quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Quatro décadas depois, Exército assume assassinato de “Jonas”






Virgílio Gomes da Silva, presente!



da Radioagência NP


Após quatro décadas de silêncio, foi revelado o relatório sobre a morte do guerrilheiro Virgílio Gomes da Silva, conhecido como Jonas. Ele era considerado um desaparecido da época da ditadura militar. As informações dos laudos divulgados neste último domingo (30) mostram que, na verdade, Jonas foi morto devido às torturas sofridas por militares e civis da Operação Bandeirante, em São Paulo.

A viúva de Jonas, Ilda Martins da Silva, conta que, a partir do relatório, vai dar entrada em processo pelo Ministério Público Federal (MPF).

“Isso já revela que eles estão assumindo a morte dele, que eles o mataram. Isso para nós é importante para podermos dar entrada na busca das ossadas dele.”

Ilda conta com o apoio de organizações, a exemplo do Grupo Tortura Nunca Mais. A diretora do grupo, Rose Nogueira, detalha o laudo divulgado.

“Ele foi morto na tortura. Pode-se ver no laudo que ele não tinha nenhum osso inteiro. Acreditamos que ele não foi morto com pontapé, como falam, e sim com barras de ferro. Todos os órgãos vitais foram danificados, com a única exceção do coração.”

Não se tem dados sobre o local onde o corpo estaria. As Forças Armadas jamais assumiram o crime oficialmente. Ainda neste documento, os militares evitam o termo “tortura”, substituindo-o por “ferimentos recebidos”.

Jonas era operário têxtil e participava de atividades sindicais. Foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Deixou o partido em 1967 para fundar a Ação Libertadora Nacional (ALN). Jonas comandava ações armadas durante a ditadura militar, como o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil.

De São Paulo, Ana Maria Amorim.




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