A periferia de São Paulo perdeu mais um espaço de cultura, dessa vez na região do Campo Limpo, zona sul da Capital. O bar onde acontecia o tradicional Sarau do Binho, toda segunda-feira, foi fechado pela prefeitura devido à falta de alvará de funcionamento, com multas chegando a R$ 8 mil.
O movimento dos saraus ganhou força na década de 2000 e se espalhou pelas periferias de São Paulo como pólos de resistência especialmente ligados à cultura hip-hop. Nas últimas semanas, a prefeitura de São Paulo fechou o cerco sobre o movimento. Além do sarau do Binho, o fechamento do Bar Lua Nova, no bairro do Bixiga e do Sarau da Poesia na Brasa, realizado no bairro Brasilândia, apontam para cerceamento por parte da prefeitura de atividades culturais com as mesmas características.
Porém, Robinson Padial (Binho) revela que a questão não é apenas o documento que permite ou não o funcionamento do bar, pois por de trás do alvará, afirma que há um fator político. “Alvará de funcionamento ninguém tem. A questão é que se você não aceita colocar uma faixa de vereador aqui ou outra ali, é isso que vai acontecer. Então, é uma moeda de troca, tanto pra voto como pra dinheiro.”
Segundo ele, o sarau é um meio que a população busca para se formar, onde ela acaba se encontrando e se colocando no mundo, porque normalmente fica escondida e se omite. “No sarau você está livre e de frente pra todo mundo com sua poesia. Acredito que isso ajuda a nos fortalecer como ser humano.”
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Prezado
ResponderExcluirAconteceu igualzinho nas décadas de 20 e 30 do século passado na Bahia com o Candomblé... Jorge Amado contou isso muito bem.
São a "zelites" ignorantes e a "crasse mérdia" desinformada pela imprensa-empresa e seus representantes os verdadeiros autores dessas canalhices.
Abraço
Castor Filho