Enquanto milhões de pessoas em todo o mundo assistiram ao vivo, durante 18 dias, com enorme expectativa, à revolução que derrubou o regime aliado, torturador e amigo dos EUA, liderado por Hosni Mubarak, ninguém prestou atenção nem informou sobre o que estava acontecer no Iraque nem sobre a revolta do seu povo contra um inimigo muito pior.
Enquanto o presidente Obama e a secretária de estado Hillary Clinton são elogiados pelo seu suposto apoio à democracia egípcia, ninguém faz a pergunta-chave que Washington não pode responder: Quando é que os membros desta administração dos EUA e os três anteriores enfrentam julgamento por crimes contra a humanidade, no Iraque?
Apesar da hipocrisia dos EUA, nada vai impedir o colapso dos objectivos geoestratégicos dos EUA na região árabe. Não é pelo confronto directo que isso vai acontecer, nem pela via da ideologia. Os interesses do povo são opostos ao modelo de subdesenvolvimento proposto e policiado por Washington e seus aliados.
O ano das revoluções
Em todo o mundo árabe, 2011 afigura-se que será lembrado como o “ano das revoluções”. No Iraque, devastado por oito anos de ocupação, pilhagem, destruição e morte por parte EUA, os protestos irromperam em Bagdad, Kut, Basra, Kirkuk, Ramadi, Sulaymaniyah e dezenas de outras localidades. Como de costume, as pessoas enfrentaram fogo vivo.
Nós declaramos a nossa solidariedade para com o povo do Iraque em protesto. Nós declaramos a nossa solidariedade para com os mártires da revolução egípcia e tunisina, e todos os mártires de revoltas árabes. São as políticas de Washington que estão a ser derrotadas e as suas alianças estão a cair aos pedaços.
A região é testemunha do despertar da consciência do renascimento árabe, uma onda que gera outras ondas sucessivas, liderada pelas aspirações do jovens árabes. Nenhuma injustiça será poupada a críticas. Nenhuma mentira deixará de ser desmascarada.
Apoie os protestos do povo do Iraque!
Apoio firme ao povo iraquiano na sua luta contra o terrorismo de Estado e a repressão, a corrupção generalizada, o processo político falsificado e seu aparato estatal, a falta generalizada e o colapso dos serviços públicos, a pobreza e o desemprego, as violações sistemáticas dos direitos humanos feitas pelo governo e suas milícias, os contratos ilegais, os tratados e uma constituição imposta sob a ocupação e planos estrangeiros para destruir a economia, a cultura e a unidade iraquianas.
Apoio ao povo iraquiano em luta pela liberdade, democracia, dignidade, unidade e justiça social.
Apoio ao povo iraquiano na sua revolta e solidariedade para com todos os árabes neste alvorecer de uma nova era!
O jogo está acabado! Exigimos que o governo de Maliki parta, sem derramar o sangue de iraquianos inocentes, em 25 de Fevereiro, o “Dia da Ira Pacífica” no Iraque.
Exigimos que os outros estados retirem o apoio a Maliki e não dêem cobertura a um banho de sangue perpetrado pelo governo.
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