Lembro-me de que na conjuntura da eleição para prefeito, em 2008, perguntei para uma jovem nipônica, de classe média alta, por que ela não votava na Marta, e a mesma me disse: é que a Marta não liga para a classe média. Imagino que ela deve estar feliz com seu prefeito, Kassab tem feito tudo que pode para ferrar com os pobres dessa cidade.
Sindicato da categoria afirma que mil trabalhadores estão na lista de demissão e teme pelo aumento do já crescente número de casos da doença
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo vai demitir agentes de apoio de zoonoses, que vão de casa em casa orientar a população quanto à necessidade de prevenção da dengue.
Pelas contas do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município (Sindsep), serão mil os demitidos já a partir de 5 de junho, quando termina a vigência de seus contratos. "Com a medida, a prefeitura coloca em risco a saúde da população", diz João Batista Gomes, secretário-geral da entidade.
Segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, até o final de abril foram registrados mais de 1.800 casos de dengue somente na capital. No Estado de São Paulo, o número de mortes em 2010 é recorde. O número de infectados chega a 74,8% do registrado em 2007. Pelo menos 55 pessoas já morreram por causa da doença.
Desde o início do ano, o Ministério da Saúde alertou as populações de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Roraima, Tocantins e Piauí sobre os riscos de uma possível epidemia do vírus tipo 1.
O dirigente do Sindsep diz que o serviço de apoio de zoonoses conta com cerca de 2.500 agentes. "Se já é difícil fazer o atendimento em toda a cidade com 2.500, imagine então com 1.500", diz Gomes.
Além da equipe reduzida, o sindicalista aponta outro problema: as condições inadequadas de trabalho. A prefeitura cortou o transporte e faltam uniformes e botas. "Outro exemplo do descaso é a distribuição de protetores solares com data de validade vencida aos agentes que atuam nas ruas, e o desmonte das unidades de zoonoses nos bairros, que abrigavam esses servidores, estão sendo desmontadas."
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde se limitou a divulgar nota oficial. Segundo o texto, foram realizados todos os esforços possíveis para manter os agentes. No entanto, exigências administrativas e legais impedem a prorrogação do contrato desses trabalhadores. Por isso, segundo o informe da pasta, "não se trata de demissões, mas encerramento de um contrato que tinha prazo para acabar".
Ainda segundo a nota, o controle da dengue não corre risco. Dos 438 temporários que têm seus contratos para vencer, 113 foram aprovados no concurso realizado em 2008 e 48 já estão trabalhando. E há ainda os 1542 agentes cursados. "Não há e não haverá, portanto, qualquer prejuízo ao trabalho cotidiano de prevenção também executado pelos 5,7 mil agentes de saúde do Programa Saúde da Família".
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