quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Lamarca e Corisco



Blog IZB

Por Emiliano José

Se entrega Corisco. Naquela manhã, sol a pino, claridade de doer, céu limpo no sertão, sentíamos forte o eco do grito que Corisco ouvira lá pelos anos 40 do século passado. Brotas de Macaúbas, no dia 19 de setembro, decretava o dia 17 de setembro como feriado municipal. Neste dia, em 1971, tombaram o capitão Carlos Lamarca e o seu inseparável companheiro, Zequinha Barreto, assassinados pelo major do Exército, Nilton Cerqueira, depois de implacável perseguição. Foram mortos em Pintadas, município de Ipupiara, nas cercanias de Brotas de Macaúbas.

Eu não me entrego não. No dia 25 de maio de 1940, mataram Corisco e feriram Dadá, em Brotas de Macaúbas. No dia 28 de agosto de 1971, um tropel de cavalos, cavalgados por assassinos conhecidos, comandados por Sérgio Paranhos Fleury, anunciou o cerco da casa da família de Zé Barreto, em Buriti Cristalino. Mataram Otoniel, irmão de Zequinha, e o professor Santa Bárbara. E feriram gravemente Olderico Barreto, outro irmão, que no dia 19 chorava emocionado no palanque armado na praça de Brotas de Macaúbas.

Eu não sou passarinho pra viver lá na prisão. Corisco foi morto por José Rufino, um pernambucano alistado na polícia da Bahia. No palanque de Brotas, o prefeito Litercílio Júnior, do PT. Isso mesmo: do PT. E mais, entre outros, o ministro Franklin Martins; o ex-governador da Bahia, Waldir Pires; o assessor especial da presidência da República, Carlos Tibúrcio; secretários do governo Wagner Nelson Pellegrino, Walmir Assunção e Afonso Florence; o presidente do Instituto das Águas, Júlio Rocha e o deputado Yulo Oiticica, além de um dos principais inspiradores do encontro histórico, Roque Aparecido, companheiro de lutas de Zequinha Barreto.

Só me entrego na morte de parabélum na mão. Como tenho dito seguidamente e como disse também na praça o ministro Franklin Martins, nós falamos às claras, abertamente. Os torturadores, os que mataram, os que esquartejaram corpos, vivem nas sombras. E a sociedade brasileira há de continuar a cobrar a punição para todos eles. Dos nossos, a Nação se lembra com saudade e orgulho.

Publicado no jornal A Tarde (28/09/2009)



O que a VEJA pensa do Brasil



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É uma pena que o nacionalismo dos brasileiros dure apenas noventa minutos, começa e termina quando o arbitro apita. Caso houvesse de fato um sentimento deste tipo entre os nossos, esta revista perderia de vez sua credibilidade. Quando falo em nacionalismo não estou me referindo a xenofobia, ou toda aquela babaquice pregada pelos milicos e pelas viúvas da ditadura, que passaram vinte e um anos abrindo as pernas para os EUA. Estou falando em valorização do que é nosso, respeito pela posição que o Brasil vem ocupando no cenário internacional, e até um certo orgulho, pois nosso país deixou de baixar a cabeça para o grande irmão do norte.

Não é dessa forma que pensam os vermes da revista Veja.

O curioso é que quando o Brasil cedeu as pressões bolivianas com reação ao gás natural, o governo nacional foi acusado de pusilânime, de se curvar a Evo Morales. Agora, na questão de Honduras, quando o Brasil assume o papel de protagonista frente a negligência de Obama, somos megalomaníacos. É assim que pensa a Veja, arrogância frente aos pequenos e subserviência frente aos grandes. Parece que a reportagem desta semana foi ditada pelo próprio FHC, que como todo mundo sabe, sente uma profunda vergonha der ser brasileiro. Mas não só ele, como o seu partido como um todo. O PSDB é um partido de vira-latas, de paus mandados do grande capital internacional, principalmente o estadunidense, e FHC sonha em morrer logo e reencarnar como francês, de preferência, muito bem nascido na região da Ile de France, em alguma família de descendência nobre.
É bom guardar essa revista para o ano que vem, para a campanha eleitoral, então vamos ver qual é de fato o caráter dos brasileiros, se queremos viver em um país que assume o papel de protagonista no cenário político mundial, ou se voltamos a condição de lambe-botas dos tempos de FHC, conformados com nossa mediocridade, recolhidos a nossa insignificância.



terça-feira, 29 de setembro de 2009

Venezuela e Colômbia na fronteira da tensão




Recentemente, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que comprou mísseis e mais de 90 tanques de guerra da Rússia. O reforço armamentista é uma resposta ao acordo entre Estados Unidos e Colômbia, que permite aos estadunidenses instalar sete bases militares no país colombiano. Em agosto, Chávez qualificou o acordo como "declaração de guerra" contra a chamada revolução bolivariana, promovida pelo presidente venezuelano na América Latina.

