Em vigor desde 1 de maio, as novas regras para a venda da maconha em "coffee shops" na Holanda estão provocando um efeito adverso, segundo estudo realizado por pesquisadores da Epicurus, fundação privada que se dedica a monitorar os efeitos da cannabis na sociedade. Nesses dois meses, o tráfico do entorpecente aumentou no país.
[Tradicional "coffee shop" em Amsterdã, capital da Holanda]
O governo holandês introduziu em três províncias uma carteira de identificação obrigatória para clientes desses estabelecimentos, com o intuito de diminuir o consumo de maconha por turistas.
A ação, de acordo com os pesquisadores Nicole Maalsté e Rutger Jan Hebben, resultou em um enorme incremento da venda ilegal da droga nas ruas e no surgimento de uma ampla rede de serviços de entrega.
"Queremos que o resto da Holanda saiba o que os espera quando essa regulamentação chegar", disse Maalsté, também pesquisadora da Universidade de Tilburgo. O governo do país tem a intenção de estender o cartão de identidade para todas as províncias ainda esse ano.
Ainda de acordo com os estudiosos, a polícia holandesa não tem capacidade para controlar essa nova forma de comércio. A maconha vendida em um "coffee shop" custa cerca de 25% a mais do que nas ruas, pontuaram os pesquisadores, que lembraram que alguns grupos específicos estão evitando esses estabelecimentos, como jovens entre 18 e 24 anos.
"É muito pouco provável que esses grupos deixem de consumir a droga em grandes quantidades", concluíram os especialistas. De acordo com eles, um risco com o crescimento de traficantes é que os jovens têm mais contato com outros tipos de droga, como cocaína.
Defensores da lei disseram que o estudo foi encomendado por donos de "coffee shops", que viram as vendas caírem até 70% desde o início da nova regulamentação. A Epicurus negou a acusação.
* Com informações da Radio Netherlands
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