A coalizão de partidos de esquerda e organizações políticas Frente Guazú advertiu nesta terça-feira (03/07) o secretário-geral da OEA (Organização de Estados Americanos), José Miguel Insulza, que o golpe de Estado no Paraguai é um perigo para a América Latina. De acordo com a agência cubana Prensa Latina, membros da aliança pediram em reunião com a missão da OEA para que Insulza condene a destituição de Fernando Lugo.
A Frente Guazú quer que o representante da OEA "rechace a quebra institucional" provocada pela derrubada de Lugo do poder pelo Congresso sem o devido processo e sem direito a defesa. "É algo importante para todo o movimento democrático não região", disse Ricardo Caneses, líder da coalizão. "Se ele não o fizer, será um perigo para os restantes governos democráticos, que podem também ser vítimas de conjunturas desse tipo", afirmou Caneses.
Além disso, o líder da Frente Guazú sublinhou que o grupo golpista atualmente no poder está sendo apoiado pelos setores mais retrógrados dos Estados Unidos e de outros países, e por interesses conservadores existentes no país. Caneses pontuou que solicitou à OEA seguir o comportamento de Mercosul e Unasul, organismos que decidiram suspender o Paraguai. Ele ressaltou que a população paraguaia continuará resistindo pacificamente "contra o atentado feito à Constituição".
"Situação delicada"
Nesta segunda-feira (02/07), Insulza qualificou como "delicada" a situação no Paraguai. O chefe da OEA, que se encontra em Assunção para se reunir com os atores envolvidos no golpe contra Lugo, manifestou que "certamente há uma situação especial" no país. "Esperamos que ela seja superada rapidamente e faremos todo o possível para ajudar nisso", comentou.
Os resultados da visita, que termina nessa terça, serão apresentados perante o Conselho Permanente da OEA na segunda semana de julho, para que seja decidida a convocação de uma reunião de chancelres e uma eventual assembleia extraordinária de presidentes para decidir a permanência ou suspensão do Paraguai no organismo regional.
* Com informações da AVN (Agência Venezuelana de Notícias)
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