O Rock virou música de burguesinhos brancos e alienados

Restart, a cara do pop rock atual, socorro!

Alguém consegue imaginar jovens de periferias curtindo bandas como essa acima? O Rock foi inventado por negros do sul dos EUA, surgiu a margem da indústria e dos ditos bons costumes da sociedade protestante estadunidense. Os artistas a adotar tal estilo, negros e brancos, eram trabalhadores ou filhos de trabalhadores. Elvis Presley era caminhoneiro, os Beatles vieram de bairros operários de Liverpool. No final dos anos setenta, quando o Rock era estava virando música erudita, feita por nórdicos com diploma de maestro, o Punk trouxe de volta o Rock para os trabalhadores. Porém, a partir dos anos noventa, o ritmo dos negros sulistas dos EUA foi sendo cada vez mais absorvido pelo mercado, até se tornar isso que vemos na foto acima.

No Brasil, o Rock sempre foi um estilo musical de classe média, mas de uns tempos para cá, quem não tem cabelo liso e grana para comprar roupas descoladas em brechos finos não pode mais curtir o movimento. As bandas do meanstrean atual mudam de acordo com as estações, seguem o ritmo da moda, das tendências fashion. Ninguém mais filosofa, faz crítica social, viaja na maionese; não há mais angústia, dúvidas, crises existenciais, enfim, sentimentos humanos. Hoje em dia, o Rock proporciona a satisfação de um Big Mack, não acrescenta nada, está completamente vazio de conteúdo. É a música de uma geração que celebra o nada, e está cada vez mais restrito a certas camadas sociais.

Creio que o Rock cada vez mais se segmenta, e há boas bandas atuando no circuito underground, no entanto, em sua vertente pop, tal estilo se deteriora a ponto de constranger quem se diz fã. Rock não é música de adolescentes débeis mentais, é um ritmo que possui mais de cinquenta anos, foi criado por negros e sempre teve seu melhor celeiro nos guetos e subúrbios. Quem poderá salvar o Rock?