quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Afeganistão: oito anos depois



 Fotografia Afeganistao Vida Pessoas Luke Powell

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Fotos: Obvious




Estatísticas extra oficiais situam em 10 mil civis mortos as vítimas da fracassada política do ex-presidente estadunidense George W. Bush herdada por Barack Obama



Manuel Navarro Escobedo

Brasil de Fato



Incapacidade das forças estadunidense e a OTAN, corrupção em Cabul e massacre da população enfatizam a fracassada política do ex presidente George W. Bush herdada por Barack Obama, oito anos depois no Afeganistão.


Depois de seu bombardeio, invasão e ocupação, Estados Unidos e a Organização do Atlântico Norte (OTAN) prosseguem emperrados e sem esperanças algumas em eliminar à resistência islâmica, supostos objetivos de sua permanência nessa nação centro-asiática.


A ação "vingança" executada pela Casa Branca contra o governo de Cabul do mulláh Mohamed Omar dirigiu-se para essa meta sob o pretexto de cobiçar a Osama Bin Laden, a quem acusou pelos ataques a Nova Iorque e Washington, no 11 de setembro.


Com esse propósito, Washington empregou seu mais sofisticado arsenal de destruição em massa para tirar do poder a Omar e Bin Laden, a quem treinou e equipou durante as décadas de 1980 e 1990 contra a antiga União Soviética, ainda que os mísseis e bombas caíssem sobre cidades, hospitais, mesquitas e povoados civis em 7 de outubro de 2001.


No dia escolhido às 16:30 UTC aproximadamente 50 mísseis Tomahawk foram disparados de aviões, navios e submarinos dos Estados Unidos e Grã-Bretanha contra Cabul, Jalalabad, Kandahar, Herat, Kunduz, Farah e Mazar-el Sharif no que se denominou Operação "Liberdade Duradoura".


Neste contexto, estatísticas extra oficiais situam em 10 mil civis mortos as vítimas desses indiscriminados bombardeios iniciais contra o território afegão da aviação norte-americana e britânica. Agora essa quantidade ultrapassa os 60 mil.


Idêntica cifra se contabilizou entre os lutadores muçulmanos estudantes do Al Corão (Talibán), entre mortos, feridos e prisioneiros, dos quais mais de oito mil foram assassinados durante viagens em conteiners fechados à prisão nortenha de Shiberghan, como denunciou um relatório da ONU.


Outros 800 prisioneiros morreram em decorrência de um motim em um cárcere- fortaleza próxima a Mazar-I-Sharif, sufocado por tropas especiais estadunidenses e britânicas.

Ao qual se somam os transladados em vôos aéreos secretos por vários países europeus, entre eles Espanha, Polônia, República Checa e Hungria, e detidos em prisões de alta segurança e tortura como a ocupada no território cubano de Guantánamo, no Oriente do Arquipélago.

Até aí, para os chefes e estrategas políticos e militares em Washington e Londres tudo estava concluído.


Antes dessas "vitórias", a Casa Branca preparou, organizou e instalou sua administração em Cabul e treinou como polícia a combatentes mujaidines da Aliança do Norte, pertencentes a ditas etnias.


Também, conseguiu que a ONU recrutasse cinco mil soldados de 20 países em uma Força Internacional de Segurança (ISAF) e convocou a uma Loya Jirga (Assembléia de Notáveis), que santificou a seu candidato Hamid Karzai e uma Assembléia Nacional. Agora somam 40 mil sob comando da OTAN.


Porém, mais de oito anos depois, é incrível que Estados Unidos e seus aliados da OTAN fracassem ao neutralizar o Afeganistão, e, pelo contrário, se encontram atolados em suas operações e confinados em várias bases em províncias desse território, em especial no sul e leste.


Do outro lado, Karzai manda só em Cabul e é protegido por uma guarda pretoriana de escolhidos integrantes das tropas especiais do Pentágono, os quais velam por sua segurança dentro e fora do Palácio Presidencial onde reside.


Isto demonstra que Karzai também fracassou em suas pretensões de encher o vazio político que ficou depois da queda do governo Talibã, e a fragilidade de seu regime, que agora tenta salvar mediante tentativa de negociações com o mullah Mohammad Omar.


Tal situação possibilitou uma reorganização das forças do Talibã, e outras etnias nas regiões fronteiriças, devido à incapacidade das tropas ocupantes e a administração de Karzai de controlar o Afeganistão.


Esses combatentes islâmicos, agrupados na resistência contra o invasor como em séculos anteriores, se deslocam agora livremente pelo território protegidos pelas tribo pathúne.

Eles atacam com seus foguetes, ataques suicidas e balas as instalações do Pentágono, da OTAN e colaboradores afegãos nas regiões em conflito.


Os ataques acontecem diariamente desde janeiro de 2007, apesar do ruidoso envio de mais de 100 mil soldados estadunidenses, britânicos e canadenses, entre outros da OTAN, que com pomposa denominações às suas operações tentam os capturar ou aniquilar-los.


Desde 2001 essas tropas expedicionárias contabilizaram 1.445 mortos , deles 869 dos Estados Unidos. Até agora o ano mais sangrento é o de 2009 com 400 mortos.


Essa é a realidade imperante no Afeganistão oito anos após a invasão dos Estados Unidos para castigar ao mulláh Omar por cobiçar a Bin Laden, que ainda estão com paradeiros desconhecidos, apesar das multimilionárias somas de dólares oferecidas por sua captura vivos ou mortos.

Estatísticas extra oficiais situam em 10 mil civis mortos as vítimas da fracassada política do ex-presidente estadunidense George W. Bush herdada por Barack Obama



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