segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Alckmin terá comprado o apoio da Folha via patrocínio da versão para a iPad?


Desgovernadores Alckmin e Serra em luta pelo poder no PSDB
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Do Blog FBI


Acabo de baixar a versão da Folha para iPad que, aparentemente, é grátis.
Como não existe almoço grátis, fui verificar quem estava patrocinando essa brincadeira, para colocar a Folha para mais de 50 mil usuários de iPad.
Inicio o aplicativo e faz-se a luz!
Quem patrocina essa versão gratuita para nós usuários de iPad é nada mais nada menos que a Sabesp, empresa do desgoverno Alckmin.
A partir daí entendi quando a Folha começou a detonar o desgoverno Serra (o que qualquer criança consegue fazer com facilidade), no início do desgoverno Alckmin.
Tenho suspeitas de que o Alckmin colocou como critério para patrocinar essa versão da Folha a desconstrução do Serra.
A Folha mostrou serviço e agora veio a compensação, com um milionário patrocínio (imagino).
A pergunta que não quer calar: como a Folha terá o mínimo de isenção para mostrar as mazelas do desgoverno Alckmin se está sendo patrocinada por ele?
O futuro dirá, espero…

O bicho está pegando também em Omã! Confesso que só fiquei sabendo agora


Posição mais que estratégica

Os protestos em Omã estão a subir de tom.
Centenas de pessoas voltaram, hoje, bloquear a entrada da área industrial de Sohar, cidade situada na costa do norte de Omã.
A polícia não terá, até ao momento, tentado dispersar os manifestantes, tal como aconteceu no fim de semana.
De acordo com o ministro da Saúde os confrontos entre manifestantes e as forças da ordem provocaram, nos últimos dias, um morto e 20 feridos, contrariando, informações avançadas por fontes médicas que dão conta de seis vítimas mortais.
Centenas de pessoas saíram à rua para exigir mais empregos e uma distribuição equitativa da riqueza do petróleo.
O sultão Qaboos, que governa o país desde 1970 anunciou, entretanto, a criação de mais 50 mil empregos no setor público e um subsídio de desemprego na ordem dos 300 euros mensais.

Para ver as imagens, Euronews


McDonald´s: Maus tratos e superexploração

Boicote total ao Mclixo! 


“Uma vez eu estava com uma bandeja cheia de lanches prontos para serem entregues e escorreguei. Quando ia caindo no chão, meu coordenador viu, segurou a bandeja, me deixou cair e disse: 'primeiro o rendimento, depois o funcionário'”, conta Kelly, que trabalhou na rede de restaurantes fast food McDonald´s por cinco meses.
“Lá você não pode ficar parado, se sentar leva bronca”, relata Lúcio, de 16 anos, que há 4 meses trabalha em uma das lojas da rede na cidade de São Paulo. “Você não tem tempo nem para beber água direito”, completa José, de 17 anos. “Uma vez eu queimei a mão, falei para a fiscal e ela disse para eu continuar trabalhando”, lembra o adolescente. Maria, de 16 anos, ainda afirma que, apesar da intensa jornada de trabalho nos restaurantes, recebe apenas R$ 2,38 por hora trabalhada.
Os relatos acima retratam o dia-a-dia dos funcionários do McDonald´s. Assédio moral, falta de comunicação de acidentes de trabalho, ausência de condições mínimas de conforto para os trabalhadores, extensão da jornada de trabalho além do permitido por lei e fornecimento de alimentação inadequada são algumas das irregularidades apontadas por trabalhadores da maior rede de fast food do mundo.
Somente no Brasil, o McDonald´s tem mais de 600 lojas e emprega 34 mil funcionários, em sua maioria jovens de 16 a 24 anos.
As relações de trabalho impostas pelo McDonald´s são objetos de estudo de muitos pesquisadores. Do mesmo modo, pelas irregularidades recorrentes, a rede de fast food é alvo de diversas denúncias na Justiça do Trabalho.
Em São Paulo, o Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis e Restaurantes de São Paulo (Sinthoresp), ao longo dos anos, tem denunciado as más condições a que são submetidos os funcionários do McDonald´s.
Recentemente, resultou em uma punição ao McDonald´s uma denúncia feita há quinze anos pelo sindicato ao Ministério Público do Trabalho (MPT) da 2ª Região, em São Paulo. Trata-se de um acordo que, além de exigir o cumprimento de adequações trabalhistas, estabelece o pagamento de uma multa de R$ 13,2 milhões.
Desse valor, a rede de fast food deve destinar R$ 11,7 milhões ao financiamento de publicidade contra o trabalho infantil e à divulgação dos direitos da criança e do adolescente durante os próximos nove anos. Além disso, a rede deve doar R$ 1,5 milhão para o Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). O compromisso foi firmado em outubro de 2010 e passou a valer em janeiro deste ano.
As investigações realizadas pelo MPT a partir da denúncia do Sinthoresp confirmaram as seguintes irregularidades: não emissão dos Comunicados de Acidente de Trabalho (CAT); falta de efetividade na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; licenças sanitárias e de funcionamento vencidas ou sem prazo de validade, prorrogação da jornada de trabalho além das duas horas extras diárias permitidas por lei, ausência do período mínimo de 11 horas de descanso entre duas jornadas e o cumprimento de toda a jornada de trabalho em pé, sem um local para repouso.
O MPT também apontou irregularidades na alimentação fornecida aos trabalhadores: apesar de oferecer um cardápio com variadas opções, o laudo da prefeitura de São Paulo reprovou as refeições baseadas exclusivamente em produtos da própria empresa por não atender às necessidades nutricionais diárias. Em relação à alimentação, o McDonald´s chegou a ser condenado, em outubro de 2010, pela Justiça do Rio Grande do Sul a indenizar em R$ 30 mil um ex-gerente que, após trabalhar 12 anos e se alimentar diariamente com os lanches fornecidos pela rede de fast food, engordou 30 quilos. 