Em entrevista à Radioagência NP, o professor de geografia política da Universidade de São Paulo (USP), André Roberto Martin, avaliou como preocupante a atual relação entre Venezuela e Colômbia. Para ele, o acirramento de conflitos poderia levar a uma guerra entre os países.

Radioagência NP – Professor, a preocupação de Chávez em querer se armar é pertinente?

André Roberto Martin – Sem dúvida. Nenhum país se sentiria confortável tendo os Estados Unidos na sua porta apoiando com dinheiro e armamentos a Colômbia. Ainda mais, considerando que este país vive um processo muito complicado, está em uma guerra civil interminável, que desde 1948 vem se arrastando. É óbvio que a intervenção americana desequilibra e por isso os países precisam se armar.

RNP – Como o senhor avalia a relação entre Venezuela e Colômbia?

ARM – Ela está no pior nível possível. Desde que a Colômbia adotou a postura associada ao governo Bush em não negociar com a guerrilha – as Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] –, Chávez ficou sem muita função, já que ele era o interlocutor entre o governo colombiano com a própria Farc. Rompido esse triângulo, a situação entre os dois países ficou mais tensa. Isso tem sido a grande preocupação no momento, pois o apoio explícito dos Estados Unidos a essa postura, mesmo agora no governo Obama, não deixa de surpreender.

RNP – Como a posição dos Estados Unidos interfere neste acirramento entre os dois países latinos?

ARM – Estão com uma posição muito branda com relação ao golpe em Honduras, estão militarizando cada vez mais a situação na Colômbia. Isso tenciona os regimes mais a esquerda, a luta ideológica fica mais acirrada. Esse é o problema, estamos em uma escalada de radicalização, que começa com esse golpe em Honduras e avança com as bases americanas na Colômbia. O clima fica mais tenso na America Latina, quando se esperava do presidente Obama uma posição diferente. O que está difícil e parece ser uma coisa orquestrada é que de uns tempos para cá, a posição da Colômbia endureceu e a posição dos golpistas de Honduras também está muito truculenta. O que significa que eles estão apostando em um apoio firme estadunidense.

RNP – A TV colombiana estaria estimulando a rivalidade entre Venezuela e Colômbia. O clima é de guerra fria?

ARM – Não é de hoje. É histórica a relação de amor e ódio entre venezuelanos e colombianos, que queriam formar uma única pátria. No momento da independência, o projeto era o da Grande Colômbia [Estado existente entre 1819 e 1931, criado pelo Congresso de Angostura]. Isso não se concretizou. Desde lá, a situação entre os vizinhos não é das melhores. Há momentos mais tranquilos e outros mais tensos. É de qualquer modo uma fronteira problemática na América do Sul, mas como isso se cruza com o problema interno colombiano e com a intervenção de uma potência estrangeira fora da região, tudo se torna ainda mais complicado.

RNP – O governo da Venezuela quer doar ao Equador uma frota de aviões de combate. O presidente Chávez estaria querendo ajudar na defesa territorial do Equador na zona da fronteira com a Colômbia?

ARM – Acredito nessa possibilidade. Vamos ser realistas, o regime do Equador é dos regimes chamados bolivarianos. No caso, o Equador está cercado de regimes inimigos. Colômbia e Peru fazem um cerco ao Equador, e do lado do Oceano Pacífico tem os Estados Unidos. Então, o Chávez apoiar de alguma maneira o Equador não me parece irrealista.

RNP – É possível uma guerra entre Venezuela e Colômbia?

ARM – Acho que são duas as possibilidades mais concretas de conflito armado na America do Sul. Uma entre Peru e Chile, em uma fronteira mal definida que é fruto de disputa até hoje, desde a Guerra de Salitre [na qual o Peru, aliado à Bolívia, viu-se derrotado frente ao Chile que invadiu o país boliviano]. E o outro caso realmente é o da Colômbia e Venezuela. Esta ainda é uma possibilidade ainda mais perigosa, porque ela é ideológica. O Equador também é outro problema por conta da mudança política no país e como ele é uma espécie de ilha – pois está cercado de “regimes adversários” – tem problemas na fronteira com a Colômbia e com o Peru. Então, este seria o terceiro caso na ordem de problemas. Mas, sem dúvida nenhuma, em primeiro lugar está Colômbia e Venezuela.

De São Paulo, da Radioagência NP, Desirèe Luíse.



segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Golpistas utilizam canhão sônico contra embaixada brasileira em Honduras




Eis o brinquedinho que os gorilas golpistas estão usando contra o presidente eleito democraticamente pelo povo hondurenho Manuel Zelaya. Este engenho é um "presente" de mercenários israelenses, é usado com frequência contra palestinos e iraquianos resistentes. A tecnologia é estadunidense, é chamada LRAD ( Long Range Acoustic Device), Aparato Acústico de Longo Alcance. Um disparo deste "canhão sônico" emite uma intensa energia acústica que pode incapacitar um grupo grande de pessoas. Provoca desorientação espacial, imprime um tremor interno imobilizador que provoca vômito, surdez temporária, confusão mental, tensão nervosa, diarréia; podendo provocar também loucura e surdez definitiva. Esta arma está sendo utilizada em doses homeopáticas contra a embaixada brasileira, de acordo com relatos. Em entrevista, o diplomata brasileiro em Honduras, Lineu de Paula, informou que Zelaya pouco tem dormido e aparenta estar muito cansado. O LRAD emite infrasons e ultrasons, e está sendo utilizado sobretudo de madrugada. É uma forma de tortura sutil e continuada, extremamente cruel e desumana. Seria interessante expor figuras como Lúcia Hippolito, Ricardo Noblat, Joelmir Beting, e afins, a esta geringonça do mal, para eles medirem o quão democrático é o governo golpista de Honduras.

