A presidente anunciou que haverá reserva de vagas para estudantes negros e indígenas, em percentual que não especificou. Também garantiu que a questão de gênero será levada em conta na escolha.
Durante seus dois mandatos, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva não adotou cotas para negros nos programas de Governo e teria trabalhado para retirar qualquer menção ao tema no Estatuto da Igualdade Racial, que acabou sendo aprovado sem cotas, contrariando setores expressivos do movimento negro.
A decisão foi anunciada por Dilma, após ouvir o discurso do reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, de S. Paulo, e o ex-reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar de Almeida Filho.
A Palmares, uma iniciativa da ONG Afrobras dirigida por Vicente, e custeada com a mensalidade dos seus alunos e apoio de bancos e empresas privadas, tem a maioria do seu corpo docente (cerca de 87%) constituído por negros. Segundo o ex-reitor da UFBA a deficiência em Língua estrangeira é o maior entrave para a participação dos estudantes da rede pública no Programa.
Silêncio entre empresários
A presidente pediu que os empresários banquem outras 25 mil bolsas, uma vez que o Governo se propõe a assumir 75 mil das 100 previstas no Programa, porém, representantes da Federação das Indústrias do Estado de S. Paulo, da Associação Brasileira de Infraestruturua e Indústrias de Base (Abdib), da União Nacional de Cana de Açúcar (Única) e da Câmara Brasileira da Construção (CBIC), não se manifestaram.
O programa de bolsas do Governo é estimado em R$ 3,1 bilhões e tem como prioridade cursos de engenharia, além de outras áreas tecnológicas e de licenciatura em ciências exatas. A decisão da Presidente em abandonar a seleção totalmente por mérito foi recebida com surpresa por assessores.
Dilma afirmou que não há contradição em combinar mérito com outros critérios como a questão "relativa a gênero e a questão étnica”.
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