terça-feira, 22 de junho de 2010

Justiça quer suspensão de propaganda de cerveja que tira sarro de argentinos



Já tava na hora, brincadeira de mau gosto e inconsequente, tenho amigos que estiveram recentemente na Argentina, e dizem ter sido muito bem tratados por lá, um voltou até casado. Os argentinos, salvo os direitosos e racistas de plantão (que infelizmente existem em todo lugar), não tem nada contra o povo brasileiro. Como sempre, a publicidade presta um de-serviço a educação nacional. Mas o preconceito não restringe a comerciais, há muitos humorísticos de gosto duvidoso que fazem "piadas" tão ou mais escrotas que as vistas em campanhas publicitárias. Ministério Público neles.


Teor do comercial teria caráter discriminatório a estrangeiro que more no Brasil

O MPF (Ministério Público Federal) de Minas Gerais recomendou nesta terça-feira (22) à Ambev (Companhia de Bebidas das Américas) - dona da marca Skol - que pare imediatamente de exibir na televisão a campanha publicitária da cerveja. No comercial, um homem, vestido com a camisa da seleção argentina de futebol, abre uma cerveja e é chamado de “maricón” pela lata.

A Justiça entendeu que a propaganda oferece um tratamento discriminatório a estrangeiros residentes no país, o que é proibido segundo a Constituição brasileira.

A decisão partiu de uma representação feita por cidadão argentino mora em Belo Horizonte, para quem a campanha teria nítido conteúdo ofensivo e discriminatório.

A propaganda da Skol possui duplo caráter discriminatório, explica a PRDC (Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão). Primeiro em relação à nacionalidade e, depois, por seu caráter homofóbico, já que o termo "maricón" significa homossexual no Brasil. A própria Procuradoria informou o que a palavra quer dizer.

- Também no léxico hispânico, significa maricas, homem efeminado, aquele que é homossexual, medroso, covarde.

A PRDC disse ainda que o artigo 5º da Constituição garante aos estrangeiros residentes no país igualdade perante a lei e respeito aos seus direitos, sem distinção de qualquer natureza.

Além disso, existem várias outras leis que vedam o tratamento discriminatório, entre elas, o CDC (Código de Defesa do Consumidor) e o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.

Nesse último, o artigo 20 prescreve que “nenhum anúncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminação racial, social, política, religiosa ou de nacionalidade".

O MPF, ao receber a representação, instaurou inquérito para apurar os fatos e responsabilidades e emitiu recomendação à Ambev para que a veiculação da propaganda seja imediatamente suspensa, assim como a distribuição de latas com a expressão questionada.

Também foi oficiado ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) para que determine a aplicação das medidas cabíveis em sua esfera de atuação.

A reportagem do R7 entrou em contato com a assessoria da Ambev, que informou que a campanha publicitária com "as latas que falam" saiu do ar no último dia 14. O comercial sobre os argentinos foi substituído pela propaganda "Asilo Redondo", que mostra uma festa entre velhinhos, afirmou a assessoria.

Na noite desta terça-feira, a assessoria informou que a propaganda das "latinhas que falam" também já saiu do ar no Estado de Minas Gerais.


2 comentários:

  1. Boa! Tem mais é que tirar do ar mesmo, afinal ficar incurtindo um preconceito inexistente só pra garantir ibope ou venda de jonral é o fim da picada! Viva os hermanos! Falou Cappa!

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  2. CERTISSIMA A JUSTIÇA MINEIRA(MP-MG)!depois,são os mesmos q falaram na propaganda da Pariscinha Hilton q estavam"ferindo a liberdade de expressão"(Cerveja Devessa).digo mais:passou e muito da hora!tem q dar um freio nessa gente despreparada e burra.

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