Por que tanto ódio em São Paulo?

Vamos deixar a extrema-direita dominar os corações e as mentes em nossa cidade?

Os tucanos estão dizendo que é forçação de barra culpar a campanha do Zé Infame pela onda de intolerância que se abateu sobre São Paulo de setembro para cá. Vejam bem, de setembro para cá, período em que a campanha do PSDB mergulhou de cabeça numa das campanhas mais reacionárias desde o fim da Ditadura. 

Será coincidência?

Onda de espancamentos a homossexuais, campanhas racistas e xenofóbicas na internet, o ressurgimento do movimento estudantil de direita.

Há algo de estranho no ar de São Paulo. 

Acabo de ver um senhora de uns 70 anos chutando um carro que obstruía a saída de seu veículo no estacionamento de um banco, as pessoas em volta pareciam se divertir com a situação. 

Semana passada, testemunhei o espancamento de um nóia, da janela de meu prédio, o agredido ousou tentar levar um celular que se encontrava dentro de um carro estacionado. O dono do aparelho, um brutamontes, iniciou uma sessão de sadismo explicito no meio da rua, batendo no sujeito de forma frenética, que no chão gritava: "eu não peguei nada, eu não peguei nada". Evidente que a violência descomunal não se resumia a uma reação a um roubo, era sadismo puro e simples, ódio de classe, e um amor desmedido pela propriedade. Como não consigo ver esse tipo de coisa calado, gritei para que o sujeito parasse, que chamasse a polícia e resolvesse a situação de forma civilizada. O tipo sequer me deu atenção, mas parou com a tortura, foi embora satisfeito. O nóia saiu cambaleante, chorando. 

São Paulo está assim, uma sessão de espancamento vale mais que qualquer diálogo, o ódio e a intolerância são a resposta para tudo. Para qualquer problema, soluções de força, sensibilidade é coisa de viado, justiça social é coisa de petralha, humanidade é coisa de babaca, o ódio explica tudo, resolve tudo.