Há 41 anos atrás cerca de quinhentos estudantes foram massacrados por forças policiais na praça de Tlatelolco, na capital mexicana. Apesar de não ser governado por militares, o México, a essa época, era governado por Días Ordaz, que fazia as vezes de gorila, numa ditadura branca a guisa de Alvaro Uribe. Ninguém foi punido, e a mídia corporativa mexicana fez - e ainda faz - de tudo para apagar esta matança da memória dos mexicanos. Para mais informações e imagens contundentes deste crime de Estado (mais um dentre tantos praticados na América Latina) clique aqui. Manifestação lembra massacre estudantil | ||||
Milhares de estudantes, ativistas e operários saíram neste domingo (3) às ruas da capital mexicana para lembrar o 41º aniversário da sangrenta repressão militar aos estudantes mexicanos reunidos em um comício no bairro de Tlatelolco. As manifestação teve início na Praça das Três Culturas, no bairro de Tlatelolco, palco de um massacre estudantil no dia 2 de outubro de 1968, na qual morreram cerca de 40 jovens, segundo as autoridades, e 400 de acordo com diversos organismos civis. Naquele dia, soldados dissolveram a tiros um comício estudantil. No mesmo local da repressão, o argentino Enrique Jezik e o lituano Redas Dirzys escalaram a parte exterior da torre de Tlatelolco. Eles levavam nas costas a imagem do então presidente do México, Gustavo Díaz Ordaz (1964-1970), e do secretário de governo (Interior), Luis Echeverría, responsáveis pela repressão violenta. O diretor do Centro Cultural Universitário de Tlatelolco, Sergio Arroyo, disse à que o ato, intitulado "O peso da história", queria exemplificar "o peso dos símbolos e impunidade" no caso, pois tanto Díaz Ordaz como Echeverría jamais foram julgados pelo massacre. Raúl Álvarez Garín, um dos dirigentes do Comitê 68, lamentou que passados 41 anos deste massacre "não fez-se justiça" ao permitir que o também ex-presidente Luis Echeverría (1970-1976), considerado o principal responsável, "conseguiu burlar todos os processos abertos contra si". "Nesta ocasião estamos reivindicando a demissão dos ministros da Suprema Corte e um julgamento político contra si por esta grave irresponsabilidade, acusados de negligência e cumplicidade, já que tecnicamente facilitaram a fuga do foragido da Justiça que é Echeverría", disse Álvarez Garín. Ele explicou que a marcha é uma mostra de insatisfação da sociedade que reivindica justiça por outros atos de repressão e perseguição, entre os quais mencionou o massacre de Acteal de 1997, onde morreram 45 indígenas, e a repressão de camponeses e comerciantes de San Salvador Atenco, em 2006. O "Comitê do 68" lutou pelo julgamento penal e político contra todos os culpados do massacre de Tlatelolco e procura através de instâncias internacionais que suas reivindicações sejam atendidas. Durante a manifestação, policiais tentaram dispersar centenas de estudantes no centro da capital, o que deixou alguns estudantes e um policial feridos. |
domingo, 4 de outubro de 2009
41 anos do Massacre de Tlatelolco
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