  *Os nomes dos funcionários citados na matéria são fictícios.
























*Os nomes dos funcionários citados na matéria são fictícios.



domingo, 27 de fevereiro de 2011

Progressão continuada (aprovação automática) chega às escolas privadas em São Paulo

Que futuro pode ter um estado que liga tão pouco para a educação?

A progressão continuada (aprovação automática), marca das escolas públicas de São Paulo, chegou à rede privada. A pressão dos pais, aliada à competitividade entre unidades que disputam o aluno que migra das redes estadual ou municipal, faz a exigência por nota ser cada vez menor. O Estado conta hoje com 9.464 escolas particulares. Em 2005, eram 8.600.
Nos últimos cinco anos, as matrículas no primeiro ciclo do ensino fundamental nos colégios pagos cresceram 35%. Nessas unidades, o modelo que divide o ensino em ciclos e reduz o risco de repetência é extraoficial. Professores ouvidos pela reportagem afirmam que a rede não assume, mas impõe dificuldades a quem opta pela retenção.
"Os alunos fingem que aprendem e o colégio finge que ensina. É a realidade de muitas escolas. A aprovação automática ocorre de várias formas. Até presença já tive de marcar para um aluno ausente", diz o professor de inglês Augusto (nome fictício).

    Espiões por todos os lados: a infiltração nos movimentos sociais

    X9 safado


    Agentes infiltrados nos movimentos sociais ingleses vem das forças oficiais da polícia, mas também de empresas privadas contratadas por grandes corporações. No início de janeiro deste ano, pouco antes de seis ativistas irem à julgamento por tentarem fechar uma usina termoelétrica em 2009, Mark Kennedy (foto), um policial infiltrado entre o grupo de manifestantes, mudou de lado e resolveu prestar depoimento em favor dos acusados. O caso foi suspenso e uma série de revelações envolvendo espionagem policial entre ativistas ingleses veio a público. O artigo é de Wilson Sobrinho.



    Por pelo menos três anos, pessoas ligadas à empresa Vericola, com sede no sudeste da Inglaterra, fingiram ser apoiadores de causas ecológicas e políticas para ganhar acesso a manifestações, reuniões e listas de discussões que de outro modo seriam restritas a ativistas. A descoberta da infiltração só aconteceu em função de um e-mail erroneamente remetido pela gerente da empresa a alguns grupos que ela monitorava. A Vericon – que se descrevia como um grupo de“gerenciamento de riscos” a negócios sujeitos a “ameaças potenciais” – negou à reportagem do The Guardian que trabalhasse com espionagem corporativa. Eles apenas juntariam informações amplamente divulgadas, remetidas aos leitores das newsletters e publicadas na internet. “Nossa cliente não obteve informação confidencial nem foi desonesta”, disseram os advogados da empresa ao jornal.



