domingo, 23 de maio de 2010

Reitor fascista da USP tira a máscara em entrevista para a rádio OBANdeirantes


Estudantes e PMs se enfrentam na USP
O diálogo proposto por Grandino Rodas


É bom lembrar que esse reitor foi imposto pelo governador de São Paulo e candidato a presidente do Brasil pelo PSDB José Serra, o escolhido pelo Conselho Universitário foi outro. Rodas é o homem certo para fazer o serviço sujo de Serra. O objetivo da nova reitoria é destruir o sindicato dos trabalhadores da USP, bloquear o acesso a Cidade Universitária aos moradores das comunidades carentes vizinhas ; cercear o direito de ir e vir, sempre lembrando que a USP é pública. Trata-se de decretar uma espécie de AI-5 dentro da Cidade Universitária, e abrir caminho para que a PM se estabeleça de vez no Campus. Rodas quer destruir todos os movimentos sociais da USP, retirar a autonomia dos departamentos, e sucatear os cursos que não interessam ao mercado. Rodas e seu patrão só tem olhos para a UNIVESP. Leiam a entrevista abaixo e confiram, Rodas é da mesma estirpe de um Gama e Silva, faz parte da direita barra pesada. Atenção, Serra presidente e esse tipo certamente ocupará algum cargo relevante no governo nacional, talvez ministro da justiça. Já vimos esse filme.


Nota da Coordenadoria da Associação dos Pós-Graduandos da USP/Capital (21 de maio de 2010).


Preocupada com a preservação do respeito mútuo entre a Reitoria da USP e as entidades representativas de professores, funcionários e estudantes, a APG-Capital vem a público enfatizar a necessidade de um efetivo e respeitoso diálogo no seio da comunidade universitária, tendo em vista que as últimas declarações do reitor da USP à imprensa só têm contribuído para agravar as tensões, tão prejudiciais às atividades de pesquisa dos pós-graduandos.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, em 8 de maio, o Reitor João G. Rodas afirmou haver “mercenários dentro da USP, de alta estatura e envergadura, amedrontando fisicamente as pessoas”. Depois, acrescentou: “o pessoal do sindicato, isso é comprovável, não são só eles, existem pessoas contratadas por eles às dezenas, que fazem, por assim dizer, grande parte do serviço sujo”. Dada a gravidade dessas e outras acusações, faz-se necessária a devida apresentação de provas, até então desconhecidas.

Durante a entrevista, os dois radialistas e o Reitor da USP passaram a nomear os funcionários em greve como “invasores” e “pessoas inescrupulosas” , responsáveis por “jogar o nome da USP no lixo”. Consideramos lamentável que o Reitor da USP tenha investido todo o seu poder e responsabilidade em uma estratégia de desqualificaçã o de seus opositores políticos, como já havia feito em artigo publicado na Folha de S. Paulo e em entrevista ao programa Provocações.

Na Rádio, o Reitor, mais uma vez, resolveu criminalizar os opositores e se reportar, genericamente, à “sociedade”: “peço que a sociedade verifique, mande ver, porque realmente nós estamos fazendo da Universidade de São Paulo os morros do Rio de Janeiro, guetos, e com o tempo, ficarão absolutamente impraticáveis, se é que já não estão”. A preconceituosa associação entre o crime e os morros do Rio de Janeiro, analisada e posta em questão há anos por diversas pesquisas de Ciências Humanas, torna-se ainda mais grave quando utilizada pelo Reitor da maior universidade do país com o intuito de questionar o legítimo direito de greve dos funcionários.

Chamamos a atenção para os graves efeitos de uma declaração de tal teor, emanada do mais alto cargo da Universidade. Além do já exposto, o Reitor da USP investiu, ainda, na instauração de um clima de medo, absolutamente estranho ao cotidiano da comunidade universitária, ao afirmar que a USP é “uma terra de ninguém” ou sugerindo até mesmo a instalação de uma placa na entrada da Universidade com os dizeres: “entre por sua conta e risco”.

Manifestamos o nosso repúdio à criação de um clima artificial de medo e insegurança, criado justamente pelo autor do parecer que autorizou a entrada da PM no campus. Desde que a Força Tática da Polícia Militar deixou a Universidade em 2009, após lançar bombas de gás sobre chefes de departamento, professores e alunos (grevistas e não grevistas), cessou-se, entre nós, qualquer motivo para insegurança.

Espera-se do Reitor da USP o cumprimento de suas responsabilidades como gestor público. Isto implica em uma posição ativa nas reuniões de negociação entre o Cruesp e o Fórum das Seis, contribuindo para a sinalização de um meio termo capaz de dar fim à greve e permitir a reabertura das bibliotecas, dos restaurantes e dos demais serviços essenciais à pesquisa e ao ensino. O silêncio absoluto do Reitor da USP na última reunião de negociação, no dia 18 de maio, contrasta com a disposição manifestada em suas recentes declarações à imprensa.

Receosos de que a curta “era do diálogo” seja substituída por uma “era do medo”, a APG-Capital reafirma sua convicção de que a única saída existente para os conflitos no seio da comunidade universitária é a efetiva negociação e o efetivo respeito às diversas entidades representativas de funcionários, professores e estudantes.

APG/USP-capital


Associação dos Pós-graduandos da USP-Capital


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