Líder sindical na USP já fez 12 greves e prega revolta armada
TALITA BEDINELLI
da Folha de S.Paulo
Na pauta de reivindicações de funcionários grevistas da USP, o primeiro item, escrito em negrito e letras maiúsculas sob o título "questões políticas", é a "readmissão do diretor do sindicato Brandão".
O Brandão em questão é o ex-servidor Claudionor Brandão, 52, um dos cabeças do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) e da atual paralisação, que completa hoje 40 dias.
Membro de um grupo denominado "Liga Estratégia Revolucionária", uma dissidência do PSTU, ele acredita que só com a revolução seja possível alcançar o comunismo.
Revolução armada? "Você viu as bombas do coronel Longo? Acha que é possível derrotar aquilo só com palavras?", diz, referindo-se ao confronto com a Polícia Militar na última terça na USP (saldo de dez feridos). O tenente-coronel Cláudio Longo dirigiu a operação.
No episódio, Brandão foi detido por desacato e resistência à prisão. Ele afirma que apenas tentou dialogar com o policial que prendia um colega. Foi solto no mesmo dia, após a realização de um "termo circunstanciado". A ele juntam-se outros sete boletins de ocorrência (por ameaça, invasão, dano ao patrimônio e atentado violento ao pudor, entre outros), outro termo circunstanciado e três inquéritos policiais.
"Qualquer diretor sindical ativo tem um monte de processos. Todos foram arquivados por falta de provas. Nunca fui preso." A Secretaria da Segurança Pública afirmou que não teria ontem como verificar o andamento dos casos.
Desde 1987, trabalhava na antiga prefeitura da universidade, reparando e instalando aparelhos de ar condicionado. Acabou demitido em dezembro passado, após um processo administrativo iniciado em 2005.
Foi acusado de "ter invadido uma biblioteca, ameaçado as pessoas e colocado em risco o acervo", conta. Na ocasião, entrou na biblioteca da faculdade com mais 50 funcionários da FAU para levar os servidores do local para um piquete.
A reitoria da universidade não se manifesta sobre os motivos que levaram à demissão por uma "proibição legal".
A punição terminou em demissão por causa da reincidência: em outubro, ele havia sido condenado a 20 dias de suspensão por outro processo administrativo de 2006, quando apoiou um protesto de trabalhadores terceirizados e foi acusado de "desvio da função sindical", segundo ele. "A demissão é perseguição política."
Filiado ao sindicato desde 1988, já foi três vezes da diretoria. Participou de 12 greves e diz que "o diálogo [com a reitoria] ficou cada vez mais difícil". Um exemplo, diz, é a entrada da PM na USP. "É a prova da incapacidade da reitora Suely Vilela de resolver os problemas da universidade." Segundo ele, se ela não ceder, a greve continuará.
Em 1998, foi candidato a deputado estadual pelo PSTU; teve 439 votos. Desde a demissão, vive com R$ 2.600, pagos pelo sindicato -mesmo valor que recebia como servidor da USP.
esse brandão é safado mesmo.
ResponderExcluirCappacete disse:
ResponderExcluirQuem és tu sabichão?
A FICHA DE BRANDÃO fala por si só.
ResponderExcluirO sindicalista já respondeu a mais de 20 acusações, entre processos judiciais, inquéritos e sindicâncias
Informações disponíveis no judiciário e no site abaixo)
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI77097-15223-3,00-CLAUDIONOR+BRANDAO+O+HOMEM+QUE+INCENDIOU+A+USP.html
Injúria
Respondeu a processo judicial por ter chamado um ex-diretor da Faculdade de Direito de “troglodita” e “jagunço”. Foi condenado a 40 dias de prisão. Está recorrendo
Atentado violento ao pudor
Foi acusado por uma faxineira do sindicato de ter tocado em suas nádegas e seios e de ter mostrado o pênis. O caso foi arquivado por falta de provas
Crime contra a organização do trabalho
Foi acusado de impedir a entrada de funcionários na reitoria da USP durante greve em 2003. O processo está em andamento
Lesão corporal
Em 2006, foi acusado de agredir uma mulher durante uma greve. Foi condenado, mas a acusadora retirou a queixa. A juíza extinguiu a pena
Incitação à violência
Em 2002, foi acusado em sindicância de ser mandante do ataque com amoníaco a um dos refeitórios que funcionavam contra a vontade dos grevistas. Condenado pela USP, foi suspenso por cinco dias
Envolvimento com questão alheia aos servidores da USP
Em 2006, envolveu-se em pancadaria com o sindicato de funcionários de limpeza terceirizados dentro da USP. Foi condenado pela universidade a 20 dias de suspensão
Ameaça
Em 2005, foi acusado de tentar impedir o funcionamento da biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Condenado pela USP, foi demitido por justa causa em dezembro de 2008
Pois esses processos mostram exatamente como se transforma um ativista político em "criminoso".
ResponderExcluirNão acharia estranho se ele viesse mesmo a ser condenado em alguma dessas acusações. Porque não se enganem: até agora nem na justiça injusta conseguiram condená-lo.