Para mais informações sobre o LRAD clique aqui.



domingo, 27 de setembro de 2009

Em meio a tensão, Irã testa mísseis e anuncia manobras militares




O Irã lançou neste domingo dois mísseis de curto alcance e anunciou para a segunda-feira testes com artefatos de alcance mais longo.

Os canais estatais Al Alam e Press TVmostraram imagens de manobras militares nas quais os mísseis de curto alcance Tondar-69 e Fateh-110 foram lançados em um terreno semelhante a um deserto.

As TVs não precisaram o alcance dos mísseis, mas especialistas de defesa acreditam que o Fateh, ou Conquistador, possa atingir alvos a 170 km de distância e o Tondar (Trovão), a 150 km.

Além disso, os canais informaram que Teerã realizará testes na segunda-feira com o míssil Shahab-3, que tem o maior alcance dentro do arsenal iraniano, e que analistas acreditam ser capaz de atingir Israel.

As manobras são realizadas após o recrudescimento das tensões entre o Irã, de um lado, e Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, de outro, pela informação de que Teerã está construindo uma nova usina de enriquecimento de urânio.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que a única finalidade da usina é produzir energia elétrica, e que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), responsável por monitorar as questões nucleares mundiais, foi informada dos planos iranianos há poucos dias, mais de um ano antes de as instalações entrarem em operação.

Mesmo assim, os três países condenaram a iniciativa iraniana, e o presidente americano, Barack Obama, afirmando que prefere uma solução diplomática para a crise, não descartou nenhum tipo de "opção" contra o Irã.

Representantes iranianos e de seis potências militares mundiais (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha) se reúnem em Genebra, Suíça, na próxima quinta-feira para discutir com o Irã uma série de temas, incluindo o programa nuclear iraniano.

O correspondente da BBC em Teerã Jon Leyne disse que, certo ou errado, o teste iraniano dos mísseis será visto como um desafio ao Ocidente.

No sábado, a Guarda Revolucionária Iraniana havia anunciado as manobras com a finalidade de "melhorar a capacidade de defesa das Forças Armadas da República Islâmica".

Alguns analistas crêem que o país pretende utilizar o Shahab-3 (Meteoro-3) para carregar ogivas nucleares, mas vários outros especialistas ressaltam que aperfeiçoar a tecnologia do míssil para este fim é uma tarefa complexa.

O primeiro teste do Irã com o Shahab-3 foi realizado em julho de 2008. Segundo o Exército iraniano, o artefato pode viajar 2 mil quilômetros e atingir Israel e bases americanas no Golfo Pérsico.

Especialistas duvidam desta informação, mas apontam que é possível que o Shahab a ser testado na segunda-feira pelo Irã seja uma nova versão da arma, o Shahab-3b, que o país afirma ser capaz de viajar 2,5 mil quilômetros.



sábado, 26 de setembro de 2009

Cara de um, focinho...



Golpista e aspirante a golpista








sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Bombas explodem no Centro de SP


Não bastasse o acúmulo de lixo em São Paulo, agora temos que conviver com bombas, mas Kassab não esta se importando muito com isso, afinal de contas ele só anda de helicóptero, bem distante do caos por ele provocado.


Rede Brasil Atual


Pelo menos três artefatos explodiram na manhã desta sexta-feira, duas em cima de um carro parado nas esquinas das ruas Boa Vista com a 3 de Dezembro



Bombas explodem no Centro de SP

Carro após explosão na Rua Boa Vista (Foto: Paulo Pepe/Seeb-SP)

Uma bomba e um morteiro explodiram no Centro de São Paulo, nesta sexta-feira (25), por volta das 10h40 da manhã, durante manifestação de lojistas do Metrô. Logo depois, por volta das 11h, uma nova bomba explodiu em cima de repórteres e pessoas que passavam pelas ruas Boa Vista com 3 de Dezembro.

De acordo com a Assessoria de Imprensa do Comando Geral da Polícia Militar, o morteiro teria partido dos cerca de 200 lojistas que se manifestavam no local e a bomba foi arremessada de um prédio próximo.

Os edifícios próximos foram evacuados. Mas, de acordo com a PM a situação foi normalizada. O Corpo de Bombeiro e a Força Tática permanecem na Rua Boa Vista.

De acordo com relatos das pessoas que passavam pelo local, foram duas bombas só no carro. "Parecia uma bomba relógio, com um intervalo de cerca de 30 segundos. Explodiram quando ninguém esperava."

