Mais um incêndio em favela de São Paulo, desde julho já são quase dez, conhecidência?

Conhecidência é fogo

Brizola Neto já chamou a atenção sobre a quantidade de incêndios em favelas que vem ocorrendo esse ano em São Paulo. Só no mês de julho foram cinco. Que fenômeno é esse? De uma hora para outra comunidades carentes começam a ser vítimas de incêndios, como um surto. Na hora do incêndio na favela do Real Parque, hoje, não havia água, a SABESP havia cortado o fornecimento. Não há elementos para contestar a "conhecidência" dessa nova onda de incêndios, mas sabe-se que a tática de sabotagem a moradias e moradores humildes, sitiados em bairros "nobres", como o Morumbi, repleto de favelas, já foi usada. O carioca Carlos Lacerda foi um especialista nesse tipo de barbaridade. Todo mundo sabe que as populações abastadas desses bairros sonha dia e noite com o desaparecimento de seus "incômodos" vizinhos. Como diria Brizola Neto, conhecidência é fogo. 

Terra

Incêndio em favela de SP é controlado após 3 horas e meia

Um incêndio que começou por volta das 9h20 desta sexta-feira a favela Real Parque, próximo à Marginal Pinheiros, na zona sul de São Paulo, foi controlado peolos bombeiros às 12h50. O Corpo de Bombeiros utilizou 25 viaturas para combater as chamas. Segundo a Defesa Civil, uma menina de 7 anos está desaparecida e foi registrada uma vítima leve, que caiu do telhado ao tentar escapar do fogo. Ela foi encaminhada para a Santa Casa de Santo Amaro.

De acordo com a corporação, o vento ajudou o fogo a se alastrar e atrapalhou os trabalhos. Segundo o capitão dos Bombeiros Jean Leite, a geografia do local dificultou o combate ao incêndio". Um helicóptero águia da Polícia Militar e a Defesa Civil auxiliam os trabalhos.

A moradora Carine Araújo Reis, 16 anos, relatou que quando viu o fogo, saiu correndo e tentou encontrar seus quatro irmãos. Ela teve a informação de que crianças estavam sendo levada para uma creche em um local da favela que não foi atingido.

Segundo o segurança José Ronaldo dos Santos Silva, 30 anos, que também mora na favela, o incêndio se intensificou rapidamente. "Foi um horror, as pessoas que vêm pela TV não sentem na pele o que é incêndio na favela", afirmou.

A doméstica Cristina Aparecida dos Santos, 38 anos, afirmou que por volta de 3h30, houve um outro incêndio do lado de onde ela mora por conta de uma vela acendida por uma criança, já que houve falta de energia elétrica, mas os bombeiros não chegaram a tempo e os moradores contiveram as chamas.

"Uma mãe com quatro filhos perdeu tudo, foi uma cena desesperadora", disse. Segundo ela, a parte da vila onde está ocorrendo o incêndio, está sem abastecimento de água, o que impediu os moradores de tentarem apagar o fogo.

Moradores do conjunto Cingapura, ao lado da favela, foram obrigados a deixar os apartamentos. O trânsito na Marginal Pinheiros foi prejudicado. Por volta das 11h, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local, com quatro motos, uma unidade básica e uma avançada, com um médico. Foram atendidas 15 pessoas e todas foram liberadas.