quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Em greve, estudantes da USP farão calourada política em 2012


Assembleia soberana



Vermelho


A greve dos estudantes no campus Butantã, da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, continuará em 2012. Por isso, os calouros serão recebidos pelo comando de greve da USP e não pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), como tradicionalmente acontece. Novos estudantes de todos os cursos participarão, pelo menos um dia, das atividades na USP organizadas em torno da paralisação. Calouros dos campi do interior devem seguir de ônibus para participarem das atividades na capital.



“Estamos preparando uma calourada política. Será bastante interativa e busca a unidade dos estudantes. Queremos que os ingressantes tenham todo o conteúdo político necessário para tomar uma posição e ingressar na luta o mais depressa possível”, afirma o delegado do comando de greve e estudante do curso de Ciências Sociais, Alcides Moreno.

Entre as atividades haverá debates, teatros, shows-protesto, manifestações e até uma caminhada por pontos que marcaram a mobilização em 2011 como os prédios da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e da reitoria da Universidade, ambos ocupados para exigir do reitor João Grandino Rodas um posicionamento sobre a presença da PM na USP. Tudo para esclarecer e discutir a movimentação estudantil iniciada em 27 de outubro, quando os universitários entraram em confronto com a Polícia Militar (PM) no campus.

Também serão organizados um debate com a presença de professores, funcionários e intelectuais e a exibição da peça “Auto dos 99%” pela Companhia Antropofágica. Estudantes do Chile, Estados Unidos, Egito e Inglaterra ainda estão sendo contatados para participar da calourada e falar sobre suas manifestações.

Os veteranos esperam fazer uma das recepções mais politizadas dos últimos anos. Alcides acredita que será uma oportunidade para conhecer e discutir as reivindicações estudantis da universidade pública, de uma maneira diferente a que foi colocada pela grande mídia.

“Esse movimento não se trata da legalização da maconha, como a grande mídia tem vinculado, mas sim da estrutura de poder da universidade, dos abusos cometidos pela reitoria e pelos órgãos burocráticos”, destaca o estudante integrante do comando de greve.







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