A outra foi jogada em cima de repórteres que entrevistavam o lojista Marcelo Pereira da Silva em frente ao prédio do Centro Integrado de Administração do Estado, local onde, entre outros serviços, ocorre o cadastramento para exploração de áreas comerciais do Metrô de São Paulo. Silva falava aos repórteres sobre a retirada de pequenos lojistas (ouça o áudio com a entrevista) quando a terceira bomba explodiu.

Duas pessoas foram detidas para averiguação.



quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Pinochet fez escola



Chile, 1973



Stadium Chochi Sosa ubicado en la capital de Honduras está siendo utilizado por las fuerzas policiales y militares del régimen dictatorial para reprimir a los manifestantes pro-zelaya
Honduras, 2009



Ipea: Ricos gastam em três dias o que pobres gastam em um ano



Pena que o povão não pensa nesse tipo de coisas quando assiste novelas. É esse tipo de gente que é retratada nas tramas televisivas, nas novelas de Manuel Carlos luxo e a ostentação chegam ser obscenos.



Vermelho


No Brasil, o que um pobre gasta em um ano é o mesmo gasto por um rico — que faz parte de 1% da população — em três dias. A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou hoje (24) uma análise com base nos dados apresentados na semana passada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) relativa ao ano de 2008.


“Apesar de estar registrando desde 2001 queda da desigualdade social num ritmo realmente bom, o Brasil ainda é um monumento à desigualdade. Aqui, uma família considerada pobre leva um ano para gastar o mesmo que o 1% mais rico gasta em apenas três dias”, informa o pesquisador do Ipea, Sergei Soares.

Para medir o índice de desigualdade do país, o Ipea adotou o chamado Coeficiente de Gini, que varia de zero a um. Quanto mais próximo de um for esse coeficiente, menos justa é a distribuição de renda da sociedade.Em 2001, o Coeficiente de Gini no Brasil estava em 0,594. Desde então, vem caindo ano a ano, e chegou a 0,544 em 2008.

Desigualdade

Sergei explica que mantendo essa tendência recente de redução da desigualdade registrada nos últimos anos, que em média foi de -0,007, "o Brasil levará 20 anos para chegar a um patamar que pode ser considerado justo". Segundo ele, isso corresponde a um índice de 0,40 no Coeficiente de Gini.

O pesquisador sugere que o governo “continue fazendo mais do mesmo”, estimulando programas como o Bolsa Família e o aumento do salário mínimo, e invista em educação e estimule a formalidade no mercado de trabalho.

“Para acelerar esse processo é necessário que façamos mais do que apenas olhar as coisas positivas que têm sido feitas. O indicado é que o país atue de forma a melhorar o sistema educacional e a reduzir a informalidade”, afirmou. “E, claro, isso envolve também medidas que objetivem também a redução da desigualdade racial e regional do país”.




terça-feira, 22 de setembro de 2009

Zelaya denuncia plan para asesinarlo en embajada de Brasil y declarar suicidio


 Manuel Zelaya ofrece entrevista exclusiva a teleSUR. (Foto:teleSUR)





El presidente de Honduras, Manuel Zelaya, denunció este martes un plan del gobierno de facto para allanar esta misma noche la embajada de Brasil, donde se encuentra alojado desde el lunes, capturarlo y asesinarlo, y detalló que incluso ya cuentan con los médicos forenses que declararán que el mandatario se suicidó.

"Estamos siendo amenazados que hoy en la noche (martes) se van a tomar la embajada de Brasil (...) Plan de captura y asesinato, tienen los forenses para declarar que es un suicidio", aseguró en dignatario en entrevista exclusiva con teleSUR desde Tegucigalpa.



Violação da soberania brasileira em Honduras



Para informações sobre os eventos em Honduras recomendo acessar CMI Honduras , com notícias in loco, evite o PIG, que torce por uma catástrofe, para culpar o governo Lula. Os serviços básicos da embaixada brasileira (água, luz, telefone e alimentação) foram cortados, caracterizando um séria violação da soberania brasileira, num claro desrespeito as leis internacionais. Já há mortos e centenas de detidos, que estão sendo concentrados em estádios de futebol, como no Chile em 1973. A capital, Tegucigalpa, está cercada, acessos provenientes do interior estão bloqueados. A situação é séria e uma tragédia é iminente.

Toda solidariedade ao povo hondurenho!
























segunda-feira, 21 de setembro de 2009

PIG exige que Brasil entregue Zelaya aos chacais


Em frente à embaixada brasileira, Zelaya fala para centenas de apoiadores. Fotos: Reuters


Governo interino de Honduras pede que o Brasil entregue presidente deposto

Zelaya voltou de surpresa ao país e está abrigado na Embaixada do Brasil.
Se houver violência, responsabilidade é do Brasil, diz presidente interino.

