quarta-feira, 4 de maio de 2011

A frágil aliança entre EUA e Paquistão


Manifestantes no sul do Paquistão gritam frases contra os Estados Unidos depois da morte de Osama bin Laden
Manifestação contra o assassinato de Bin Ladem, uma das muitas realizadas no Paquistão, o yankees que ponham as barbas de molho...
As forças especiais americanas operaram em solo paquistanês para eliminar Bin Laden sem prevenir as autoridades de Islamabad.
O que é revelador da falta de confiança entre os Estados Unidos e o Paquistão.
Wajid Shamsul Hasan:
“- Em muitos casos, demos informações. E no entanto, sofremos golpes baixos. Agora, dizem que devíamos ter participado e perguntado ao Paquistão porque não avançou quando soube que Osama estava no território”.
A cooperação entre Washington e Islamabad começou durante a guerra da ex-União Soviética no Afeganistão, nos anos 80.
Os americanos gastaram mais de três mil milhões de dólares para ajudar o Paquistão a providenciar alguma logística à resistência afegã. Esta assistência foi confirmada pelo Congresso americano no fim da guerra, em 88.
Dez anos depois, os primeiros ensaios nucleares do Paquistão esfriaram as relações entre os dois países. O Presidente Clinton anulou uma visita programada e fechou a torneira das ajudas.
Em outubro do 99 as relações bilaterais complicaram-se ainda mais com o golpe de estado do General Musharraf. A cooperação com os americanos ficou limitada à luta contra a droga.
Em nome da estabilidade regional, o novo governo apoiou os talibãs, no poder no Afeganistão.
Os americanos suspeitam que o governo paquistanês protegeu Osama Bin Laden, líder da Al Qaida, e suposto cérebro dos atentados de agosto do 98 contra as embaixadas americanas na Tanzânia e no Quénia.
Depois dos atentados das Torres Gémeas em Nova Iorque tudo mudou.Com receio da pressão de Washington para entregar Bin Laden e sofrer as respetivas represálias dos radicais ieslâmicos, Musharaf mudou de estratégia .
Colocou as bases militares paquistanesas ao dispor do exército americano.
Nos 10 anos seguintes, os Estados Unidos contribuiram com mais 20 mil milhões de dólares em ajudas financeras ou diretas ao Paquistão para armamento, assegurando assim a cooperação.
O Paquistão paga uma pesada fatura humana: a população foge dos combates, chegam vagas de refugiados afegãos, multiplicam-se os atentados islamistas, e ainda sofre os erros colaterais dos bombardeamentos dos aviões de combate americanos.
Mesmo assim, os Estados Unidos nunca confiaram cegamente nestes aliados. A Wikileaks revelou que, desde 2007, Washington suspeita que o Paquistão faz jogo duplo, mas Islamabad nega .


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