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Russia fights US missile shield from sea por Mahdi Darius Nazemroaya |
Rússia enfrenta escudo de misseis americanos a partir do mar
O Pentágono
prepara-se para cercar a Eurásia e rodear a Tripla Entente Eurasiana
composta pela China, Rússia, e Irã. Para cada ação há, contudo, uma
contra-medida. Este sociólogo e académico estabelecido no Canadá defende
que nenhum destes três poderes Euroasiáticos ficarão de braços-cruzados
como passivos alvos dos EUA. Pequim, Moscovo, Teerã estão todos tomando
as suas próprias contra-medidas particulares para se oporem à
estratégia militar de cerco do Pentágono.
Em Setembro de 2011, o Irã abriu a fase seguinte da sua expansão naval, que irá de enxames de pequenas lanchas, esquadrilhas de hidroaviões, e pequenas, corvetas porta-misseis, e barcos patrulha.... |
No Oceano Índico
os Chineses estão a desenvolver a sua infraestrutura militar sob o que o
Pentágono chama “ o colar de pérolas” Chinês. O Irã está num processo
de expansão naval, o qual mostra o avanço do seu dispositivo marítimo
cada vez mais avançado das suas águas costeiras do Golfo Pérsico e Golfo
de Omã. O conjunto dos três poderes Euroasiáticos, junto com vários dos
seus aliados, também têm vasos de guerra em missão ao largo das costas
do Iémen, Djibouti, e Somália no geo-estratégicamente importante
corredor marítimo do Golfo de Adem.
O
escudo global de misseis dos EU é um componente da estratégia do
Pentágono para cercar a Eurásia e estas três potências. À primeira
vista, este sistema militar é destinado a estabelecer a supremacia
nuclear dos EU ao neutralizar qualquer resposta nuclear Russa ou Chinesa
a um ataque dos E.U. ou da OTAN. O escudo global de misseis é dirigido à
prevenção de qualquer reação ou “segundo golpe” de retaliação nuclear pelos Russos e Chineses a um “primeiro golpe” nuclear do Pentágono.
Escudo Global de Misseis dos E.U. versus Expansão Naval Russa
Todas
as notícias recentes sobre partes do escudo de misseis dos E.U. sendo
colocados em outras partes do mundo são ampliadas em termos de pintarem a
sua expansão geográfica como um novo desenvolvimento. Estas notícias
ignoram o fato que o escudo de misseis foi desenhado para ser um sistema
global com componentes estratégicamente posicionados através do mundo
desde o início.
O
Pentágono tinha planeado isto nos anos 90 e talvez muito antes. O Japão
e os aliados do Pentágono na NATO têm sido parceiros em maior ou menor
grau neste projeto militar desde o princípio. Anos atrás tanto Chineses
como Russos estavam cientes das ambições globais do Pentágono pelo
escudo de misseis e proferiram declarações conjuntas condenando-o como
um projeto desestabilizador que iria perturbar o equilíbrio estratégico
global de poder.
A
China e a Rússia fizeram até declarações multilaterais em julho de 2000
com o Cazaquistão, Quirguistão, e Tadjiquistão avisando que a criação
do escudo global de misseis do Pentágono iria funcionar contra o Tratado
de paz internacional contradizendo o Tratado Anti-Mísseis Balísticos
(ABM em inglês – N d T). O governo dos E. U. foi repetidamente avisado
que os passos que estava a dar iriam polarizar o globo numa
conflitualidade que faria lembrar os tempos da Guerra Fria. O aviso caiu
em orelhas moucas e arrogantes.
Os
Russos estão agora a contrariar o escudo global de misseis do Pentágono
global através de medidas próprias muito práticas. Estas medidas
envolvem a expansão da presença do seu país em alto-mar e um aumento das
suas capacidades navais. Moscou planeia abrir novas bases fora das suas
águas domésticas e fora tanto das costas do Mar Negro como do Mar
Mediterrâneo.
A
Federação Russa têm já duas bases navais fora do território da Rússia;
uma está no porto Ucraniano de Sebastopol no Mar Negro e outra no porto
Sírio de Tartus no Mar Mediterrâneo. O Kremlin está agora á procura no
Mar do Caribe, Mar do Sul da China, e na costa leste de África (próximo
do Golfo de Adem) como localizações desejáveis para novas bases Russas.