Se esta manchete fosse honesta, ou sincera, seria mais ou menos assim:
Governo interino de Honduras e organizações Globo pedem (exigem) que o Brasil (Lula) entregue presidente deposto

O Jornalismo da Globo (e do PIG em geral) é composto por hienas sedentas por sangue. Fiquemos com um pouco de jornalismo sério.



Zelaya exhortó al pueblo a organizarse para reconstruir democracia

Caracas, 21 Sep. ABN.- Luego de atravesar su país en un viaje de unas 15 horas, el presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya Rosales, confirmó que se encuentra en la embajada de Brasil en Tegucigalpa y llamó al pueblo y a las Fuerzas Armadas a unirse y organizarse para reconstruir la democracia en ese país.

“No le tengo miedo a la justicia. Siempre he dicho que me someto a cualquier veredicto justo, equitativo. Todas las injurias que inventaron luego de mi salida violenta no han podido ser probadas”, expresó Zelaya con respecto a las supuestas razones por las que fue ilegalmente sacado tanto del poder como de su país por los golpistas.

Zelaya agradeció las gestiones de distintas instancias internacionales para lograr restablecer la democracia en Honduras y destacó. “Vengo con el corazón abierto para encontrar una solución al conflicto para que Honduras vuelva a la paz”.


Garis fazem paralisação em SP em protesto contra demissões


Lixo acumulado na região central de São Paulo

Lixo acumulado na região central de São Paulo, presente de Kassab para seus eleitores, e olha que ele quer ser governador. São Paulo, cidade chiqueiro!


G1


Sindicato espera adesão de pelo menos 20% da categoria.

Prefeitura cortou verba de varrição na cidade.

Garis em toda a cidade de São Paulo cruzaram os braços na manhã desta segunda-feira (21) em protesto contra a demissão de mais de 1.800 trabalhadores, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco). O comando do movimento espera que a adesão à paralisação seja de 20% da categoria (ou 1.660 dos 8.300 garis).


De acordo com o presidente do sindicato, José Moacyr Pereira, a reivindicação da classe é de que as demissões sejam interrompidas. Em agosto, a Prefeitura exigiu o corte de 20% nos serviços das empresas que cuidam da limpeza urbana.

Pereira afirmou que tal medida ocasionou a demissão de funcionários. “Começou em agosto, com 568 demissões consolidadas. Agora, temos 1.300 em aviso prévio”, disse.

Ainda conforme o líder sindical, não havia um balanço sobre a paralisação. Ele afirmou, porém, que a região que mais deverá ser afetada é a central. “O Centro da cidade já está com o número reduzido de varredores”, declarou.

Pereira reiterou, no entanto, que a paralisação não tem como meta prejudicar a população. “O objetivo é mostrar à população que, se tiver demissões, aí sim haverá prejuízo.” O futuro do movimento será decidido durante a tarde desta segunda.

Procurada pelo G1, a Secretaria Municipal de Serviços, da Prefeitura, informou que não possuía ainda um posicionamento sobre a paralisação. O sindicato patronal também foi contatado, mas não retornou as ligações até a publicação desta reportagem.


domingo, 20 de setembro de 2009

Professores: Avaliação para incluir, não para punir



É uma pena que as atitudes da Apeoesp fiquem apenas no plano do discurso, José Serra quer destruir a educação no estado de São Paulo para depois terceirizá-la, passando a bola para grupos que tratam a educação como um grande negócio, tais como Objetivo, Anglo, Positivo, etc. Só a luta pode salvar o ensino paulista! E o pior é que esta infâmia pode ser expandida para todo o país...

Envolverde


Por Maria Izabel Azevedo Noronha*

Tem sido frequentes os debates e a publicação de reportagens nos meios de comunicação sobre um assunto da maior importância e interesse para professores, alunos e toda a sociedade: a avaliação do trabalho do professor.

A cobertura da imprensa e os debates que vêm se realizando mostram a grande controvérsia que cerca o assunto e demonstram que o tema merece um maior aprofundamento. É preciso discutir melhor as diversas concepções e propostas de avaliação, para que não corramos o risco de traçar um sinal de igualdade entre propostas e procedimentos absolutamente divergentes, sancionando políticas que vêm sendo aplicadas, inclusive no estado de São Paulo, com o propósito de excluir professores e de criar no magistério categorias diferenciadas de profissionais a partir de um suposto “mérito” colocado acima das condições objetivas e subjetivas a que estão submetidos dentro do processo educacional.

Hoje, não se pode, simplesmente, fugir do tema da avaliação de desempenho. Ela está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, a exemplo do que ocorre em qualquer profissão, o trabalho do professor também deve ser avaliado; porém, o trabalho do professor é único, humano, e como tal deve ser reconhecido e valorizado.

Para melhor debater a questão, é preciso ir à origem do termo “avaliar”, que provém da composição, em latim, “a-válere”, que significa “dar valor a”. A cada momento, em nossa vida, avaliamos: os pais avaliam sua relação com seus filhos. O mesmo ocorre entre irmãos, entre marido e mulher e mesmo entre amigos. Trata-se de trazer para a escola pública esse tipo de avaliação, buscando a inclusão de todos e não apenas de alguns poucos.

