A movimentação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não deixa dúvidas: seus dias como integrante dos Democratas estão contados. Kassab negocia diretamente com a cúpula do PMDB para embarcar na legenda de Michel Temer. Como em política não existe vácuo de poder, o prefeito mira no espólio de Orestes Quércia, o combalido comandante do PMDB de São Paulo, que faz oposição a Lula.
Kassab é hoje, nos Democratas, o último nome relevante em cargo executivo. Recentemente o partido viu sua única estrela, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, ir parar atrás das grades. O DEM é hoje uma legenda em extinção, e deve sofrer uma grave lipoaspiração até o fim do processo eleitoral.
O prefeito sabe disso e não pretende permanecer hospedado num partido em vias de se tornar nanico e identificado com o atraso. Uma eventual vitória de Dilma será determinante para que Kassab seja seguido por uma leva de políticos de oposição que não têm como embarcar no PT e não desejam ficar ao relento por mais quatro anos.
O PMDB, um gigante de centro, tende a inchar ainda mais, enquanto a oposição emagrece drasticamente. Mas outros partidos da base aliada também serão destino dos refugiados da oposição em busca da sobrevivência política pela via do adesismo.
A ida de Kassab para o PMDB é a principal opção política do prefeito. E a sua simples cogitação já está causando crises de ciúmes entre integrantes do partido de Temer.
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