    Porém, em uma das mensagens obtidas pelo The Guardian, Rebecca Todd, proprietária da Vericon, prepara um funcionário para encontrar-se com manifestantes e dá dicas sobre como se relacionar sem despertar suspeitas. “Diga que você tem problemas com a namorada. Soa melhor do que problemas com a família ou no trabalho”, aconselhou para tentar acobertar a ausência do agente das recentes reuniões. “E não diga que você está indo para Munique – obviamente eles odeiam viagens curtas de avião”, ordenou. Em outra mensagem, dessa vez enviada para um grupo de ativistas, ela teria se mostrado interessada em fazer uma “contribuição positiva ao planeta”, para logo em seguida pedir informações sobre como se reunir com o grupo. “Eu adoraria participar”, lê-se no e-mail obtido pelo jornal.



    Pelo menos uma das companhias citadas admitiu usar os serviços da Vericon no passado. “Como uma grande empresa que tem sido alvo de numerosos protestos ambientais, alguns dos quais violentos, nós temos por obrigação cuidar de nossos empregados e mantê-los seguros”, manifestou-se através de um porta-voz uma das companhias, a E.ON, fornecedora de gás e energia elétrica (2). Porém, eles afirmam que estavam interessados apenas nas informações publicamente disponíveis e que não requisitaram e não se responsabilizam por eventuais excessos cometidos por seus prestadores de serviços. Embora não existam provas de outros casos, uma semana antes de o The Guardian publicar a reportagem, o presidente da Associação dos Chefes de Polícia (Acpo), sir Hugh Orde, havia criticado o “descontrolado e irrestrito” papel do setor privado no ramo de inteligência (3). 



    Não se sabe se Orde tinha informações de que o The Guardian estava prestes a revelar a bisbilhotagem patrocinada por mega-corporações. O que se sabe é que ele estava se defendendo da outra crise, essa envolvendo o governo. No início de janeiro deste ano, pouco antes de seis ativistas irem à julgamento por tentarem fechar uma usina termoelétrica em 2009, Mark Kennedy, um policial infiltrado entre o grupo de manifestantes, mudou de lado e resolveu prestar depoimento em favor dos acusados. O caso foi suspenso e uma série de revelações envolvendo espionagem policial entre ativistas ingleses veio a público. (4) 



    À revelação da verdadeira identidade de Kennedy, agente duplo desde 2000, seguiu-se uma lista de outros agentes infiltrados em grupos dee cologistas pela Inglaterra. Entre eles, o caso de um agente que teria revelado o disfarce para uma ativista do Reclaim The Steets antes de se casar com ela. Uma manifestação no final do mês de janeiro reuniu em Londres um grupo de mulheres ativistas descontentes com as táticas da polícia inglesa, principalmente pelo fato de que alguns policiais estariam usando suas posições para fazer sexo com as manifestantes. “A polícia sabia o que estava acontecendo ou até mesmo encorajou?”, perguntou uma ativista que teria mantido relações sexuais com Kennedy ao longo de um ano. “Se ele estava mantendo segredo da polícia então é diferente. Mas eu acho que ele tinha tantos amigos e relações com pessoas do movimento que eu preciso questionar se era uma tática – ou parte de sua tarefa – para se tornar mais respeitado e ganhar confiança dentro do grupo”, disse a mulher, identificada apenas como Anna. 



    A Acpo reconheceu por meio de um porta-voz que “sob nenhuma hipótese” é permitido aos agentes manter relações com as pessoas vigiadas. “É grosseiramente anti-profissional”. Porém defendeu o uso de agentes secretos em meio a ecologistas, alguns deles “dispostos a causar danos, cometer crimes, e em algumas ocasiões desabilitar partes importantes da infraestrutura do país”, afirmou o porta-voz. (5) Na semana passada, Orde defendeu que juízes autorizem a decisão de infiltrar um agente secreto em um grupo sob vigilância como forma de restabelecer a confiança do público nos serviços de inteligência. 

















