NESTA TERÇA, JAMES MURDOCH SE EXPLICA NO PARLAMENTO INGLÊS PELA PRÁTICA DE GRAMPOS ILEGAIS; “SE EU SOUBESSE, TERIA CORTADO O CÂNCER”, DECLAROU; NO BRASIL, ROBERTO CIVITA, DA ABRIL, MOBILIZA UM EXÉRCITO PARA NÃO SER CONVOCADO; MAS ELE DEU AZAR: A INGLATERRA AINDA É UM FAROL DA LIBERDADE
Como se sabe, a Inglaterra não é um país que restringe a liberdade de imprensa. Ao contrário, é um dos países mais liberais do mundo, onde todos os assuntos podem ser discutidos abertamente – inclusive, a própria imprensa.
Sobre os grampos do “News of the World”, Murdoch filho disse que não tinha ideia alguma do que se passava no jornal. E afirmou que, se soubesse, “o câncer teria sido cortado imediatamente”. Graças ao depoimento, transmitido ao vivo por várias televisões e websites, Murdoch passou a constar nos Trending Topics do Twitter, como um dos assuntos mais comentados do dia. Assim como ocorreu dias atrás com a hashtag #vejabandida.
Civita e Policarpo?
Nos últimos dias, a Editora Abril tem feito um intenso trabalho de bastidores para evitar que Roberto Civita seja convocado. O pedido será apresentado pelo deputado Fernando Ferro (PT/PE). O ex-presidente Lula, que participa ativamente da articulação da CPI, considera a convocação de Civita como um ponto de honra. Fabio Barbosa, presidente-executivo da Abril e ex-presidente da Febraban, já foi a Brasília para fazer lobby contra a convocação do chefe. Na Brasil, tem-se a certeza de que Civita sairá humilhado do Congresso.
Neste sentido, a editora responsável pela revista Veja negocia uma saída honrosa, que seria entregar de bandeja a cabeça do diretor da sucursal brasiliense, Policarpo Júnior. Numa reflexão recente sobre métodos de apuração e ética jornalística, o diretor de Veja, Eurípedes Alcântara, praticamente rifou Policarpo, ao não citar o nome do jornalista e dizer que jornalistas correm riscos quando publicam grampos ilegais.
A voz mais estridente da Abril, que é a do blogueiro Reinaldo Azevedo, tem publicado artigos sobre um atentado contra a liberdade de imprensa no Brasil, que seria perpetrado na CPI de Carlos Cachoeira.
No entanto, Civita, Eurípedes, Policarpo e Reinaldo perderam.
Tiveram um tremendo azar.
A Inglaterra ainda é um país livre. Ou melhor: é um farol da liberdade.
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