Em São Paulo, a luta segue
Cerca de três mil pessoas ocuparam quatro prédios abandonados no centro de São Paulo (SP), na madrugada desta segunda-feira (04). Os prédios ficam nas avenidas São João, Prestes Maia, Ipiranga e na Álvaro de Carvalho com a Nove de Julho. A Frente de Luta por Moradia assumiu as ocupações e informou que os sem-teto são oriundos da zona leste da capital e moradores de cortiços e de áreas de risco do centro da cidade.
Segundo a integrante da Frente, Carmem da Silva Ferreira, não houve repressão por parte da Polícia Militar. Ela conta que o movimento está aberto para negociações efetivas com o poder público.
“Nós não aguentamos mais viver na dependência da vontade política. Entra governo e sai governo e nós não temos uma solução definitiva na questão da moradia. Nós estamos abertos para negociação. Agora a gente quer negociação com pressa porque só aqui [com o prédio] na Nove de Julho essa negociação já se desenrola desde 1997”.
Carmem conta que a recepção dos vizinhos do prédio da Nove de Julho está sendo muito boa. Segundo ela, eles reclamaram que o prédio abandonado é foco de ratos em razão do acúmulo de sujeira.
“Quando nós estamos aqui, as famílias dão uma função social ao local. A gente limpa, não deixa [acontecer] proliferação de ratos, nem de dengue, nem de fungos.”
As famílias solicitam apoio da defensoria pública e do Ministério Público para que possam permanecer no local.
“Além do aluguel ser caríssimo, pra pagar aluguel a gente deixa de comer direito, de dar educação para os filhos. Nós queremos realmente que haja políticas públicas definitivas voltadas para a moradia. A gente quer moradia digna e definitiva.”
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