    Nota do Blog: lugar de X9 é no microondas






    sábado, 26 de fevereiro de 2011

    Tiros, câmera e ação: 'narcofilmes' movimentam a indústria cinematográfica de Tijuana



    Opera Mundi



    Em um bairro na periferia de Tijuana, cidade na fronteira oeste entre México e Estados Unidos, uma caminhonete chega em alta velocidade e estaciona no meio da rua. As portas se abrem com violência e quatro homens, armados com escopetas, fuzis AK-47 e metralhadoras, começam a disparar. Em poucos segundos, os tiros produzem uma espessa nuvem de fumaça, acompanhada pelo ruído poderoso das armas. Tijuana, famosa pelo alto índice de criminalidade provocado pelas lutas de cartéis de drogas, assiste a mais uma cena de crime.    

    Perto dali, um pequeno grupo de crianças observa de longe a saraivada de balas, curioso, sem piscar ao menos uma vez. Os tiros param e tudo parece voltar ao normal. "Boa! Todos prontos para a próxima tomada?", grita um homem. Em poucos minutos, a rua é liberada e todos se preparam para gravar a cena seguinte. Dessa vez era ficção, mas poderia ser realidade.    


     

    Os protagonistas de Las águilas andan solas e ação, em mais uma produção de narcofilmes em Tijuana
     

    Oscar López, protagonista e produtor do filme Las águilas andan solas (As águias andam sozinhas), se prepara para o tiroteio seguinte. Graças ao maquiador, seu rosto traz ferimentos e manchas roxas bastante reais. "Hoje é minha vez de fazer o papel de malvado", contou ao Opera Mundi, enquanto fumava um charuto durante a pausa na filmagem. Ele herdou o negócio do pai, produtor de filmes nos anos 1980 em Tijuana. "E meu irmão Fabian faz o papel do mocinho. No filme anterior, Balaceado II [Tiroteio II], era o contrário. Eu era o bonzinho."    

    Para filmar este filme "B" mexicano, são necessários nove dias de trabalho, a um ritmo de 10 minutos de gravação por dia. Em um mês e meio, é possível gravar três filmes completos. Depois, a trupe faz uma pausa para editar todo o material de uma só vez. A responsável por esses projetos é a Baja Films, produtora que entrega, em média, sete filmes por ano. Segundo os próprios produtores, os filmes são tratados como "B", mas, na boca do povo e nos meios de comunicação, eles são mais conhecidos como "narcofilmes".    


    Leia mais: 





    "Não gosto de falar ‘narcofilmes’", explicou Oscar, ainda manchado de sangue falso. "Prefiro pensar no que fazemos como um gênero de entretenimento popular. Os B-movies começaram no México nos anos 1980. Os temas da época, quando meu pai dirigia a empresa, eram principalmente o contrabando e a traição. Logo vieram as histórias de ranchos do norte e o faroeste mexicano. Em 2000, a moda mudou: produzimos um filme baseado em um corrido [canção popular narrativa], Águila Blanca. Inauguramos uma nova época. Agora, quase todos os filmes que produzimos baseiam-se em corridos da moda, e têm até o mesmo título das canções."    

    Comparados com as primeiras obras baseadas em corridos, o gênero musical popular do norte do México que conta a vida e a obra de heróis populares, os filmes dos últimos anos, baseados nos narcocorridos sobre os chefões mais famosos e sanguinários do narcotráfico, são muito mais violentos. 

    "Há muito mais sangue, mais mortos, mais tiroteios. É preciso acompanhar os tempos. Desde o grande sucesso de 2005, Chuy y Mauricio, tudo ficou mais extremo", conta Ernesto Murillo, diretor de vários sucessos da Baja Films. "É o que as pessoas querem. Isso e a música." E o aumento da violência, refletido nas canções, coincidiu com um aumento dramático das matanças e homicídios nas guerras entre cartéis do narcotráfico, que desde 2006 deixaram mais de 32 mil mortos no México. Os B-movies parecem refletir as tendências da sociedade mexicana muito mais do que se poderia imaginar. 


