Nas políticas recessivas e anti-povo dos tucanos, a periferia é sempre a primeira a pagar o pato
Manos e Minas moblizados por seu espaço na TV
Músicos, MC´s, Rappers, B-Boys, grafiteiros e organizações sociais de todo País estão mobilizadas contra a extinção do único espaço da cultura hip hop na televisão brasileira. A decisão de retirar o programa “Manos e Minas”, que vai ao ar aos sábados pela TV Cultura, da grade de programação da emissora foi anunciada na semana passada pelo presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad.
O programa existia há quase três anos e apresentava, além da música hip hop, matérias direcionadas à juventude das periferias, com temas como gravidez na adolescência, violência nas escolas, crescimento do consumo do crack e autoestima da população negra. Ao todo, foram 93 programas e 93 apresentações de diferentes artistas.
Para o rapper Kamau a extinção do “Manos e Minas” representa não apenas o fim de um programa, mas o fim de um espaço importante dedicado à cultura da periferia. "Eu me sentia representado e [o fim do programa] é uma pena muito grande para a cultura hip hop e da periferia".
Kamau lembra que o programa foi uma conquista do movimento hip hop, frequentemente estigmatizado, e sua retirada significa a perda para uma grande parcela da população que não se vê em outros meios. "Onde vamos arrumar outro espaço como esse? Na tv aberta é muito difícil", pontua.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também lamenta o final da atração. Para ele, o programa representava um avanço para a televisão. "Se trata de um programa inovador, diferente e que teve repercussão positiva. É um dos poucos programas que dá visibilidade à cultura hip hop", ressalta.
( vídeo do senador Suplicy em favor do “Manos e Minas” )
Reestruturação de Peso
Os trabalhadores da emissora souberam da decisão de retirar o “Manos e Minas” do ar por meio de entrevistas de João Sayad a jornais e páginas da internet. Como justificativa, para os funcionários, João Sayad alegou que a iniciativa deveu-se ao baixo Ibope da atração e a "questões artísticas", sem informar maiores detalhes. Os profissionais, no entanto, garantem que a audiência do programa não era inferior à média da TV Cultura.
Além do “Manos e Minas”, está confirmada a saída do programa “Link” da grade, que tratava de temas relacionados à internet. Outros programas, como o “Vitrine”, que trata dos bastidores da mídia, deverão passar por reformulações.
O novo plano de gestão de Sayad prevê também a contratação de nomes "de peso" para a emissora. O principal deles é o de Marília Gabriela que, a partir do dia 30 de agosto, comandará o programa "Roda Viva". Marília foi convidada para substituir o apresentador Heródoto Barbeiro na semana em que o jornalista desagradou ao candidato José Serra com perguntas sobre o preço dos pedágios nas rodovias de São Paulo.
(vídeo em que Serra é questionado por Barbeiro)
A TV Cultura também passará a exibir filmes da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e documentários do festival “É Tudo Verdade”. Já o dono da gravadora Trama, João Marcelo Bôscoli, ganhará um programa diário de variedades voltado para música que poderia vir a substituir o programa “Manos e Minas” sob o argumento de cobrir toda a diversidade da música popular brasileira.
Em entrevista à Folha Online, João Sayad confirmou que a meta das reformulações é modernizar a emissora e conquistar mais "prestígio" e audiência. "Estamos recuperando o prestígio da TV Cultura com personalidades conhecidas, em nome do espectador", disse.
Inchaço
Em diversas declarações, Sayad tem disparado também contra o "inchaço" do quadro de funcionários. Até agora, no entanto, não foram confirmadas demissões.
Uma funcionária da TV Cultura, que prefere não ser identificada, relata que existe, dentro da emissora, uma preocupação geral em relação ao futuro da TV, que deve ganhar contornos mais comerciais com o novo projeto. Ela lamenta também que a culpa por possíveis falhas recaia sobre os trabalhadores.
“Estão apresentando a TV como inchada e ineficiente. É uma grande injustiça, lá dentro tem grandes profissionais", afirma.
Ela critica ainda a postura do Estado em relação à emissora e aponta a falta de investimentos como uma dos principais erros. “Se os equipamentos estão sucateados, os funcionários não têm culpa”, salienta.
Mobilização
Desde o anúncio da extinção do “Manos e Minas”, a página do programa na internet tem recebido manifestações de apoio de telespectadores de todo o Brasil, que lamentam o fim da atração.
As manifestações se somam ao esforço de integrantes do movimento hip hop e de diversas organizações de todo País, que têm organizado uma campanha em favor do programa e da TV Cultura.
Os participantes da campanha enviaram uma carta ao senador Eduardo Suplicy, que se comprometeu a entregá-la ao presidente da TV Cultura, João Sayad. No documento, eles criticam a retirada do programa do ar e defendem o programa como um espaço dedicado à cultura das periferias.
Também estão sendo coletadas assinaturas para um abaixo-assinado. Para assinar, basta acessar o endereço http://www.ipetitions.com/petition/mem/.
Para o rapper Kamau, desistir do programa agora pode significar novas perdas depois.
"Perdendo o “Manos e Minas” agora significa que podemos perder algumas coisas depois. Se a gente mantiver o programa, será bom para todo mundo, não só para o movimento hip hop", enfatiza.
Vídeos em favor do programa “Manos e Minas”
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http://eagora-dil.blogspot.com/
protógenes acha q será eleito deputado federal por são paulo.será?mercadante vai para o 2o turno em são paulo.será?"o tempo é o senhor da razão".mas não creio mesmo.alkimin vai continuar esse desmonte da tv cultura e a periferia de sampa sentirá(como já está sentindo)na pele!
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