Até Quando?
Veículos militares de Israel arrasaram hoje terrenos privados dentro de Gaza, horas depois que o grupo islamista Hamas prometeu vingar a morte de um de seus líderes em Dubai, supostamente ordenada por Tel Aviv.
Buldózers e outros carros pesados do exército israelense violaram a fronteira desta faixa costeira por sua zona central, próximo ao bairro de Deir Al-Balah, e penetraram cerca de 200 metros para destruir propriedades e cultivos em terras privadas, disseram testemunhas.
A incursão, que terminou horas depois, seguiu informes locais de uma explosão, ao que parece, provocada por um projétil antitanque disparado contra um jipe das forças judias.
O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), força palestina que controla este território, havia prometido ontem à noite honrar o assassinato de seu comandante Mahmoud Al-Mabhouh, ocorrido no dia 25 de janeiro em um hotel de Dubai, onde havia chego um dia antes procedente da Síria.
Durante uma marcha à que assistiram familiares de Al-Mabhouh e numerosos simpatizantes da formação islamista, o porta-voz de seu braço armado (Brigadas Izz Qassam), Abu Obeida, anunciou que "a decisão de vingar o mártir foi tomada e será igual ao crime".
"Tudo o que os assassinos podem fazer agora é esperar", afirmou Obeida ao assinalar que decidirão "as ferramentas adequadas para levar a cabo nossa promessa", sem dizer como, onde ou quando, mas lhes sugeriu "estarem preparados para receber a carga de nossa ira".
A morte de Al-Mabhouh, a qual o Hamas atribuiu a coordenação de uma ação para capturar dois soldados israelenses durante a primeira Intifada (sublevação) palestina (1987-1993), também gerou ontem à noite em Damasco uma forte reação do líder político Khaled Meshaal.
No domingo passado, o chefe da polícia de Dubai, general Dhahi Khalfan, revelou a identidade de 11 pessoas, inclusive uma mulher, que usaram passaportes europeus para viajar a este emirato, com a aparente missão de executar o assassinato.
Do grupo envolvido, seis pessoas possuíam passaporte britânico, três documentos irlandeses, inclusive a única mulher, um alemão e outro francês, detalhou o oficial em uma coletiva de imprensa em que disse ter notificado à INTERPOL para que gerencie ordens de captura.
Khalfan não descartou, no entanto, a hipótese do Hamas de que os serviços de inteligência de Israel (Mossad) estejam envolvidos, critério que também levou a protestos de autoridades britânicas e irlandesas às israelenses por alegada falsificação de documentos.
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