sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

São Paulo ainda tem 2,4 milhões de analfabetos





Estado mais rico do Brasil, São Paulo ainda convive com um número alarmante de analfabetos, totalizando 2,4 milhões de iletrados, o segundo maior entre as 27 unidades da federação. Inconformada com esta situação, a deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) questionou o secretário de Educação do Estado, Paulo Renato de Souza, sobre a lentidão do governo paulista em enfrentar o problema. A indagação foi feita na tarde desta quarta-feira (dia 8), durante reunião da Comissão de Educação, na Assembleia Legislativa.

“Mesmo assim, o governo de São Paulo preferiu não aderir ao programa federal Brasil Alfabetizado. O índice de analfabetismo representa apenas uma das faces da crise que a educação enfrenta em nosso Estado. E não é retórica, porque a situação dramática está contabilizada e expressa em números”, enfatizou a parlamentar, que preside a comissão. Prandi recordou, ainda, que a escola da rede escola pública paulista melhor colocada no ENEM/09 ficou na 2.583ª posição. O secretário culpou a “grande diversidade” do povo paulista pelos índices. Prandi comparou a resposta à do ex-governador José Serra, que pôs a culpa nos migrantes.

A deputada Prandi também ressaltou que São Paulo aparece apenas em 7º lugar entre os estados brasileiros na avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2009, divulgado na terça-feira (7) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris.

O deputado Simão Pedro (PT) cobrou do secretário um Plano Estadual de Educação. “Sem um plano, onde pretendemos chegar? Sem plano, fica tudo no improviso”, afirmou o deputado.

Valorização do magistério

A deputada Prandi aproveitou a presença do secretário Paulo Renato para também questionar o fato de um enorme contingente de professores não terem seus salários reajustados, apesar de terem sido aprovados na avaliação feita pelo Estado. “Na prática, se concretizam os alertas que fizemos quando da votação do PLC 29. Mais um golpe nos educadores paulistas, que precisam ter a carreira valorizada”, recordando que 45% dos profissionais do magistério da rede estadual não são efetivos.

Prandi lembrou de experiências bem sucedidos, como a do Acre, em que, com a valorização dos professores, houve uma melhora significativa na qualidade do ensino.
Os deputados petistas também falaram sobre a verdadeira criminalização das entidades representativas que ocorreu por parte do governo do Estado durante a greve dos professores. “Pedimos que o secretário faça uma mediação mais firme e vigorosa em defesa dos professores”, afirmou Prandi.





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