A construção civil tem papel de destaque no crescimento econômico brasileiro desde 2010, e vem ganhando repercussão pelas greves de trabalhadores do setor ocorridas nos últimos meses. Somente em março deste ano, aproximadamente 170 mil operários fizeram greve, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
De acordo com o coordenador de Relações Sindicais do órgão, José Silvestre, essas mobilizações possuem características comuns que, embora já ocorressem antes, marcam esse conjunto de paralisações.
“Tem uma coisa em comum entre todas elas que são as péssimas condições de trabalho, a jornada de trabalho, as péssimas condições de alojamento. Se você olhar as reivindicações e as pautas, vocês vão ver que há coisas muito em comum entre as greves”.
As principais paralisações ocorreram em seis obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como nas hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, ambas em Rondônia. Estas duas construções, mais a de São Domingos (MS) ainda estão paralisadas, atingindo 41 mil operários.
Governo, centrais sindicais e empresas estão realizando encontros para negociar as pautas dos trabalhadores, em consequência às greves do setor, como afirma Silvestre.
“Isso [as greves] tem um aspecto muito positivo, pois pressionou o governo e o setor empresarial da construção civil para sentar em uma mesa e tentar negociar um pacto para melhoria das condições no trabalho, que estabeleça formas de contratação, piso [salarial], benefícios”.
A próxima reunião da comissão formada pelos três setores está marcada para o dia 14 de abril, quando serão debatidas formas de contratação e formação profissional.
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