la Paz Planetaria”.



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Em ano eleitoral, Kassab atrasa divulgação de dados sobre a educação paulistana


Fazer o que né... A resposta virá domingo 

Tradicionalmente divulgados até abril, os resultados do exame de alunos da rede municipal paulistana ainda não foram apresentados pela gestão Gilberto Kassab (PSD).
Segundo a reportagem apurou, os dados não anunciados da Prova São Paulo 2011 apontam queda acentuada nas médias dos alunos do terceiro e quarto anos do ensino fundamental em relação a 2010, enquanto no nono ano houve aumento.
Devido aos resultados considerados inesperados, um consultor externo foi chamado para ajudar a analisar a situação.
Ele começou a trabalhar apenas no mês passado e entregará o relatório após as eleições municipais.
Resposta
A Secretaria Municipal da Educação afirmou que o atraso ocorreu por divergências metodológicas -- e não questões eleitorais.
"Os números causaram estranhamento porque mostravam duas realidades opostas, mas aparentemente inexplicáveis: algumas crianças estariam 'deixando de aprender' e outras apresentavam saltos grandes de aprendizagem", informou.
Alexandre Schneider, secretário de educação da gestão Kassab, não foi localizado para comentar. Responsáveis pelos exames de 2011 e 2010, respectivamente, Avalia e Cespe, disseram que seguiram padrões estabelecidos. A Cesgranrio (2009) não se pronunciou.



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

EDUCAÇÃO É A CAIXA-PRETA DO GOVERNO ALCKMIN


I aÍ Joaquim Barbosa, JUSTIÇa É SÓ pros PPPP's? 


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Com o presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, José Bernardo Ortiz, afastado por improbidade, Ministério Público poderá se debruçar sobre gastos de R$ 692,6 milhões realizados nos últimos oito anos em bolsas universitárias; MP já recebeu denúncia de caixa-dois por meio da educação superior e a instituição que mais recebeu recursos, a Sumaré, nasceu e cresceu com os tucanos, levando R$ 56,6 milhões.
No dia 3 de outubro deste ano, um dos braços direitos de Geraldo Alckmin teve seus bens bloqueados e foi afastado do cargo que ocupava, por uma decisão judicial. Era José Bernardo Ortiz, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), que foi acusado de fraudar uma licitação para a compra de 3,5 milhões de mochilas escolares. Ex-prefeito de Taubaté, Ortiz é muito próximo do governador paulista, tem um filho que está concorrendo à prefeitura da cidade no segundo turno e foi denunciado pelos procuradores Sílvio Marques (o mesmo que investigou Paulo Maluf) e Saad Mazloum.
O caso das mochilas, onde teria havido um sobrepreço de R$ 11,5 milhões segundo o Ministério Público, é pequeno diante do volume de recursos administrados pela FDE. Um levantamento obtido com exclusividade pelo 247 aponta que, entre 2003 e 2011, nas administrações de Geraldo Alckmin e José Serra, a Fundação distribuiu R$ 692,6 milhões em bolsas de estudo nos programas “Escola da Família” e “Bolsa Alfabetização”. São programas que pagam R$ 300 por mês a instituições de ensino que concedem bolsas a alunos carentes.
Diferentemente do governo federal, que financia a inclusão na educação superior por meio do FIES, um fundo que concede empréstimos aos estudantes, em São Paulo os recursos são doados às escolas que abrem vagas. E esse sistema fez surgir algumas “potências”. É o caso do Instituto Sumaré de Educação, que liderou os repasses tucanos e recebeu R$ 56,6 milhões nos últimos anos e continua em primeiro lugar no ranking, apesar da pouca tradição educacional, à frente de instituições como PUC, Anhanguera e muitas outras.
Procurados pelo 247, o Instituto Sumaré e a FDE não forneceram a relação dos bolsistas atendidos pela escola nem se pronunciaram sobre a desproporção na distribuição de verbas do governo paulista. O caso chama a atenção porque Sílvio Marques já recebeu a denúncia de que o PSDB estaria utilizando algumas instituições de ensino privadas como fachada para a arrecadação de caixa dois eleitoral, por meio de bolsas-fantasmas (leia mais aqui).



sábado, 20 de outubro de 2012

Mendigo bonitão não é internado em clínica nenhuma de SP

O que é ser bonito no Brasil?


