O perito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Ricardo Molina e o médico que atendeu o presidenciável José Serra, o oncologista Jacob Kligerman – ex-secretário de Saúde da administração Cesar Maia (DEM) e nomeado por Serra a cargo de confiança quando foi ministro da Saúde – não conseguiram chegar a um denominador comum quanto ao local onde a bolinha de papel e um outro objeto, ainda sem confirmação, teriam caído na cabeça de Serra. Em tempo recorde, Molina analisa as imagens extraídas do celular de um repórter do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, filmadas com qualidade mínima e em meio a uma grande confusão, e localiza o que ele classificou como “um rolo de fita crepe”.
Molina, na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional, da TV Globo – empresa que contratou os serviços do perito –, no entanto, aponta para um local diferente daquele em que Serra recebeu os cuidados médicos, na véspera, indicado por Kligerman no mesmo ponto onde a bolinha de papel quicou na superfície calva do candidato. O perito, apesar da indicação para um local diferente daquele tratado pelo médico, diz que ali ele foi atingido por outra coisa, supostamente o rolo de fita crepe que o teria ferido. Segundo Molina, o rolo de fita e a bolinha de papel atingiram regiões diferentes da cabeça do candidato tucano, em dois eventos distintos.
– Ela (a fita) bate na região superior da cabeça, frontal superior, completamente diferente do evento bolinha – contradiz o perito.
Segundo o médico, porém, o objeto que atingiu o candidato bateu na parte lateral, atrás da cabeça, exatamente onde bateu a bolinha de papel.
– O ferimento foi feito na região occipito-parietal. Foi superficial, sem nenhum ferimento local. Seria interessante ele fazer logo a tomografia computadorizada. (Após realizado o exame, constatado que estava) tudo normal e eu recomendei então repouso. Ele estava levemente tonto e levemente nauseado – afirma Kligerman.
Imagens do SBT e da Rede Record monstram um objeto similiar a uma bolinha de papel que toca a cabeça de Serra durante caminhada que ele fez pelo bairro de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, no mesmo ponto indicado por Kligerman. Estas cenas e as imagens obtidas do celular, no entanto, deverão ser requisitadas pela Polícia Federal nas próximas horas para exame mais detalhado, “até para que seja afastada a hipótese de uma adulteração”, afirmou ao Correio do Brasil uma fonte na PF.
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