    Os filmes fazem referência explícita às grandes cenas de Scarface, célebre produção do norte-americano Brian de Palma, de 1983, com mesas cobertas de cocaína, homens vestidos no estilo do ator Al Pacino e poucas mulheres – que, menos que personagens, são um adorno. 
       

    Cinema como reflexo   
     

    Juncia Avilés Cavasola, historiadora do cinema e professora de história do México na UNAM (Universidad Nacional Autónoma de México), explicou ao Opera Mundi que o cinema dos narcotraficantes não é uma novidade no México. “Poderia não se chamar assim, mas títulos como Nacos vs narcos (1990), Narcos vs sotanas (2001) e Cholos vs narcos (2002, com música de Los cardenales del Norte) têm um claro antecedente na época de ouro do cinema mexicano." Segundo a acadêmica, "o cinema sempre foi uma válvula de escape para certas preocupações sociais. Ver na tela, talvez exagerada, ou com tintas anacrônicas, uma realidade enfrentada no dia a dia pode ajudar a colocar as coisas em perspectiva. Ou a sobreviver." 

    Em 1948, o diretor Juan Orol produziu seu mais famoso anedotário sobre o submundo mexicano:Charros vs gángsters. Orol foi um dos cineastas mais autobiográficos de sua época. No filme, ele dedica duas horas a tiroteios, inúmeros assassinatos, incongruências e gestos "duros" mal copiados de filmes norte-americanos de gângsteres (ele mesmo se diria inspirado por Scarface, na versão original, de 1932). 

    "Estes elementos se repetiram à exaustão no cinema nacional, começando pela sequência El charro del arrabal e terminando em El Infierno (Luis Estrada, 2010). Como no caso de Juan Orol, antes gângsteres, agora narcos, há um traço original: a biografia de um narcotraficante, ou os narcocorridos", continuou Juncia. 

    Durante uma pausa na filmagem de Las águilas andan solas, chega ao set uma patrulha policial de verdade. Os agentes, mais curiosos que incomodados, perguntam delicadamente pelo responsável, mais por costume que por interesse. Quase sempre, os disparos durante as gravações atraem os agentes, que, avisados pelos vizinhos, intervêm para conferir o que está ocorrendo.    

    "Não podemos pedir permissão a cada tiroteio", explica-se Ernesto, da Baja Films. "Com o ritmo que temos, os trâmites burocráticos seriam intermináveis. Assim, poucos segundos antes de gravar os tiroteios ou matanças, falamos com a central, avisando que haverá barulho. Ou então simplesmente esperamos que eles cheguem e nos digam que não podemos fazer isso, pois é muito tarde, e nos desculpamos depois", contou o mexicano.    

    O orçamento para uma obra desse tipo baixou ao longo do tempo. Há poucos anos, cada filme custava 50 mil dólares. Hoje, 20 mil dólares são suficientes. "O mercado também mudou", disse Oscar. "O negócio ficou mais sólido. Antes, se você vendia mil cópias, era um sucesso, você se dava por satisfeito. Depois de Chuy y Mauricio, o gênero se popularizou muito mais. Vendemos 100 mil cópias desse filme. Foi uma verdadeira bomba, e agora estamos em um ritmo de 15 mil cópias por filme, vendendo quase exclusivamente para as grandes redes de distribuição dos Estados Unidos. Isso sem contar as cópias piratas." 


     
    Nos narcofilmes, é complicado saber quem é o 'bonzinho' e quem é o 'malvado' 


    No set de filmagem...    


    O técnico de efeitos especiais prepara os atores para a cena final: depois de um tiroteio entre bandidos e policiais, o delegado, com botas de couro de cobra, camisa negra e expressão viril, consegue prender o chefão do tráfico, interpretado por Armando Silvestre, velho protagonista de dezenas de filmes dos anos 1970.    

    Não é fácil entender quem é o "bom" e quem é o "mau", quem é buchón (como são chamados os narcotraficantes) e quem é policial. Todos são rudes e, de fato, trocam continuamente os papéis. Todos os membros da equipe são profissionais com grande experiência até mesmo na vizinha Hollywood ou na Europa, e podem suportar ritmos de gravação acelerados. 

