O cara do seriado "Na mira do tira"
Último Segundo
Longa de José Joffily narra os bastidores da autorização de vistos para imigrantes “suspeitos”
As humilhações morais, e até físicas, pelas quais os imigrantes passam, ao longo da história, tocam em cheio o público do festival – composto, em sua maioria, por brasileiros e outros latinos em geral. A cada desaforo de algum dos personagens, o público reage com comentários de indignação. Exibido na noite de quarta-feira (9), este é, até o momento, o longa que mais despertou a ira dos presentes e tem levantado discussões além das sessões nas salas de cinema.
As amigas cariocas Joy Ernanny e Cinthia Azevedo, que moram nos Estados Unidos há dois anos e meio, saíram da sessão travando um bate-papo caloroso. “Gostei muito do filme. Eu mesma passo problemas na imigração americana sempre que retorno para cá. Uma vez eles erraram meu nome com o da minha irmã no sistema, e o problema persiste para sempre. Sou chamada diversas vezes para a salinha”, conta Joy, jornalista, em referência à sala de controle de imigração para onde são encaminhados os “suspeitos” de quererem ficar em definitivo nos Estados Unidos.
Cinthia conta que também sofre com a burocracia americana, em nome da segurança nacional. “Meus pais são diplomatas, e por isso tenho visto diferenciado. Mas o pessoal da imigração sempre me questiona por isso. Sei que minha realidade é diferente da que é retratada no filme, tem gente que sofre muito para entrar”, afirma a jovem, estudante.
Já a americana Samantha Croussgry saiu da sala com os olhos marejados. “É um problema que precisa ser resolvido. Tem que haver fiscalização, mas não é com intolerância e preconceito. Isso não reflete o que é esse nosso país”, disse ela ao iG.
Pela receptividade do público, Olhos Azuis é um dos filmes mais requisitados para vencer no voto popular o prêmio dessa oitava edição do “Cine Fest Petrobras Brasil – NY”, que se encerra no próximo sábado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário