domingo, 24 de outubro de 2010

Abramovay, pai e filho, classificam de ‘repugnante’ acusações da ultradireita




O professor Ricardo Abramovay sai em defesa do filho, Pedro
O professor Ricardo Abramovay sai em defesa do filho, Pedro
O economista Ricardo Abramovay, professor-titular do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo e Coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental (NESA); além de membro-titular do Conselho Científico da Maison des Sciences de l’Homme de Montpellier, na França, distribuiu uma nota à imprensa, neste domingo, longe dos objetivos dos estudos e do trabalho que desenvolve, para dar voz a uma indignação civil e paterna.
“Não posso deixar de enviar-lhes a nota de meu filho Pedro Vieira Abramovay, em resposta à repugnante matéria de capa de hoje da revista (semanal de ultradireita) Veja”, escreveu, em mensagem dirigida à imprensa e aos amigos, que segue na íntegra:
Nota de Pedro Abramovay
“Nego peremptoriamente ter recebido, de qualquer autoridade da República, em qualquer circunstância, pedido para confeccionar, elaborar ou auxiliar na confecção de supostos dossiês partidários. Não participei de supostos grupos de inteligência em nenhuma campanha eleitoral. Nunca, em minha vida, tive que me esconder.
“A revista Veja, na edição número 2188 de 2010, afirma ter obtido o áudio de uma gravação clandestina entre mim e um ex-colega de trabalho. Infelizmente a revista se recusou a fornecer o conteúdo da suposta conversa ou mesmo a íntegra de sua transcrição.
“Dediquei os últimos oito de meus 30 anos a contribuir para a construção de um Brasil mais livre, justo e solidário, e tenho muito orgulho de tudo o que faço e de tudo o que fiz. Trabalhei no Ministério da Justiça como Assessor Especial, Secretário de Assuntos Legislativos e Secretário Nacional de Justiça, conseguindo de meus pares respeito decorrente de meu trabalho.
“Apesar de ver meu nome exposto desta forma, não foi abalada minha fé na capacidade de transformação de nosso país e tampouco na crença da importância fundamental de uma imprensa livre para o fortalecimento de nossa democracia.
“Pedro Vieira Abramovay  – Secretário Nacional de Justiça”
Arapongas e dossiês
Na reportagem do meio de comunicação que encarna o discurso dos setores mais retrógrados da sociedade conservadora nacional, a reportagem afirma que “os diálogos aos quais a reportagem teve acesso foram gravados legalmente e periciados para afastar a hipótese de manipulação”. Mas não cita a origem da gravação, sem precisar se o material a que o repórter da revista teria acessado foi produto de um inquérito, no âmbito de algum processo judicial, ou ato de alguém contratado para esse fim.
O Correio do Brasil consultou o Ministério da Justiça acerca da publicação de um dos diálogos, no qual o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, sua chefe de gabinete, Gláucia de Paula, e o então secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior conversam sobre a origem do poder do diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa — que teria conseguido, entre outras coisas, evitar o indiciamento de Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula”. Até o fechamento desta matéria, o ministério não havia se pronunciado.
Presidente do PT, José Eduardo Dutra, em conversa com jornalistas, neste domingo, também preferiu não comentar sobre o fato de o secretário exonerado Romeu Tuma Júnior ter confirmado à revista que Abramovay queixou-se de ser pressionado por petistas para produzir dossiês.


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