sábado, 25 de dezembro de 2010

Empresas estrangeiras que faliram na última década

O rescaldo do neoliberalismo, isso é só o começo.


Último Segundo


Crises econômicas, fraudes contábeis e má gestão levaram à lona alguns ícones do capitalismo internacional nos últimos anos


Retrospectiva 2010
Foto: Agência Estado
Fachada do prédio de escritórios da Arthur Andersen em Chicago (EUA)
Arthur Andersen
No início dos anos 2000, a Arthur Andersen era uma das “Big Five”, o grupo das cinco grandes empresas de auditoria financeira do mundo. A tradição da Andersen, fundada em 1913, no entanto, não evitou sua ruína. A empresa foi tragada pelo escândalo financeiro da distribuidora de energia Enron, da qual ela era auditora. O caso Enron foi o mais emblemático na série de escândalos financeiros que assolaram os EUA no começo da década. Sob a esteira desses episódios, foi criada a Lei Sarbanes-Oxley, nascida para tentar coibir fraudes contábeis.


Foto: Getty Images
Enron: da sétima posição do ranking das maiores empresas do mundo à ruína por fraude contábil
Enron
Criada em 1985, a distribuidora de energia Enron superou em 2000 a incrível marca de US$ 100 bilhões em receita, o que a colocou na sétima posição do ranking das 500 maiores empresas do mundo elaborado pela revista Fortune. No ano seguinte, no entanto, a Enron ruiu. De acordo com declarações dos promotores que se debruçaram sobre o caso, a Enron utilizou “truques contábeis, ficção, abracadabra, trucagem, declarações enganosas, meias-verdades, omissões e mentiras deliberadas” em uma série de fraudes que inflou os lucros da companhia.

Foto: AFP
ISL, subsidiária da ISMM, prestou serviços à Fifa por quase duas décadas
 ISL/ISMM
Por quase duas décadas, a agência de marketing prestou serviços à Fifa, a entidade que dita os rumos do futebol no mundo. A ISL, subsidiária da ISMM, que era responsável pela venda dos direitos de transmissão de competições da Fifa, quebrou em 2001 e deixou dívidas de US$ 300 milhões. A controversa quebra da ISL (nenhum dirigente da Fifa recebeu condenação, reitera a entidade; três executivos da ISL foram multados por fraude), respingou nas finanças de dois dos maiores clubes do Brasil: Grêmio e Flamengo tinham parceria com a agência.


Foto: Getty Images
Banco americano não conseguiu superar a crise financeira internacional de 2008
  Lehman Brothers
O Lehman Brothers era o quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos – e o mais antigo. Fundado em 1850, ele sobreviveu ao crash das bolsas de valores em 1929 e à Segunda-Feira Negra, como ficou conhecido o declínio vertiginoso dos mercados em 1987, mas não conseguiu passar incólume pela crise financeira internacional de 2008. A quebra do banco foi o momento mais emblemático das turbulências: o dia 15 de setembro de 2008, quando o Lehman pediu concordata, é considerado o marco zero da mais recente crise financeira global.

Foto: Getty Images
Crises financeiras e problemas com a expansão acabaram com Swissair
 Swissair
A tradicional companhia aérea suíça foi mais uma a sucumbir após os ataques terroristas nos EUA em 2001. Mas os atentados não foram o estopim da derrocada: a empresa já enfrentava dificuldades financeiras devido ao seu malogrado projeto de expansão, que elevou sua dívida e a fez ficar sem dinheiro até para abastecer os aviões. A história da companhia acabou em 2002 – e com a Swissair morreu um orgulho nacional dos suíços. Dos escombros da Swissair foi criada a Swiss International Air Lines, mas a nova empresa não tem relação com a antiga.


Foto: Getty Images
Bear Stearns foi a primeira grande vítima da crise americana do subprime
Bear Stearns
Com perdas contábeis de US$ 854 milhões em 2007, o Bear Stearns - quinto maior banco de investimento dos Estados Unidos - foi a primeira grande vítima da crise americana do subprime. O aumento das dificuldades financeiras fez com que, em 14 de março de 2008, o banco recorresse ao Banco Central americano (Federal Reserve - Fed) para conseguir fundos de emergência. Entretanto, o socorro não veio e o Bear Stearns foi vendido ao JPMorgan por US$ 236 milhões.

  
Foto: Getty Images
Operadora de telefonia era responsável por metade do tráfego de e-mails do mundo
 WorldCom
Em 21 de julho de 2002, a WorldCom, operadora de telefonia de longa distância e serviços de dados dos Estados Unidos, declarou o maior pedido de proteção contra falência da história. Ele aconteceu após a companhia revelar que contabilizou indevidamente US$ 7,68 bilhões em seus balanços. Alvo de auditorias, em 2004 a companhia reconheceu a fraude e decretou falência. Bernie Ebbers, presidente da empresa foi processado na justiça e absolvido após recorrer à sentença, e o diretor financeiro, Scott Sullivan, confessou a culpa e foi preso. A WorldCom era a segunda maior dos EUA e responsável por metade do tráfego de internet do país e tráfego de e-mails do mundo.

Foto: Agência Estado
Com dívidas de US$ 160 milhões, AOL da América Latina decreta falência
 AOL – América Latina
Em 2005 a AOLA (America Online Latin America), filial da AOL na América Latina, encaminhou à CVM americana um pedido de falência das subsidiárias. No pedido voluntário, a empresa alegou não ter condições de saldar suas dívidas, sendo o maior credor a Time Warner – que tinha direito a receber US$ 160 milhões. No ano seguinte, o portal Terra comprou a subsidiária AOL Brasil por cerca de U$ 1,9 milhão. Apesar do desfecho da AOLA, as demais empresas do grupo continuaram em funcionamento.


Foto: Getty Images
Virgin Megastore sentiu vendas caírem em 45% nos últimos oito anos
 Virgin Megastore
A Virgin Megastore, uma das mais conhecidas rede de lojas de música do mundo, fechou as portas de sua última loja em 2009. Com estréias de álbuns de bandas famosas, a loja mais famosa, na Broadway, em Nova York, já teve imensas filas de compradores. Entretanto, diante da concorrência cada vez mais crescente no mercado musical, a Virgin sentiu suas vendas caírem em 45% nos últimos oito anos. Nos tempos de sucesso, a poderosa Virgin chegou a ter 23 megalojas somente nos EUA.
   
 Loehmann’s
Fundada em 1921, a Loehmann foi uma varejista americana especializada na venda de peças de vestuário, acessórios, sapatos e mobiliário de grife. Os produtos eram vendidos a preços geralmente 30% até 65% abaixo do oferecido em lojas de departamento. Após diversas compras e vendas da Loehmann's e dificuldades financeiras, em maio de 1999 foi declarada sua falência. Sete anos depois, uma empresa de private equity de Dubai comprou a varejista, mas os problemas continuaram e este ano pelo menos oito lojas foram fechadas e a falência novamente veio à tona.


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