A ordem entrará em vigor na próxima terça-feira e afeta dezenas de milhares de pessoas
A nova ordem entrará em vigor na próxima terça-feira, 13, e sua redação é tão geral que teoricamente permitirá ao Exército israelense deportar todos os habitantes palestinos da Cisjordânia, afirma a ONG israelense "Hamoked", o Centro para a defesa do Indivíduo.
Esta disposição leva a assinatura do que fora responsável do Comando Central, com jurisdição na Cisjordânia, Gadi Shamni.
A Hamoked denuncia junto a outras nove ONGs que a disposição militar não foi anunciada entre a população palestina como seria desejável, o que eleva a suspeita que apesar das sérias implicações que traz, as autoridades tentam fazê-la passar de forma secreta para evitar o debate público ou uma eventual revisão judicial.
Em um documento, as ONGs exortaram o Ministério da Defesa a atrasar a entrada em vigor do ordem, que transformará todos os moradores da Cisjordânia em potenciais criminosos que podem ser aprisionados até sete anos ou deportados desse território.
Destinada a impedir as infiltrações no território ocupado, a ordem define todos os residentes palestinos desse território como "infiltrados".
"As ordens mudam a definição de infiltrados, e de fato, se aplicam a todo o que se encontre na Cisjordânia e não tenha uma permissão israelense, embora não defina o que Israel considera como permissão válida", declaram.
A ONG acrescenta que a grande maioria dos habitantes da Cisjordânia, onde moram 2,5 milhões de habitantes, nunca se lhes requererá nenhum tipo de permissão para morar ali.
As organizações denunciam que a atual política será empregada inicialmente com os palestinos que se encontram na Cisjordânia e que Israel quer transferir para a Faixa de Gaza, apesar do fato de que muitos deles nasceram na Cisjordânia ou se assentaram ali de forma legal.
Também tenta expulsar estrangeiros casados com palestinos da Cisjordânia que estão no exterior, situação que afeta dezenas de milhares pessoas.
"Em todo caso, a definição de infiltrado expõe o indivíduo a penas de entre três e sete anos de prisão e poderia a princípio ser aplicada a qualquer pessoa que o Exército considere, incluindo israelenses e internacionais que estejam presentes na Cisjordânia", assegura o comunicado.
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