Chegam a ser bizarros o cinismo e a hipocrisia da imprensa (e de boa parte da sociedade) brasileira. Mídia e redes sociais ficaram extremamente compadecidas com o tal  "mendigo bonitão" de Curitiba. Para ser bonito no Brasil, basta ser loiro e ter olhos azuis, nessas condições, todo mundo se solidariza. Aliás, chamaram de "mendigo" por que é branco, se fosse não branco, seria "nóia" . Morador de rua negro, índio, mulato, moreno, tudo bem, normal... Agora, se for ariano, com os traços da elite branca, aí não pode, é  tão  absurdo que vira até notícia de jornal. O paizinho racista esse nosso hein... O que mais incomoda é que grande parte do povo incorpora esses preconceitos, mesmo se tratando de pessoas que se encontram fora dos padrões de beleza estabelecidos pela elite branca, veiculados diariamente por nossas mídias.    







sexta-feira, 19 de outubro de 2012

“A 14 de novembro realizar-se-á a primeira Greve Geral ibérica da história”


O Comité da UGT e o Conselho da CC OO aprovaram formalmente a convocatória de uma Greve Geral para 14 de novembro. Durante a tarde, e segundo noticia o El Pais, os representantes das duas estruturas sindicais levaram a sua decisão à Cimeira Social, movimento reivindicativo que reúne cerca de 150 organizações. Além de Espanha e Portugal, também Chipre, Grécia e Malta deverão aderir ao protesto.

Antes do começo das votações, que resultaram na aprovação, por unanimidade, da convocatória de uma Greve Geral para dia 14 de novembro, Toni Ferrer, secretário da Ação sindical de UGT, defendeu que “existem motivos mais do que justificados” para avançar para o protesto.
Fernando Lezcano, secretário da Comunicação da CC OO afirmou, por sua vez, que “esta é uma Greve Geral contra as políticas de austeridade que demonstraram ser um fracasso”. “Temos mais desemprego, os nossos jovens foram abandonados à sua sorte, temos mais pobreza, desmantela-se a educação e a saúde e não há nenhuma perspetiva de recuperar a situação económica”, sublinhou.
Conforme adianta o El País, esta será a primeira vez em democracia que se realizam duas Greves Gerais num só ano em Espanha e que se realiza mais do que uma Greve Geral contra as políticas do mesmo governo. Será ainda a primeira vez que decorre uma paralisação total durante uma campanha eleitoral, neste caso, na Catalunha.
Jornada europeia contra a atual situação económica e social

A Greve Geral agendada em Espanha enquadra-se na “jornada de ação" europeia contra a atual situação económica e social anunciada esta quinta feira pela Confederação Europeia de Sindicatos (CES).
A convocatória, formalizada durante uma reunião que teve lugar em Bruxelas e que contou com a participação do secretário geral da CC OO e atual presidente da CES, Ignacio Fernández Toxo, e do secretário-geral da UGT, Cándido Méndez, prevê a realização de greves, manifestações e comícios nos países que aderiram à jornada de luta. “Com elas mostrar-se-á o forte desagrado às medidas de austeridade que estão a condenar a Europa à estagnação económica e também contra o contínuo desmantelamento do modelo social europeu”, justifica a CES em comunicado.
Malta, Itália, Chipre e Grécia deverão aderir à Greve Geral de 14 de novembro

O secretário da Comunicação da CC OO mostrou-se esperançado que mais países do sul da Europa venham a aderir ao protesto - provavelmente Chipre, Malta e Grécia - e convoquem Greves Gerais próprias. Segundo avança o El País, também é possível que se realizem grandes manifestações em países como Itália, França ou Bélgica.



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Brics avançam hipótese de criar banco comum


Em fevereiro de 2013, os ministros das Finanças dos países do Brics se reunirão em Moscou para examinar novamente a possibilidade de criar um banco comum. O anúncio foi feito pelo diretor do departamento de relações financeiras internacionais do Ministério das Finanças da Rússia, Andrêi Bokarev.

Em entrevista a jornalistas nos bastidores da Assembleia Anual do FMI e do Banco Mundial, realizada na semana passada em Tóquio, Bokarev repetiu que os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão estudando a possibilidade e a necessidade de criar um banco comum.
“Por enquanto, nenhum documento específico foi aprovado, mas estamos examinando os prós e os contras dessa iniciativa”, declarou.
Um relatório com conclusões e sugestões sobre esse assunto deve ser apresentado na reunião dos ministros das Finanças dos países do Brics, que acontecerá no âmbito do primeiro encontro dos titulares da pasta das Finanças do G-20 em fevereiro de 2013 na cidade de Moscou.
Na sequência, os ministros das Finanças do Brics deverão elaborar um parecer sobre o assunto e apresentá-lo à cúpula do grupo, que acontecerá no final de março de 2013 na África do Sul.
“Assim que os países do Brics chegarem a acordo quanto às competências do futuro banco e a seu eventual lugar nas relações monetárias e financeiras internacionais, eles começarão a discutir as condições de sua criação, o montante de seu capital, sua estrutura acionária, localização e contribuições dos países-membros”, esclareceu Bokarev.
Em Tóquio, os ministros das Finanças do Brics abordaram a situação da economia mundial e a importância de uma reforma das cotas no FMI.
A parte russa aproveitou para esclarecer alguns pontos sobre sua futura presidência no G20 e prometeu apresentar um relatório mais detalhado sobre esse tema até novembro.

Originalmente publicado no site Finmarket.ru