Entretanto, hoje, se dá comumente ao termo avaliar a conotação conservadora e quantitativa de “medir o valor de”, atribuindo à avaliação o significado produtivista que Marx identifica com o próprio capitalismo, no qual o proprietário dos meios de produção afere o valor de troca de cada produto (ou seja, a quantidade de trabalho humano socialmente necessário à sua confecção) a partir do qual poderá calcular a parcela do valor final do produto que será por ele apropriada, a “mais valia”. Não é este o tipo de avaliação que nos interessa, que privilegia o aspecto material em detrimento da valorização que é humano e transformador.

A avaliação pode funcionar como diagnóstico ou como exame; como pesquisa ou como classificação; como instrumento de inclusão ou de exclusão; como canal de ascensão social ou como critério de discriminação, diz José Eustáquio Romão (Avaliação da Aprendizagem, Problemas e Perspectivas, 2008). A avaliação que queremos, e que está proposta nas Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira é aquela que procura debater, no contexto escolar, como dar valor - e não retirar - aos professores e à educação pública. Por isso a proposta é que se avalie não apenas o desempenho dos educadores, mas também o do sistema, do próprio secretário da Educação, das políticas educacionais, não para punir ou para excluir (portanto, não para alienar), mas para incluir, para promover, para valorizar; para que possam ser encontrados caminhos para a melhoria da escola pública. Por isso, nos opomos frontalmente à avaliação promovida pelo governo do PSDB em São Paulo, que realiza “provinhas” e utiliza seus resultados e os resultados da aprendizagem dos alunos para punir e demitir professores.

A avaliação de desempenho que as Diretrizes propõem deve levar em conta, entre outros fatores “a objetividade, que é a escolha de requisitos que possibilitem a análise de indicadores qualitativos e quantitativos; e a transparência, que assegura que o resultado da avaliação possa ser analisado pelo avaliado e pelos avaliadores, com vistas à superação das dificuldades detectadas para o desempenho profissional ou do sistema, a ser realizada com base nos seguintes princípios:

1. para o profissional do magistério:

1.1 Participação Democrática - o processo de avaliação teórica e prática deve ser elaborado coletivamente pelo órgão executivo e os profissionais do magistério de cada sistema de ensino.

2. para os sistemas de ensino:

2.1 Amplitude - a avaliação deve incidir sobre todas as áreas de atuação do sistema de ensino, que compreendem:

2.1.1. a formulação das políticas educacionais;

2.1.2. a aplicação delas pelas redes de ensino;

2.1.3. o desempenho dos profissionais do magistério;

2.1.4. a estrutura escolar;

2.1.5. as condições socioeducativas dos educandos;

6. . outros critérios que os sistemas considerarem pertinentes;
7. . os resultados educacionais da escola.”

Além disso, diz a resolução do Conselho Nacional de Educação: a avaliação de desempenho “deve reconhecer a interdependência entre trabalho do profissional do magistério e o funcionamento geral do sistema de ensino, e, portanto, ser compreendida como um processo global e permanente de análise de atividades, a fim de proporcionar ao profissional do magistério um momento de aprofundar a análise de sua prática, percebendo seus pontos positivos e visualizando caminhos para a superação de suas dificuldades, possibilitando dessa forma seu crescimento profissional e, ao sistema de ensino, indicadores que permitam o aprimoramento do processo educativo”.

Desta forma, o que as diretrizes nacionais da carreira do magistério admitem como avaliação de desempenho, como um dos referenciais para incentivar a progressão por qualificação do trabalho profissional, juntamente com a dedicação exclusiva ao cargo ou função no sistema de ensino, desde que haja incentivo para tal, e a elevação da titulação e da habilitação profissional, nada tem a ver com aquela que o governo do Estado de São Paulo vem tentando impor através do Projeto de Lei Complementar 29/2009, que se resume a uma “provinha” destinada a selecionar alguns poucos (“até” 20% do magistério paulista) que terão direito a reajuste salarial.

Não podemos aceitar um sistema de avaliação e progressão na carreira que exclui, de pronto, pelo menos 80% da nossa categoria e não prevê nenhuma medida efetiva de melhoria da qualidade de ensino e da própria carreira do magistério, enquanto um sistema atraente para o professor e que lhe ofereça oportunidades de crescimento.

Nós, professores, não nos opomos à avaliação do nosso trabalho, pois ele pertence à sociedade. Mas a avaliação tem que ter o propósito de permitir o aperfeiçoamento da escola e do sistema de ensino, reconhecendo e valorizando o professor em sua insubstituível função social, fundamental para o desenvolvimento da nação, em todas as suas dimensões.

* Maria Izabel Azevedo Noronha é presidente da APEOESP e Membro do Conselho Nacional de Educação .


"Salve Geral" é escolhido para representar Brasil no Oscar


O filme Salve geral, de Sérgio Rezende, foi o escolhido para representar o Brasil na disputa pela indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010. A escolha foi anunciada pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC) sexta-feira, em coletiva no Rio de Janeiro. Estrelado por Andréa Beltrão, fala sobre o terror que o PCC tocou em São Paulo em maio de 2006.Será, portanto, mais um filme de temática policial-social, depois do indicado do ano passado, Última Parada 174.