Cuba, Vietname, e as Seicheles são os principais candidatos para
albergar novas bases navais Russas nestas águas.
Os
Russos já tiveram uma presença em Cam Ranh Bay no Vietname até 2002. O
porto Vietnamita foi base para os Soviéticos desde 1979 e então abrigou
as forças Russas após a queda da União Soviética em 1991. A Rússia
também continuou a manter uma presença militar pós soviética em Cuba até 2001 através da base de inteligência naval em Lourdes que vigiava os E. U.
O
Kremlin está adicionalmente a desenvolver a sua infraestrutura militar
na sua costa do Ártico. Novas bases navais no Ártico no norte serão
instaladas. Isto é parte de um arco da cuidadosa estratégia Russa que
inclui o Circulo Ártico. Ela é desenhada com duas funções em mente. Uma
função é proteger o território Russo e os recursos energéticos contra os
estados da OTAN no monte Lomonosov. O outro objetivo é servir a
estratégia marítima global Russa.
Moscou
calcula que os E.U. e a OTAN querem restringir o seu poder naval no Mar
Negro e no Mar Mediterrâneo. A ação dos E.U. e da U E para controlar e
restringir o acesso marítimo Russo à Síria é um indicador da tendência e
objetivo desta estratégia. O movimento para o cercar estrategicamente
as forças da marinha Russa são uma das razões porque o Kremlin quer
bases navais no Caribe, no mar do Sul da China, e na costa leste de
África.
O
desenvolvimento da infraestrutura naval da Rússia no Ártico e a
abertura de bases navais Russas em lugares como Cuba, Vietname, e as
Seicheles virtualmente garantiria a presença a nível do globo das forças
navais da Rússia. Os navios Russos teriam múltiplos pontos de apoio em
águas internacionais e ancoradouros seguros no exterior. Estas bases
dariam aos Russos facilidades permanentes de ancoragem tanto no Oceano
Atlântico como também no Oceano Índico.
As
bases navais futuras além-mar, como a da Síria, não têm sido
classificadas como “bases navais” pelas autoridades Russas, mas em
outros termos. Moscou chama-lhes “pontos de abastecimento” ou bases para
logística naval para as fazer soar menos perigosas. A nomenclatura não é
realmente importante. As funções destas instalações navais são,
contudo, é delineadas por razões de interesse militar estratégico.
No presente os
Russos apenas têm ancoradouros permanentes nas suas próprias costas
nacionais no Oceano Ártico e Oceano Pacífico. Além do mais, a
infraestrutura naval Russa no Extremo Leste Russo, nas costas do Oceano
Pacífico, têm o mais vasto acesso às águas internacionais. A
infraestrutura naval de Moscou no Báltico está geograficamente situada
num espaço confinado e pode ser fechado, tal como a infraestrutura naval
no Mar Negro, no caso de uma confrontação com os E. U. e a OTAN. A soma
de infraestrutura naval em locais como Cuba iria efetivamente garantir
que as forças navais da Rússia terão rota livre e não serão cercadas
pelos E.U. e seus aliados.
A nova Posição Nuclear da Rússia no Mar
Históricamente, o missão das forças navais nas Forças Armadas da Rússia tem sido proteger as costas da Rússia.
Tanto
a Rússia como a União Soviética basearam as suas estratégias defensivas
na contenção de
uma invasão terrestre maciça. Por esta razão as
características tanto das forças navais da Rússia como da União
Soviética foram sempre estruturadas no pressuposto de ajudar a combater
uma invasão terrestre. Assim, a frota naval Russa não foi estruturada
como uma força ofensiva de ataque. Isto contudo, está a mudar como parte
da reação de Moscou à estratégia de cerco do Pentágono.
A
Rússia tal como a China e o Irã, está agora focada no poder marítimo. A
Rússia está a atualizar e a expandir a sua frota nuclear naval. Os
media Russos têm-se referido a isto como a nova aposta para o “domínio
naval” pelo seu país. O objetivo de Moscou é estabelecer a superioridade
nuclear da sua frota naval com capacidade de ataque nuclear a partir do
mar. Isto é uma reação direta ao escudo global de misseis do Pentágono e
ao cerco da Rússia e seus aliados.
