quinta-feira, 4 de junho de 2009

Estadão Velho de Guerra


Recebi esse email do professor Caio Pompeu de Toledo, da Unicamp, o que podemos ver abaixo é o Estadão velho de guerra, o Bravo Matutino, que na década de sessenta dizia que "a incorporação do negro a sociedade brasileira redundou em atraso para a evolução do país, devido a alteração provocada no caráter nacional" (CAPELATO & PRADO. "O Bravo Matutino: Imprensa e Ideologia no Jornal OESP" S.P.; Alfa-Omega. 1980. pp. 118-119). Esse é o jornal da elite tradicional paulista. Boicote a todos os jornais da mídia corporativa!


Colegas,

engrossando o coro dos que sugeriram nesta lista o cancelamento de assinatura da Folha de S. Paulo (ditabranda etc), incluamos também na campanha O Estadão!

O editorial abaixo (sublinhado, pois não se trata de nota policial) é mais um motivo que justifica a campanha.

sds,

caio

 

A greve da USP

Com exceção da decisão da reitora Suely Vilela de recorrer rapidamente à 
Justiça para assegurar o livre acesso à Cidade Universitária e ao seu 
próprio gabinete, a greve por tempo indeterminado dos servidores da 
Universidade de São Paulo (USP) em nada difere das que há anos vêm sendo
deflagradas, quase sempre a partir de maio, pelos servidores da 
instituição. A recorrência do protesto é tanta que alunos e professores 
estão fazendo uma espécie de "bolão" para ver quem acerta o número de 
dias não trabalhados.
Ao adotar medidas preventivas, pedindo à Justiça que autorizasse a 
Polícia Militar a dissolver piquetes nos prédios das principais 
coordenadorias e unidades de ensino da USP na Cidade Universitária, a 
reitora mostrou ter aprendido a lição da greve de 2007. Na ocasião, ela 
contemporizou com os líderes dos servidores e dos alunos e acabou tendo 
seu gabinete invadido por baderneiros que quebraram móveis, vidros e 
telefones, roubaram computadores e rasgaram documentos - inclusive os 
relativos a processos administrativos abertos contra funcionários. Os 
prejuízos foram estimados em R$ 346 mil. Desde o início da greve deste 
ano, em 5 de maio, a PM já teve de atuar duas vezes para impedir 
piquetes e coibir depredações. A última tentativa da invasão do prédio 
da Reitoria, ocorrida na semana passada, causou prejuízos de R$ 10 mil.
Como era esperado, diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP 
(Sintusp), com o apoio de estudantes vinculados a micropartidos 
radicais, classificaram a intervenção da PM como "militarização do 
campus". E sete professores promoveram um "protesto pedagógico", 
transferindo suas aulas para os gramados da Cidade Universitária.
Os servidores reivindicam 16% de aumento, mais a incorporação de R$ 200 
aos salários, sob a justificativa de reduzir "injustiças sociais". Os 
professores, que também estão decidindo se cruzam os braços, pedem um 
reajuste de 6,1% de aumento, a título de reposição da inflação, e mais 
10% a pretexto de "recuperar perdas históricas". Mas a greve tem outras 
motivações.
A USP tem cerca de 15 mil funcionários, mas cerca de 5,2 mil estariam 
ameaçados de ser demitidos por determinação do Tribunal de Contas do 
Estado (TCE) porque suas vagas foram abertas sem autorização da 
Assembleia Legislativa, como determina a legislação. Os servidores 
também denunciam a "criminalização dos movimentos sociais", pedem a 
revogação das punições aplicadas a ativistas que depredaram ou invadiram 
edifícios governamentais em nome da "defesa da universidade pública" e 
exigem a readmissão do "companheiro" Claudionor Brandão, dirigente do 
Sintusp com folha corrida na Polícia.
Tendo sido contratado em 1987 como técnico de ar-condicionado, ele se 
converteu em líder sindical e foi demitido por justa causa depois de ter 
participado da invasão da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, há 
quatro anos, quando ameaçou a integridade física de funcionários e pôs 
em risco o acervo da biblioteca da instituição. Para o Sintusp, o 
comportamento de Brandão teria sido apenas um "ato legítimo de protesto" 
e a punição a ele aplicada feriria "direitos democráticos".
A pauta de reivindicação dos professores também é corporativa e 
política. Além do reajuste salarial, eles pedem a expansão do ensino 
superior público, autonomia didático-científica, administrativa e de 
gestão financeira e patrimonial, democratização da estrutura 
administrativa e do funcionamento dos colegiados e revogação das 
"políticas que terceirizam o trabalho". Aliados ao Sintusp, os docentes 
defendem a garantia de manutenção do emprego dos 5,2 mil servidores cuja 
nomeação está sendo contestada pelo TCE, denunciam uma hipotética 
"apropriação privada" dos hospitais universitários e criticam duas 
iniciativas do governador José Serra - o projeto de criação da 
Universidade Virtual e a ampliação dos cursos de Ensino a Distância.
A tentativa de envolver Serra, que é um dos postulantes do PSDB à 
Presidência da República, no pleito de 2010, confirma o caráter político 
da greve da USP, que hoje completa seu primeiro mês de duração.

 

 

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