A comissão do ministério que escolheu Salve Geral foi formada pelo cineasta Carlos Gerbase, o crítico de cinema Carlos Alberto Mattos, o produtor Beto Rodrigues, a professora da UFRJ Ivana Bentes e o exibidor Luiz Gonzaga de Luca. A decisão da comissão não foi unânime, mas consensual.

Baseado em fatos reais, o longa-metragem retrata os incidentes provocados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo em 2006 sob o ponto de vista de Lúcia, interpretada por Andréa Beltrão, uma mulher simples de classe média que passa por dificuldades financeiras e quer tirar o filho adolescente da cadeia.

"Os filmes eram muito diferentes, com estilos bem distintos. Não tinha como comparar, foi uma decisão difícil. Precisamos usar alguns critérios como a qualidade técnico-artistica e mesmo a questão temática", diz Ivana Bentes, para quem a contemporaneidade do assunto e a maneira como Sérgio Rezende decidiu tratá-lo foram fundamentais para a escolha. "Salve geral trata de um problema básico no nosso país, que é a violência", diz Ivana.

O produtor de Salve geral, Joaquim Carvalho, acredita que a repercussão internacional dos ataques do PCC será fundamental para a aceitação lá fora. A comissão nega, entretanto, que a escolha tenha sido feita pelo gênero do filme, de cunho mais social e violento, que parece agradar à Academia: "O gosto da comissão do Oscar é imponderável. Quando olhamos a lista de filmes que o Brasil mandou para avaliação nos outros anos, não conseguimos estabelecer um padrão, tem desde filmes com linguagem mais clássica até mais autorais. Até porque, a comissão de lá sempre muda", acredita Ivana.

Carvalho corrobora essa ideia, e não entende que haja um gênero certo ou errado, o que há são filmes bons ou ruins, simplesmente:

"A violência urbana sempre foi retratada no cinema. Se formos pensar assim, o que está saturado é a comédia", defende Carvalho, que acreditou no projeto desde o início e foi um dos responsáveis pela inscrição do filme para análise da comissão.

Menos de 10% dos 108 filmes brasileiros exibidos no primeiro semestre deste ano se interessaram em fazer o mesmo. Os dez filmes que concorriam à vaga eram: Besouro, de João Daniel Tikhomiroff; Budapeste, de Walter Carvalho; O Contador de Histórias, de Luiz Villaça; Feliz Natal, de Selton Mello; A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele; Jean Charles, de Henrique Goldman; Síndrome de Pinnochio - Refluxo, de Thiago Moyses; O Menino da Porteira, de Jeremias Moreira; Se Nada Mais Der Certo, de José Eduardo Belmonte; e Salve Geral, de Sérgio Rezende..

Mais de 95 países devem concorrer a uma das cinco indicações na categoria de melhor longa-metragem estrangeiro do Oscar 2010. A cerimônia da 82ª edição do Oscar está marcada para 07 de março de 2010, no Kodak Theatre, em Los Angeles. Os indicados serão anunciados pouco mais de um mês antes, em 02 de fevereiro. Sérgio Rezende está confiante: "Claro que quero ganhar o Oscar! É como no futebol: ninguém que treinou entra em campo esperando a derrota. Não é questão de ser arrogante, mas faz parte do jogo. Estou lá para ser um dos finalistas, sim", diz o diretor, para quem, de imediato, a indicação do filme irá ajudar na promoção do lançamento. "Fazer pré-estreia no Rio de Janeiro e em São Paulo é bem diferente de ter essa dimensão nacional. De Norte a Sul do país as pessoas vão ouvir falar do filme", diz.

Infelizmente, o público só poderá decidir se Salva Geral é digno da indicação a partir do dia 2 de outubro, quando o filme estreia em circuito comercial.



sábado, 19 de setembro de 2009

VOZES DA MORTE





Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura,
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!

Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
E a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!

Não morrerão, porém, tuas sementes!
E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,

Na multiplicidade dos teus ramos,
Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte, inda teremos filhos!


Augusto dos Anjos



sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Serra cria “apartheid” no sistema público de saúde





Brasil da Fato



Com nova lei, organizações sociais e planos de saúde são presenteados por tucanos

Com nova lei, organizações sociais e planos de saúde são presenteados por tucanos

16/09/2009


Eduardo Sales de Lima
da Reportagem



No dia 14, fazia quatro dias que a neta de Lúcia Rejane estava internada na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Recém-nascida, a menina possui um tumor na parte externa de sua cabeça. Ela permanece internada porque a máquina de ressonância magnética está quebrada e só esse exame permitirá o diagnóstico: tumor maligno ou benigno. Preocupada, tensa, Rejane fumava dentro do complexo da Santa Casa, num espaço exterior. O hospital é público e administrado por uma organização social (OS), a Irmandade Santa Casa de Misericórdia do Estado de São Paulo.

