(Prensa Latina) Os sírios votam hoje para eleger desde vereadores até prefeitos e governadores provinciais, em uma eleição que abre um novo capítulo na vida política deste país de 22 milhões e meio de habitantes. Todo cidadão maior de 18 anos poderá exercer seu voto tão somente ao mostrar sua carteira de identidade, diferentemente dos registros passados e a entrega de cartões eleitorais, o que é um das novas mudanças no sistema eleitoral no teor do programa de reformas que impulsiona o governo. Há outras modificações em mecanismos e métodos, mas quiçá o mais significativo segundo diversas opiniões solicitadas por Prensa Latina é que estas eleições marcam o nascimento de uma incipiente luta partidária que recém começa em um terreno historicamente dominado pelo Partido Árabe Socialista Baath. As novas leis Eleitoral e de Partidos, conforme com o processo de reformas têm possibilitado a criação de novas organizações e sua participação na vida política do país. Daí, que nestas eleições entrem em jogo atores, inclusive desde posições opositoras, até agora um fato sem precedente, abertura esta que tem motivado, ademais, a apresentação de muitos candidatos independentes entre os 42 mil 889 que se postularam para optar entre 17 mil 588 postos administrativos. Competem 11 partidos, sete deles integram a Frente Progressista Nacional (FPN) que lidera o Baath, cujo secretário geral é o presidente Bashar Assad, e ao que também estão filiados dois sindicatos, a Federação de Sindicatos e a União Geral de Camponeses. Nos últimos 40 anos essa aliança tem predominado na cena política síria, e ninguém dúvida de que nestas eleições o FPN com o Baath a frente ganhe a maioria de postos. Mas pela primeira vez entram em jogo na palestra pública outras organizações, e nesta ocasião um maior número de independentes que representam novas opções para o eleitorado. Dos outros quatro agrupamentos na contenda, não membros do FPN, dois estão registrados como da oposição interna, o Partido Social Nacional e o Partido da Boa Vontade. Uma das fontes consultadas comentou que se estava perdendo interesse neste tipo de eleições locais que se efetuam a cada quatro anos, mas agora com esta nova experiência que possibilita a pugna de partidos, o eleitorado se sentirá mais motivado no adiante. De fato, eleitores manifestaram que gostariam de saber mais sobre o programa político que apresentam os candidatos e seus partidos. E alguns se queixam de que o processo para estas eleições tem sido muito apressado. De todas as formas, alertou um especialista nos assuntos sírios, esta eleição se desenvolve ainda sob a antiga Constituição de 1973, pois a nova está em elaboração, e não existe ainda muita informação para perceber os novos detalhes que se perfilam no quadro político que atualmente se gesta na Síria. Essa é uma realidade em um país submetido a uma intensa ofensiva política, midiática e de imposta violência terrorista, cujo governo de todas formas tem optado por impulsionar o programa de reformas e realizar estas eleições locais, e inclusive prever eleições legislativas nacionais em fevereiro próximo. Para estas eleições instalaram-se nove mil 849 centros eleitorais com duas cabines independentes a cada um para que os votantes possam exercer o voto de forma privada e secreta, em 154 cidades e 502 povoados em 681 municipalidades do país, informou o Conselho Eleitoral Nacional (CNE). Empregar-se-á também a tinta invisível para prevenir a fraude e assegurar a honestidade e transparência da votação, ao qual contribuirão as cabines privadas na cada centro de votação. A preparação e desenvolvimento das eleições têm estado a cargo do CNE, também de nova criação, o qual referendará os resultados do sufrágio e este, a sua vez, será supervisionado pelo Conselho Nacional Jurídico, igualmente de recente criação, com potestade para dirimir qualquer queixa. |
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Eleições locais abrem novo capítulo político na Síria
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