Para
cima de ciquenta novos navios de guerra e mais de vinte novos
submarinos serão acrescentados à frota Russa até 2020. Cerca de 40% das
novos submarinos Russos terão capacidades decisivas de ataque nuclear.
Este processo começou depois que a administração de Bush Jr. começou a
tomar medidas para estabelecer o escudo de misseis dos E.U. na Europa.
Nestes
últimos anos, as contra-medidas da Russia ao escudo de misseis dos E.U.
começaram a revelar-se. Ensaios de submarinos Russos da classe Borey no
Mar Branco, onde está situado o porto de Archangelo (Arkhangelsk),
começaram 2011. No mesmo ano o desenvolvimento do submarino lançador de
misseis nucleares balísticos Liner foi anunciado, o qual se diz ser
capaz de penetrar através do escudo de misseis Americano. Um submarino
Russo teria secretamente testado o Liner a partir do Mar de Barents em
2011.
Futura Crise de Misseis em Cuba a Caminho?
Se
um acordo for alcançado com Havana, há sempre a possibilidade da Rússia
poder instalar misseis em Cuba tal como fizeram os Soviéticos. Falando
em termos hipotéticos, estes misseis Russos teriam com toda a
probabilidade cabeças nucleares. Simplísticamente, isto pode ser
descrito como uma repetição do cenário que levou à Crise dos Misseis de
Cuba entre os E. U., a União Soviética, e Cuba em 1962.
Nos bastidores desta história da Guerra Fria, contudo, há muito mais acerca das suas causas e efeitos.
O
principal perpetrador da Crise de Misseis em Cuba foi o governo dos EU.
A instalação dos misseis nucleares Soviéticos em Cuba foi uma jogada de
estratégia assimétrica para contrabalançar a instalação secreta de
misseis nucleares Americanos na Turquia, que tinham como alvos as
Cidades e os cidadãos da União Soviética. O governo não deixou que os
seus cidadãos soubessem que os seus próprios misseis nucleares na
Turquia estavam apontados à população Soviética, porque isso teria
levantado muitas perguntas na opinião pública Americana sobre quem eram
os reais agressores e acerca de quem tinha realmente as culpas pelo
desencadear da crise em1962. A futura colocação de ogivas nucleares em
Cuba teria sido igualmente a resposta às armas nucleares com que o
Pentágono está a cercar a Rússia e os seus aliados. Tal como em 1962, o
governo dos E.U. teria outra vez sido o culpado se os misseis nucleares
forem instalados em Cuba e uma crise emergir.
Até ver, apenas
têm decorrido conversações acerca de uma renovada presença Russa em
Cuba. Nada foi acordado até agora em termos concretos entre os governos
de Havana e Moscou, e não têm havido menção ao envio de misseis Russos
para Cuba. Quaisquer comentários acerca de movimentações Russas em Cuba
são especulações.
As melhorias
nucleares que a Rússia está a realizar na sua marinha de guerra são
muito mais significtivas do que qualquer futura base Russa em Cuba ou em
qualquer outra parte. A nova disposição nuclear naval da Rússia
permite-lhe inteligentemente colocar múltiplos vetores nucleares móveis à
volta dos E.U. Por outras palavras a Rússia tem “múltiplas Cubas” com a
forma da sua frota nucleares navais móveis que pode deslocar para
qualquer parte do mundo. É por isto que a Rússia está a desenvolver
também a sua infrastrutura naval no exterior. A Rússia terá a opção de
cercar ou flanquear os Estados Unidos com a suas próprias forças de
ataque nuclear baseadas no mar.
A estratégia
naval da Rússia é inteligentemente desenhada para contrariar o escudo de
misseis global do Pentágono. Incluído neste processo está a adopção de
uma política de ataque nuclear preventivo pelo Kremlin como resposta à
agressiva doutrina post-Guerra Fria de ataque nuclear preventivo do
Pentágono e da OTAN. No mesmo ano do teste do Liner pelos Russos, o
comandante das Forças de Foguetes Estratégicos da Federação Russa,
Coronel-General Karakayev, disse que os misseis balísticos
intercontinentais da Rússia se tornariam “invisíveis” no futuro.
O mundo
está a ficar progressivamente mais militarizado.
As
movimentações e ações dos E.U. estão atualmente a forçar outros atores
internacionais a redefinir e reavaliar as suas doutrinas e estratégias
militares. A Rússia é apenas uma delas.
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