sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Gestão Kassab: escolas paulistanas têm mesmo Ideb de cidades bem mais pobres



Gestão Kassab: escolas paulistanas têm mesmo Ideb de cidades bem mais pobresAs escolas municipais de São Paulo estão abaixo da média nacional doÍndice de Desenvolvimento da Educação (Ideb) 2011, divulgada na última terça-feira (14) pelo Ministério da Educação (MEC). As escolas brasileiras obtiveram nota 5 no índice que articula o desempenho dos estudantes em provas de matemática e língua portuguesa com taxas de aprovação.
Conforme dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação, a média dos anos iniciais (1º ao 4º ano) dos estabelecimentos mantidos pela gestão Gilberto Kassab (PSD) é 4,8 – mesma nota obtida por municípios bem mais pobres, como Jequitinhonha (MG), Bocaina, Floriano e São João do Piauí (PI), Registro, Francisco Morato e Barra do Turvo (SP), com arrecadação bem menor que a da cidade mais rica do país.
Nos anos finais (5º ao 9º), o resultado é pior: 4,3, inferior às de Água Branca (PI), com 4,4; Cacoal (RO), com 4,7; Aliança do Tocantins (TO), 4,9; e Formoso do Araguaia (TO), com 4,5. Ainda segundo o Ideb, a rede municipal está abaixo da média em 5% nos anos finais e 2% nos anos iniciais.
Notas iguais, riquezas tão diferentes

Município                              PIB municipal (R$)

São Paulo                                        35.271,93
Jequitinhonha (MG)                            4.706,09
Bocaina (PI)                                       3.836,60
Floriano (PI)                                       7.413,07
São João do Piauí (PI)                       3.829,30
Registro (SP)                                   10.616,85
Francisco Morato (SP)                       5.492,60
Barra do Turvo (SP)                           5.844,08
Água Branca (PI)                                3.805,60
Cacoal (RO)                                     11.552,42
Aliança do Tocantins (TO)                 7.654,71
Formoso do Araguaia (TO)              13.459,32

Fonte: IBGE Produto Interno Bruto dos Municípios 2005-2009
Para Madalena Guasco Peixoto, professora titular da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, os resultados – que não surpreendem – refletem muito mais que problemas curriculares. “Faltam hoje investimentos na carreira docente, como programas de educação continuada, convênios com universidades e salários mais atrativos, como já aconteceu em outras gestões municipais”, diz. 
“Faltam também investimentos em infraestrutura e na construção de novas escolas. Com o aumento da demanda por vagas, as classes são numerosas, o que também dificulta o aprendizado”.
A professora da PUC destaca ainda que além de não fazer investimentos próprios, por diversos motivos, como os políticos, a gestão paulistana acaba não fazendo uso de recursos que o MEC destina a municípios por meio de diversos programas. Entre eles estão a educação à distância para capacitação de professores e para educação em tempo integral.
Para o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), o subfinanciamento de uma rede grande e complexa como a paulistana – o município investe os 25% da arrecadação, conforme determina a lei – tem reflexos diretos no quadro de docentes. “Além de faltarem professores na rede, como de geografia, filosofia, biologia, em muitas escolas não há professores substitutos para cobrir ausências dos que eventualmente precisam faltar”, afirma Adelson Cavalcanti de Queiroz, vice-presidente da entidade. 

Leia nota com a posição da Secretaria Municipal de Educação:

 "A Rede Municipal ficou apenas 0,1 abaixo da meta. Desde 2005, a nota e o IDEB da rede crescem, tanto no 5º quanto no 9º ano. A Prefeitura mobilizou recursos e empreendeu esforços para deixar para trás as mazelas que foram encontradas há sete anos, tais como professores mal pagos, escolas de lata, salas lotadas, turno da fome.
 
Entre os aspectos que explicam a evolução dos alunos destacam-se: a definição do que cada aluno deve aprender a cada ano de escolaridade, por meio das Orientações Curriculares; desenvolvimento de material estruturado para auxiliar o professor, como por exemplo o Ler e Escrever e os Cadernos de Apoio e Aprendizagem; a criação da recuperação paralela; programa intensivo de formação para professores e o monitoramento das escolas feito pela Secretaria e pelas 13 Diretorias Regionais de Educação (DREs) da cidade.
 
Aliás, atribuímos a melhoria dos resultados ano após ano ao acerto das políticas adotadas e, em especial, ao fato de a Secretaria ter os educadores como parceiros, o que nos renova a convicção de que os alunos continuarão avançando e aprendendo cada vez mais. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário