Indígenas de diversas comunidades e estudantes universitários da Colômbia anunciaram uma marcha para esta quarta-feira contra o Bicentenário da Independência, celebrado hoje no país, sob a exigência de que faltam ainda os "direitos básicos e a soberania". Pelo menos 150 organizações sociais e políticas se reúnem desde segunda-feira para discutir as principais questões nacionais e elaborar um relatório que será divulgado amanhã ao término da manifestação, convocada na Praça de Bolívar, em Bogotá. "A mobilização popular tem um caráter de recordação do processo de resistência e luta do povo colombiano nestes 200 anos para todos os tipos de dominação interna e externa", disse Carlos García, porta-voz do comitê organizador da marcha. A chamada Marcha Patriótica do Bicentenário ocorre "pela independência, contra o colonialismo e a intervenção estrangeira na Colômbia", explicaram os organizadores em clara referência aos Estados Unidos. O protesto tem ainda o objetivo de mostrar ao governo do presidente Álvaro Uribe que "sem alguns direitos fundamentais, e sem soberania, é impossível ter independência", advertiu, por sua vez, David Flores, também do comitê organizador. Estima-se que pelo menos dez mil pessoas participem do ato. Por outro lado, hoje o governo e as forças locais promoveram os festejos oficiais. Acompanhados por milhares de cidadãos, as celebrações ocorreram em praças e espaços públicos de mais de 1.100 municípios. Um dos destaques foi a apresentação do cantor Juanes em Quibdó, capital do departamento (estado) de Chocó, nordeste colombiano. Em declarações à ANSA, Juanes revelou que esta "é a primeira vez" que visitava a localidade e contou que decidiu participar porque queria "ajudar a mostra um pouco desta terra, chamar a atenção a este lugar". Chocó é uma das regiões mais pobres do país, embora seja um dos pontos de grandes recursos minerais. A maioria da população é afrodescendente.
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