Quem viu o horário político? Deu dó.

A diferença entre o programa de Dilma e o de Serra

Acabo de ver o horário político, deu pena de ver a disparidade entre o programa tucano e o petista. De todas as besteiras e inverdades apresentadas pelo programa serrista, quero me concentar nos momentos iniciais.

Mais uma vez Serra veio com aquela conversa mole de que vem de origem humilde, é filho de feirante, estudou em colégio público.

Trololó.

Primeiro, seu pai tinha banca de frutas no Mercado Municipal de São Paulo, pra quem não é daqui, trata-se do maior entreposto varejista de hortifrutigranjeiros do estado. Não era (e não é) qualquer um tinha condições de manter um espaço no mercadão paulistano, que sempre apresentou o maior fluxo comercial da cidade. Serra deveria ser honesto, como Dilma foi em seu espaço, e assumir que é de origem de classe média, e não um menino pobrezinho da Mooca.

Segundo, Serra diz que estudou em escola pública, como se o ensino público de sua época de infância fosse o mesmo das gestões tucanas atuais. O ensino em São Paulo só começou ser expandido a partir dos anos 70, em décadas anteriores, somente uma casta de privilegiados tinha acesso a educação. A educação era vedada ao povo, sobretudo aos negros, que eram flagrantemente barrados na porta das escolas, ainda mais numa cidade racista como São Paulo. Serra, enquanto privilegiado, estudou num ótimo colégio público.

Terceiro, quem prestou atenção notou um hiato em sua trajetória, o programa começou falando de sua carreira como líder estudantil, no princípio dos anos 60, e em seguida pulou vinte anos no tempo, não tocou na questão da Ditadura. Por que será? Será que o tucano tem medo de se indispor com o bando do Instituto Millenium e as viúvas da Ditadura que o apoiam?

Bom, o resto foi aquela pataquada de sempre, todas as mentiras que todo mundo já está cansado de ouvir. O fato é que Serra disse tudo o que tinha a dizer em seu primeiro dia e horário eleitoral gratuíto. Daqui pra frente, será uma cansativa repetição do mesmo. E é claro, baixarias, pois é a única alternativa que resta ao Zé Ladeirão.