Há várias semanas, comunidades de camponeses na região de Aguán, Honduras, tem sofrido violenta repressão por parte de forças policiais, militares e paramilitares. Lutam há anos por terras que reividicam e que foram roubadas por latifundiários. Um aparato militar enorme tem se deslocado de diferentes lugares do país para a região e se alojado em terras e instalações de propriedade de Miguel Facussé, um dos latifundiários apoiadores do golpe de 28 de junho de 2009. Pelo menos cinco camponeses foram assassinados por homens encapuzados, que já são conhecidos como Esquadrão da Morte 3-16, que tem efetuado assassinatos desse tipo em todo o país desde o golpe de Estado.
Cerca de 800 crianças estão sem aulas, pois professores e professoras não tem ido à escola, com medo da repressão na região. Vinte e oito comunidades camponesas, cerca de 3500 famílias, ligadas ao Movimiento Unificado Campesino del Aguán (MUCA) estão sendo ameaçadas desse violento despejo. Em nota, afirmam: "Responsabilizamos o presidente da República, o Ministro de Segurança e o Ministro de Defesa e os empresários Miguel Facussé, René Morales e Reinaldo Canales, de qualquer fato violento que aconteça nas próximas horas na Região do Baixo Aguán que venha a aumentar o número de assassinatos de camponeses". O despejo das famílias camponesas garante a manutenção do latifúndio e do controle por esses três agro-empresários na região de Aguán.
Na madrugada desta terça-feira (13/04), a comunidade El Despertar foi invadida por policiais e militares que levaram dois homens e destruíram casas, além de agredirem mulheres e crianças. Ulisses Laínez e Vicente Padilla ficaram detidos mais de uma hora e foram liberados depois da denúncia do Comité de Familiares de Detenidos Desaparecidos en Honduras (Cofadeh). A situação na região é tensa e se solicita a solidariedade ativa das organizações de direitos humanos internacionais para evitar um massacre na região.
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