E padre pedófilo, pode usar camisinha?
As recentes declarações do papa admitindo o uso de preservativos para conter a difusão da Aids não significaram uma mudança no veto da Igreja Católica à camisinha como método de contracepção, disse o Vaticano na terça-feira.
Em nota, a Congregação para a Doutrina da Fé disse que houve “interpretações errôneas” sobre as palavras do papa, causando confusão a respeito das opiniões da Igreja relativas à moralidade sexual.
Em um livro publicado no mês passado, o papa usou o exemplo de uma prostituta para dizer que há casos em que o uso do preservativo para evitar a transmissão do HIV poderia ser justificado como “um primeiro passo” rumo à moralização, embora “não seja realmente a forma de lidar com o mal da infecção pelo HIV”.
Os católicos liberais comemoraram as declarações, enquanto a ala conservadora da Igreja se mostrou preocupada – e a nota de terça-feira, em duas páginas, aparentemente se destina a tranquilizá-los.
O texto diz que os pontos de vista do pontífice foram “repetidamente manipulados para fins e interesses que são totalmente alheios ao sentido das suas palavras”, e que o livro não representa “um rompimento com a doutrina relacionada à contracepção”.
“Como fica claro numa leitura atenta das páginas em questão, o Santo Padre não estava falando nem da moralidade conjugal nem da norma moral relativa à contracepção”, afirma a nota.
“A ideia de que se possa deduzir das palavras de Bento 16 que seja de alguma forma legítimo, em certas situações, usar preservativos para evitar uma gravidez indesejada é completamente arbitrária e de maneira alguma justificada por suas palavras ou no seu pensamento.”
A nota rejeita expressamente também que a interpretação de que usar preservativos numa relação com prostitutas seria “um mal menor”. “O Santo Padre não disse – como algumas pessoas declararam – que a prostituição com o uso de preservativos pode ser escolhida como um mal menor”.
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