A alguns metros de Rejane, uma contradição. Existe um outro hospital, o Santa Isabel, que só atende a pessoas conveniadas e também pertence à Irmandade Santa Casa. Causa estranheza, entretanto, um hospital privado ocupando um complexo hospitalar público.

A porta do pronto-socorro do hospital Santa Isabel é automática, seu interior é bem acabado, mas o mesmo se encontra vazio. Do lado dos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), contando 50 metros de distância, cerca de 150 pessoas lotavam um pronto-socorro.

Rejane não estava no PS, mas, diante da sua realidade e das dezenas de pessoas esperando por atendimento médico, desabafa: “A gente não tem dinheiro e fica assim; é ruim ter essa diferença, mas os governantes querem assim”. A dona de casa reclamou também da falta de informação e do péssimo atendimento dado a sua neta.

A “diferença” de tratamento citada pela avó aflita poderá aumentar ainda mais com a nova lei aprovada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Com a mudança, o tucano poderá ampliar a terceirização de unidades públicas de saúde para entidades privadas em São Paulo e permitirá que até 25% dos atendimentos sejam dedicados aos planos de saúde. Ou seja, os hospitais estaduais gerenciados por OSs serão reembolsados por atendimentos prestados a pacientes que tenham planos de saúde.

O deputado estadual Raul Marcelo (Psol) explica que o que já é presenciado por Lúcia Rejane também o será por inúmeras pessoas. “Vai criar o apartheid nos hospitais. Nas Santas Casas já existe uma porta do SUS e outra de um órgão privado”. Como na realidade presenciada por Lúcia Rejane, Raul reforça: “é a porta do plano de saúde vai ser a modernizada”.

Mais. Para os críticos da nova lei, o atendimento a convênios prejudicará os pacientes mais pobres, que comumente enfrentam filas enormes, enquanto pessoas com cobertura privada desfrutarão, dentro da rede pública, de melhores serviços. Em declaração ao Correio da Cidadania, o diretor do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Mário Scheffer, reforça o conceito de divisão social já dito pelo deputado Raul Marcelo e também acredita que "isso cria um verdadeiro apartheid dentro do sistema".

É só fazer as contas. Agora, as OSs vão atender 75% dos usuários do SUS e 25% de clientes com planos de saúde. Quer dizer, um pessoa que antes esperava sete meses para ser atendida por um endocrinologista, por exemplo, terá um acréscimo de 25% no tempo.

Para a administração tucana, o atendimento de planos traria mais recursos ao setor público. Mas a promotora pública Ana Trotta Yarid entrará com ação de inconstitucionalidade contra o projeto, que visa somente “abrir caminho para a entrada das organizações".

Abre caminho para um setor e literalmente presenteia outro. Ela lembra, em entrevista ao Correio da Cidadania, que o governo sempre teve a possibilidade de cobrar dos planos pelos atendimentos que esses utilizaram na rede pública. O próprio secretário do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Ismar Barbosa Cruz, afirmou no início deste ano que a dívida dos planos de saúde com o SUS é de "no mínimo, R$ 4,3 bilhões".

Nas tetas estatais

Raul Marcelo chama atenção para dados de um relatório do Dieese. Ele mostra que, em 2004, foram gastos R$ 600 milhões com OSs e, em 2008, foram gastos mais de R$ 1 bilhão.

Roberto*, funcionário de uma unidade de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) da zona leste da capital paulista, gerenciada por uma OS, denuncia que foram gastos, só para a construção de um jardim estilo japonês, cerca de R$ 20 mil, sem nenhum tipo de fiscalização.“Isso revoltou os funcionários”, diz.

Por falar em revolta dos funcionários, a terceirização como consequência da criação das OSs é fator preponderante para a diminuição dos encargos trabalhistas. Entre 2000 e 2007, os gastos proporcionais com as OSs cresceram 114,14%, saltando de 9,76% para 20,90% dos recursos da saúde. Já as verbas para “pessoal e encargos sociais” caíram, proporcionalmente, 26,08%, saindo do patamar em 2000 de 53,58% para 39,6% em 2007. Esse dados constam do Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo), da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

O governo economiza custos e obtêm maior lucratividade. Roberto, entretanto, assinala que na AMA onde trabalha nunca observou a contratação de tantos funcionários, porém, todos terceirizados. Assim como chamou a atenção da reportagem o excesso de seguranças na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Foram observados cerca de 15 seguranças.

Assanhado

Além de abrir as portas da bonança para as OSs e os planos de saúde, em dezembro de 2007, o governador ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin), com pedido de liminar, no Supremo Tribunal Federal (STF), para derrubar a lei estadual que criou os Conselhos Gestores de Saúde no SUS.

“O destaque mais negativo [com a aprovação da nova lei] é o fato dela desarticular o pouco que conquistamos no Brasil. Em primeiro lugar, a saúde é direito e dever do Estado. Em segundo lugar, ela tem que ter o controle social”, defende Raul Marcelo.

*nome fictício