quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Prefeitura de SP utiliza apenas 5% de verba disponível para piscinões




São Paulo merece





Plano Diretor prevê 34 reservatórios do gênero na capital paulista, mas apenas 17 foram construídos até o momento. Verba disponível para o setor no próximo ano é menos da metade da proposta para 2009


A prefeitura de São Paulo utilizou cerca de 5% do previsto no Orçamento de 2009 para a construção de piscinões, que poderiam, no mínimo, amenizar enchentes como a sofrida nesta terça-feira (8). Além disso, apenas metade dos 34 piscinões previstos pelo Plano Diretor da cidade foi construída.

Inicialmente, sob o item “Construção de Reservatórios e Piscinões” para 2009 havia a previsão de R$ 18,5 milhões. Mas a página da Secretaria de Planejamento da administração Gilberto Kassab (DEM) mostra que, até o começo deste mês, estavam habilitados para investimento menos de R$ 1,5 milhão, e foi liquidado pouco mais de R$ 1 milhão.

Kassab, que este ano chegou a cortar verbas destinadas à varrição pública, comemorou nesta terça, as obras da prefeitura nos córregos Aricanduva e Pirajussara. De acordo com o prefeito, não fossem os trabalhos realizados nos dois locais, o impacto nas respectivas regiões teria sido maior.

Na semana passada, Kassab esteve ao lado do principal aliado político, o governador José Serra (PSDB), na inauguração do piscinão Anhanguera, na divisa com Osasco, cidade da Grande São Paulo. Na realidade, funciona no momento apenas uma parte do reservatório, que deve entrar mesmo em operação apenas no próximo ano, quando Serra, caso se confirme sua candidatura à Presidência da República, já terá deixado o governo paulista e não poderá participar de inaugurações.

Com investimento de R$ 10,2 milhões, o piscinão vai demandar outros R$ 6 mi para funcionar plenamente – neste caso, o governo estadual entra com a verba e a prefeitura cede o terreno. O Anhanguera é apenas o décimo sétimo piscinão da capital paulista.

O Plano Diretor, aprovado em 2002 pela Câmara Municipal, prevê 34 reservatórios, o dobro dos construídos. O plano estabelecia 2006 como prazo para o desenvolvimento das ações estratégicas estabelecidas.

Atualmente, há dez reservatórios na zona leste, três na norte, dois na oeste, um na sul e um no centro. A previsão inicial era de sete apenas na zona sul e outros 14 na leste, restando outros treze entre oeste, norte e centro. A Secretaria de Infra-estrutura Urbana da cidade informou que há outros nove em fase de contratação, seis deles na zona sul.

A depender do Orçamento de São Paulo para o próximo ano, no entanto, o problema ficará longe de ser sanado. Enquanto disponibiliza mais de R$ 100 milhões para publicidade, Kassab prevê investir R$ 8,5 milhões no artigo “Construção de Reservatórios e Piscinões”, ou seja, menos da metade do disponível para este ano. Ainda de acordo com o Orçamento, apenas um novo reservatório será construído em 2010. O Córrego dos Machados fica no extremo leste da cidade e tinha previsão de início das obras em março deste ano.

O ex-secretário de Planejamento da Prefeitura de São Paulo, Jorge Wilheim, considera que os piscinões são uma das melhores estratégias no combate à chuva e lamenta que, frente ao número previsto no Plano Diretor, tão poucos tenham sido construídos. “O plano prevê que, ao longo dos diversos córregos, existam várias retenções que são feitas para não avolumar o fluxo de água em áreas centrais”, aponta, em entrevista à Rede Brasil Atual.

Procurada, a da administração Gilberto Kassab não informou à reportagem sobre os planos para a construção de novos piscinões.



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