sábado, 12 de fevereiro de 2011

Lobão assume que é picareta em entrevista

Farsante, desde sempre


Lobão deu uma longa entrevista, publicada no Último Segundo, para falar de sua biografia lançada em livro. Lança algumas revelações interessantes sobre a indústria fonográfica brasileira, comenta alguns fatos pitorescos, como uma curiosa mania de perseguição associada a figura de Herbert Vianna, seu desafeto, e também confirma aquilo que todo mundo sabe, o fato da maioria das bandas de rock brasileiras dos anos 80 copiarem descaradamente bandas gringas. Mas o que realmente chama a atenção é sua confissão, Lobão assume que é um farsante. Nos anos 90, tal músico se destacou como um crítico mordaz da indústria fonográfica, fez violentos ataques ao jabá e aos artistas vendidos. Tudo jogo de cena, o que Lobão queria era entrar para o clube, depois que conseguiu, virou cordeirinho. O que mais me incomoda é o fato de ter admirado Lobão nessa fase, acreditei em seu teatro, e muitos amigos meus me acompanharam. Vejam os trechos abaixo, em que o Picaretão se entrega.   

"As pessoas pensam: “Esse cara deve ter sido um marginaleco na infância”. Não, eu era o mais careta do mundo, careta convicto, que caguetava maconheiro, fazia coisas horrorosas."


"Comecei a perceber que a indústria estava fadada a uma bomba-relógio. Não tinha um vilão ainda, as gravadoras começaram a ficar vilanizadas a partir da campanha para criminalizar o próprio consumidor pela pirataria. Não, agora eu vou fazer deles vilões".


"(...). Comecei a fazer táticas de guerrilha e a blefar pra caramba, porque “A Vida É Doce” não tinha vendido porra nenhuma. Falei que tinha vendido 50 mil cópias, não tinha vendido nem mil".


"Mas foi bom, porque depois virou verdade. Naquela hora, eu não podia dizer nada. Mandei prensar 50 mil, o cara da editora Scala achou que eu estava louco. Nessa, a gente consegue o Domingão do Faustão. Foi o que salvou a pátria. Faustão é meu brother. Ele passou o programa inteiro falando: "Vendeu 50 mil cópias"...


 "Mas eu usei o discurso de adaptá-los a mim, nāo de destruí-los. Eu os adaptei. Eu venci. O que vou fazer, vou ficar de mal deles? Eu fico puto (exalta-se). "Ah, agora é o Lobinho". Porque têm medo de mim. Fico puto porque estāo falando da minha honra. No Fórum Social Mundial, com aquele monte de "universotário" gritando "abaixo as gravadoras", eu parei: "Abaixo porra nenhuma!". As pessoas nāo entenderam. Tudo o que eu fiz foi para que tivéssemos um show business funcionando, o rádio, a imprensa e as gravadoras. Eu atuei em tudo isso, e as pessoas nāo sacam. É óbvio que querem tirar um sarro, tudo bem. Cordeirāo? Nāo é verdade. Sempre falei mal do “Acústico MTV”? Falei mesmo, que nāo me sujeitava a regravar um monte de tralha. O que eu fiz? Peguei 85% de repertório que estava proibido de tocar na rádio".


"É verdade. É mais longo ainda, porque meu avô paterno era amigo do doutor Roberto. Ele cuidava do pai dele, o doutor Irineu. Fiquei muito arrependido, eu ficava sempre contra a Globo, mas eles sempre foram uns queridos. Meu pai amava aqueles filhos dele, eles fizeram uma escuderia de kart na minha casa. O Zezinho era muito criança, mas eram o Bet, o Paulinho e o Joāozinho. Zezinho é uns dois anos mais velho que eu".

 "O Zé Roberto Marinho. O Roberto Irineu eu chamava de Bet (ri). Tomava banho de piscina na casa deles no Alto da Boa Vista, a gente tinha vidas juntas. Eles tinham milhōes de propriedades, mas viviam na nossa casa, adoravam meu pai. Meu pai era o guru dos caras, só tinha minimagnatas na escuderia: filho do dono da Mesbla, da refinaria de Manguinhos... Peço desculpas ao doutor Roberto, porque na realidade ele me ajudou, me tirou da cadeia, e depois eu faço aquele escândalo na televisāo dele... Telefonou pro meu pai, era muito lacônico: "filhos sāo filhos". E ele tinha uma gratidāo enorme, porque Paulinho morreu jovem, em 1970, num acidente de carro, e meu pai foi o primeiro a se despencar para lá e vomitar - meu pai, quando fica triste, vomita. Quando me casei, em 1994, meu pai fez um almoço, chamou todos eles. O Bet falou: "Porra, cara, você fica aí contra a Globo, a gente queria tanto ter você com a gente".


"Todos os Marinho foram no meu casamento."



Em nota: É ou não é um picaretasso? Cagueta na infância, oportunista, farsante, agregado da famiglia Marinho, reacionário, xaropão. Quem tiver saco leia a entrevista toda. Na boa, um tipo desse merece umas porradas. 



3 comentários:

  1. Muita gente acreditou nesse picareta , me sinto traida.ass. Cristina Maia

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  2. eu também curti muito,e ainda curto!
    o que ele está falando,não tem nada a ver com nossas vidas de fãs
    das musicas,dos rocks.
    quem não curtiu Lobão nos anos 90?
    cada um fala o que quer e faz o que quer!
    quem aqui é santo?
    ou vai me dizer que vcs que agora são contra,só por causa de um desabafo de Lobão nunca vacilaram?
    que é isso gente,vamos continuar curtindo e relembrando os bons tempos que não voltam mais. e quem não tiver pecado que atire a primeira pedra.

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