    Então, se aproxima uma banda de narcocorridos, elemento que não pode faltar na história, muito menos na trilha sonora. "É graças à música que nossos filmes podem ter uma divulgação tão ampla", reconheceu Oscar. "Sempre há mais jovens, aqui em Tijuana, mas, sobretudo do outro lado, nos EUA, que se apaixonam pelas histórias de narcotraficantes, pelos tiroteios, pelos desafios à autoridade, pelos temas de traição, de vingança. Só o que fazemos é contar essas histórias em filmes."    

    Os disparos se perdem nas notas das bandas, que nunca faltam nos B-movies de fronteira, entre as palavras que contam histórias de valentes criminosos que burlam a lei, colecionam mortes, exercem o domínio com sua força e seu dinheiro, vivem como reis e morrem em combate. Um entretenimento popular que fala de um México violento e sanguinário, em busca de um romantismo épico que o justifique e lhe confira um sentido difícil de encontrar. 




     
    O sucesso de audiência Chuy y Mauricio, produzido em 2005 





    sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

    Koff culpa CBF e Globo por racha no C13

    Só da pilantra


    O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, culpou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, e o executivo de esportes da Rede Globo, Marcelo Campos Pinto, pelo racha da entidade. O depoimento do dirigente foi dado ao jornal Folha de São Paulo.
    Nele, Koff admite erros ao longo de sua trajetória como mandatário do C13, como ter aceitado a chefia da delegação brasileira na Copa do Mundo de 1998 ou falhado ao formar a Liga dos Clubes, objetivo inicial do grupo.
    No entanto, culpa Teixeira e Marcelo Campos Pinto pela saída do Corinthians do Clube dos 13 e pelo anúncio de Botafogo, Coritiba, Flamengo, Fluminense e Vasco de que vão negociar os direitos de transmissão para os próximos três campeonatos brasileiros de forma independente. "Essa ruptura é coisa do Ricardo e do Marcelo. Eles são vizinhos de sítio e tramam tudo nos churrascos que fazem", explicou.
    Os desentendimentos entre os três começaram nas eleições do C13 no ano passado, quando CBF e Globo apoiaram o candidato Kleber Leite. Koff os acusou de compra de voto. "Empréstimo para um, adiantamento para outro, mas não passaram de oito votos porque nós também trabalhamos sem descanso", lembrou o dirigente que venceu o pleito com o apoio de 12 times.
    As principais rusgas de Koff com Marcelo Campos Pinto aconteceram quando o gaúcho foi ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para extinguir a cláusula que dava preferência na renovação do contrato de transmissão à emissora carioca.
    Com Teixeira, a gota d'água foi um patrocínio que o Palmeiras quis fazer no uniforme do técnico Luiz Felipe Scolari, barrado pela CBF por um artigo no regulamento de competições que, segundo Koff, "evidentemente foi escrito pelo Marcelo, como eu disse para ele, por conhecer o estilo de escrita dele".
    O dirigente notificou judificalmente a entidade que organiza o futebol brasileiro, irritando Teixeira, que parou de conversar com o C13 e não mais o reconheceu como intermediário dos clubes.
    Koff também se defendeu das acusações feitas pelo presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, que havia reclamado da falta de transparência nas contas do Clube dos 13 e da forma inadequada como as negociações do novo contrato de televisão estavam sendo conduzidas.
    "Está cansado de saber que ganho, líquido, R$ 52 mil, mais dinheiro que vi em toda minha vida de juiz, é verdade, mas salário a que faço jus e que, por iniciativa minha, é menor do que deveria ser, pelo que foi decidido em Assembleia Geral. Se prevalecesse a porcentagem sobre o contrato com a TV, seria muitíssimo maior, poderia chegar a R$ 5 milhões por ano, o que evidentemente seria um exagero", defendeu-se.
    "O Andrés Sanchez veio até minha sala, encheu-me de elogios e avisou que o Corinthians ia sair. Eu até disse que entendia, que admitia que quem entra pode sair, mas que queria saber o motivo. Ele disse que, quando alguém pega um rumo, tem de ir até o fim", completou.
    Aos 80 anos, Koff lembrou que chegou ao C13 em 1996, quando o contrato era de R$ 10,6 milhões, bem menor que o último, negociado por R$ 500 milhões. "Nada no mundo se valorizou tanto como nossos direitos de transmissão. Só me resta lutar até o fim. Se cair, cair de pé. Quem sabe se não lanço agora a Liga?", divagou.
    À mesma Folha de São Paulo, a assessoria de imprensa da CBF avisou que vai responder as críticas apenas na justiça, enquanto Marcelo Campos Pinto, que a princípio tomara a mesma atitude, preferiu comentar as declarações do adversário.
    "Responderei por intermédio da justiça as inverdades que ele me atribui e os ataques à minha honra. Somente posso atribuir o seu comportamento à atitude de uma pessoa de idade avançada, que nos últimos tempos vem dando demonstrações públicas de um total desequilibro emocional", disparou.

