quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Deputado pedirá ao TCE investigação sobre prédios da USP fora do campus

Além de afastar a administração da USP dos movimentos sociais da Universidade, Rodas e sua gangue querem também faturar uma graninha, bem ao estilo tucano.

O deputado estadual Carlos Giannazzi (PSOL) promete entrar na terça-feira, 6, com representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE) pedindo investigação sobre as aquisições de imóveis feitas pela USP durante a gestão do reitor João Grandino Rodas. A USP disse ontem ao Estadão.edu que vai investir R$ 4 milhões para construir um prédio de 16 andares no centro de São Paulo, num terreno comprado em abril, por R$ 7,4 milhões, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp).



Projeto é construir prédio de 16 andares na Consolação, 268 - Reprodução/CondephaatO futuro prédio, na Rua da Consolação, deve abrigar escritórios da Procuradoria da USP, a sede da superintendência jurídica, e a loja central e a sede da Editora da USP. "É uma afronta ao orçamento da universidade", disse o deputado. "A impressão é de que está sobrando dinheiro."
Na opinião de Giannazzi, a reitoria deve se concentrar em atender às demandas dos estudantes, mas tem preferido gastar com a burocracia. "A guarda universitária está sucateada e é preciso investir no Crusp (moradia universitária), em iluminação, em unidades de ensino."
O deputado já protocolou requisições para que Rodas compareça às Comissões de Direitos Humanos, Educação e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa - na última, segundo Giannazzi, por ter mandado cortar 1.300 árvores no câmpus. Ele também protocolou uma representação no Ministério Público. "Rodas deve ser investigado e punido. Ele tinha que construir dentro do câmpus."
'Preço fora da realidade'. Segundo o especialista Eduardo Della Manna, arquiteto e sócio-diretor da empresa PPU, o preço de R$ 4 milhões para o prédio de 16 andares, anunciado pela universidade, está "completamente fora da realidade". Calculando um preço de construção de R$ 1.500 o metro quadrado - "um prédio de escritórios com ar-condicionado, piso elevado, cabeamento, forro, mas nada de muito luxo", afirma - o edifício custaria entre R$ 12 e R$ 24 milhões, dependendo do tamanho. O terreno tem cerca de 2.300 metros quadrados.
Procurada, a Assessoria de Imprensa da USP não se manifestou.
História. Este não é o primeiro imóvel adquirido na gestão de Rodas. Em março, o anúncio da compra de imóveis pela USP no Centro Empresarial, zona sul, provocou protestos de funcionários do câmpus. A universidade informou que gastaria R$ 24,2 milhões na compra de imóveis para alojar servidores administrativos, transferidos do câmpus para escritórios no Centro Empresarial.




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