    Iraque: Há um apagão virtual sobre a insurreição no Iraque nos meios de comunicação ocidental.

    Apoie os protestos dos Iraquianos! 


    Enquanto milhões de pessoas em todo o mundo assistiram ao vivo, durante 18 dias, com enorme expectativa, à revolução que derrubou o regime aliado, torturador e amigo dos EUA, liderado por Hosni Mubarak, ninguém prestou atenção nem informou sobre o que estava acontecer no Iraque nem sobre a revolta do seu povo contra um inimigo muito pior.



    Enquanto o presidente Obama e a secretária de estado Hillary Clinton são elogiados pelo seu suposto apoio à democracia egípcia, ninguém faz a pergunta-chave que Washington não pode responder: Quando é que os membros desta administração dos EUA e os três anteriores enfrentam julgamento por crimes contra a humanidade, no Iraque?


    Apesar da hipocrisia dos EUA, nada vai impedir o colapso dos objectivos geoestratégicos dos EUA na região árabe. Não é pelo confronto directo que isso vai acontecer, nem pela via da ideologia. Os interesses do povo são opostos ao modelo de subdesenvolvimento proposto e policiado por Washington e seus aliados.

    O ano das revoluções


    Em todo o mundo árabe, 2011 afigura-se que será lembrado como o “ano das revoluções”. No Iraque, devastado por oito anos de ocupação, pilhagem, destruição e morte por parte EUA, os protestos irromperam em Bagdad, Kut, Basra, Kirkuk, Ramadi, Sulaymaniyah e dezenas de outras localidades. Como de costume, as pessoas enfrentaram fogo vivo.


    Nós declaramos a nossa solidariedade para com o povo do Iraque em protesto. Nós declaramos a nossa solidariedade para com os mártires da revolução egípcia e tunisina, e todos os mártires de revoltas árabes. São as políticas de Washington que estão a ser derrotadas e as suas alianças estão a cair aos pedaços.


    A região é testemunha do despertar da consciência do renascimento árabe, uma onda que gera outras ondas sucessivas, liderada pelas aspirações do jovens árabes. Nenhuma injustiça será poupada a críticas. Nenhuma mentira deixará de ser desmascarada.

    Apoie os protestos do povo do Iraque!


    Apoio firme ao povo iraquiano na sua luta contra o terrorismo de Estado e a repressão, a corrupção generalizada, o processo político falsificado e seu aparato estatal, a falta generalizada e o colapso dos serviços públicos, a pobreza e o desemprego, as violações sistemáticas dos direitos humanos feitas pelo governo e suas milícias, os contratos ilegais, os tratados e uma constituição imposta sob a ocupação e planos estrangeiros para destruir a economia, a cultura e a unidade iraquianas.


    Apoio ao povo iraquiano em luta pela liberdade, democracia, dignidade, unidade e justiça social.


    Apoio ao povo iraquiano na sua revolta e solidariedade para com todos os árabes neste alvorecer de uma nova era!


    O jogo está acabado! Exigimos que o governo de Maliki parta, sem derramar o sangue de iraquianos inocentes, em 25 de Fevereiro, o “Dia da Ira Pacífica” no Iraque.


    Exigimos que os outros estados retirem o apoio a Maliki e não dêem cobertura a um banho de sangue perpetrado pelo governo.

    Fonte: Tribunal BRussells 

    Tradução de Guadalupe Magalhães

    Para ler mais, O Mafarrico